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Eleições 2018: em quem votar?

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Confira o Cenário político atual no Brasil e os pré-candidatos à presidência
 
Por Camila Gabrielle
 
Neste ano, o eleitorado brasileiro vai às urnas votar para escolha de um novo presidente do país. O Brasil apresenta atualmente um cenário político marcado pela corrupção, instabilidade e inseguranças, principalmente neste lento processo de uma possível recuperação da crise econômica e de inseguranças em relação ao futuro.  Neste cenário começam a aparecer os futuros pré-candidatos à presidência, dentre eles Marina Silva, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Aldo Rabelo e Manuela D’ávila.
 
Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e algumas ações negativas e de baixa popularidade do atual presidente Michel Temer, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) estava ganhando força política e sendo considerado um forte candidato para essas eleições. Mas, após sua prisão em abril, por condenação em segunda instância por conta do Tríplex de Guarujá começou a se a questionar se ele terá chances de se candidatar e se não, quem o substituirá.
 
De acordo com o professor de História do Brasil e Realidade Socioeconômica e Política Brasileira Contemporânea, Maximiliano Vicente, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) / Bauru, a prisão do ex-presidente Lula afeta a capacidade de organização das esquerdas. “Além do mais com esse fato torna-se quase impossível que ele possa ficar livre da questão da ficha limpa, ou seja, se é o candidato com mais aprovação até o presente momento, pode influenciar, mas terá muitos problemas para que isso se torne um fator decisivo na hora de se direcionar os votos. ”
 
O professor também argumenta que “não vejo um candidato forte nas esquerdas e dificilmente Lula poderá passar seu capital político para um candidato único das esquerdas. Elas irão sair com vários candidatos e nenhum com chances de poder chegar ao segundo turno, pelo menos é o que apontam todos os índices do momento e que se mantém desde que foram iniciadas as pesquisas de intenção de voto. ”
 
Para o também professor de Jornalismo da Unesp/Bauru, Juarez Xavier, “com a saída da Lula da eleição, corre-se o risco de se eleger um presidente da República sem a maioria dos votos, com um número menor do que votos brancos, nulos e inválidos. Isto aconteceu na eleição do Collor e da presidenta Dilma em seu segundo mandato. O resultado nós sabemos. Dois governos com uma instabilidade muito grande e sem apoio da maioria do Congresso para definir políticas públicas fundamentais além de serem incapazes, em determinados momentos, de apresentar politicas vencedoras. A democracia implica a necessidade de se discutir a partir da diversidade. Sendo esta prisão extremamente negativa do ponto de vista da democracia e de vulneráveis, que não vão poder votar em projetos que vão ao encontro de seus sonhos e realizações. ”
 

Infográfico: Camila Gabrielle
Cenário Atual
 
Em uma pesquisa feita pelo Datafolha em janeiro de 2018 mostrou que entre Lula, Bolsonaro, Alckmin e Ciro, Lula tem a preferência de 36%, e na segunda colocação está Bolsonaro, com 18%, à frente de Alckmin (7%), Ciro (7%) e de Álvaro Dias (4%). Com 2% aparecem Manuela d’Ávila, do PCdoB, e Fernando Collor de Mello, do PTC. No mesmo patamar, com 1%, estão Henrique Meirelles, João Amoêdo (Novo) e Paulo Rabello de Castro (PSC). O nome de Guilherme Boulos (sem partido) não atingiu 1%. Votariam em branco ou nulo 19%, e 3% não opinaram.
 
jair bolsonaro

Jair Bolsonaro pertence ao Partido Social Cristão (PSC) e apresenta um comportamento polêmico/ Crédito: Reprodução

 

Já em uma pesquisa feita em abril, mostra que mesmo com a prisão, Lula “continua sendo o pré-candidato com índices mais altos de intenção de voto para a eleição de outubro – a candidatura do petista pode ser lançada com ele em regime fechado, mas ainda precisaria ser avalizada pela Justiça Eleitoral para se tornar oficial”. (Datafolha)

 

“Na ausência do petista, Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) aparecem à frente, em situação de empate técnico. Outros possíveis nomes do PT – Jaques Wagner e Fernando Haddad – não ultrapassam 2% das intenções de voto, assim como inexiste apoio popular no momento às pré-candidaturas do MDB: tanto Michel Temer quanto Henrique Meirelles também têm teto de 2% nas diferentes situações testadas. ”  (Datafolha)
 
Essa pesquisa foi realizada entre os dias 11 ao dia 13 de abril de 2018, com 4.194 entrevistas presenciais em 227 municípios, com margem de erro máxima 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
lula Lula ainda é o primeiro na intenção de voto, de acordo com o Datafolha. /Crédito: Reprodução
 
Jair Bolsonaro, depois de Lula é um candidato que vem ganhando um certo de tipo de força política, principalmente nas redes sociais. O atual deputado federal do Rio de Janeiro é conhecido por ações vezes machistas, ditatoriais e ofensivas aos direitos humanos, com frases polêmicas como “eu não te estupro porque você não merece”,  “O erro da ditadura foi torturar e não matar”,  “Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater. ”
Apesar disso, ele prega um lema de honestidade em sua política, que tem atraído alguns eleitores. O professor Maximiliano explica que “ Ainda é cedo para pensar no Bolsonaro num segundo turno, na verdade estamos apenas começando a disputa e, salvo engano, já contabilizei 16 possíveis candidatos, portanto, depende de alianças e tempo na televisão. Se as alianças permitirem que saia um candidato com muitos partidos, o que lhe daria tempo de televisão, imagino que ele nem chegaria ao segundo turno. Agora surpreende sua manutenção nas pesquisas, ou seja, seus eleitores, até agora, têm se mostrado fieis o que o tona sim, um candidato forte. ”
 
Para o professor Juarez, “Jair Bolsonaro tem um discurso fascista, no sentido técnico da palavra, contrário a qualquer processo de democratização. Ele se utiliza do espaço democrático para atacar a democracia. Ele não respeita a diversidade e faz discursos contra negros, pobres, gays, lésbicas, trans e o discurso dele é contra os principais avanços da sociedade.  É uma estratégia você ter um candidato extremamente fascista que sirva como Kamikaze para atacar a esquerda e deixar aberto a candidatos conservadores. ”
 
Valter Duarte Filho, professor associado de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acredita que Bolsonaro “tenha força no momento, mas é o tipo da candidatura instável. Não me parece ter apoio das burocracias partidárias, nem das muitas redes clientelísticas do país. Tem apoio disperso em parte desorganizada da população. A discussão a respeito dele só mostra o político obscuro que é e sobre o qual podem dizer coisas contra ou a favor sem nenhuma base”.
 
O professor Maximiliano acredita que o país pode apostar em um candidato do conservadorismo, inclusive porque o Congresso tem se mostrado dessa forma.  “Será um candidato conservador mesmo o que reflete o momento que vive a sociedade, razão pela qual alguns candidatos ainda permanecem vivos e fortes e outros tem possibilidades de crescer, mas não com o discurso que mantém mais para esquerda. Se o congresso for conservador, ao que tudo indica, será mesmo, e se temos um candidato conservador, as possibilidades de se aprovarem reformas prejudiciais para a população são grandes. Não seria o mesmo caso fosse um governo mais preocupado com o social como são os de esquerda. ”
 
Sobre o conservadorismo o professor Juarez, argumenta que este tipo de governo predominou a política no Brasil por muitos anos com exceção dos governos Lula e Dilma. “A rigor, o Brasil na maior parte do tempo, foi governado por seguimentos conservadores e atrasados, e alguns que defendiam a barbárie, como a ditatura militar. O governo de Lula e o primeiro de Dilma, representaram esta quebra, focado na resolução de problemas estratégicos e estruturais que afetam os setores mais vulneráveis da sociedade brasileira.  Dois blocos estão se cristalizando, um mais à esquerda (que reconhece a necessidade de mudanças estruturais no Brasil) e um mais à direita, que é conservador. ”
 
Sobre isto, ele explica que as políticas de esquerda podem ir de encontro a necessidade da população mais pobre em situação de vulnerabilidade. “Esta política tem se mostrado por meio de investimento de populações mais vulneráveis além de criar políticas públicas de inclusão e intervir na economia de forma positiva. ”
 
O professor Valter argumenta que “mesmo com a capa de “esquerda” os governos do PT foram conservadores. Aquela que talvez tenha sido melhor distribuição de oportunidades e benéficos foi feita sem qualquer alteração do quadro institucional do país. O conservadorismo quase sempre é dominante seja onde for. A questão diz mais respeito a políticas distributivas do que a transformações. O problema é que o Brasil tem um contingente grande da população, que em geral se manifesta num eleitorado em torno de 35%, que gosta de privilégios e privacidade. Esses é que são contrários a políticas distributivas que lhes tire a ideia de terem privilégios e privacidade”.
pt
Crédito: Reprodução
 
O Partido dos Trabalhadores (PT) sofreu uma queda e um desmonte. Para Juarez, “O PT passa por um processo de crítica e quase de desmonte muito acentuado. Sua representação caiu muito depois das denúncias. Possível que ainda se tenha muita dificuldade em relação ao partido. Porém, tem que se considerar, que a esquerda não é só o PT. Você tem organizações políticas de esquerda, algumas que apontam uma mudança mais profunda da estrutura do país, de caráter revolucionário (PCdB), e outros seguimentos sociais que dialogam com a esquerda, mas que são de centro-esquerda, como o PDT.  É possível a união desses grupos para realizar o desmonte do conservadorismo. ”
 
Para Maximiliano, os brasileiros estão descontentes com a política no Brasil e isto pode resultar em abstenções de votos. “Há sim uma descrença nos políticos, não na política e no poder do Estado. Aliás isso já está ocorrendo desde 2013 no nosso país e no mundo um pouco antes. Em parte, se deve ao afastamento dos políticos das causas populares e das demandas da população. Obviamente as chances de se ter um aumento das abstenções é real. Agora é bom lembrar que nos últimos dias sempre houve um maior engajamento das pessoas na hora de votar. Tomara que isso se mantenha este ano e as pessoas não anulem seus votos, algo importante para fazer valer nossos direitos”.
 
De acordo com Juarez, “os dados indicam até agora que, caso não tenha a representação política partidária, que realmente possa representar a população brasileira, podemos ter uma grande abstenção por meio dos votos nulos e votos em brancos. ”
 
Outros possíveis candidatos

-Marina Silva (rede)

É ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente. Ela já concorreu à presidência do país em 2014 e ficou como 3ª colocada. Atualmente, ela apresenta também esta posição nas pesquisas de opinião.
-Ciro Gomes (PDT)

É o ex-governador do Ceará e alguns acreditam que seja o “substituto’’ de Lula nas eleições, herdando os votos do petista. Ele foi ministro da Fazenda nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, além de ministro da Integração Nacional de Lula. Em 1998 e 2002, ele disputou as eleições para Presidência do Brasil.

-Geraldo Alckmin (PSDB)

É o ex-governador do Estado de São Paulo. Ele registra 8% da intenção de votos, de acordo com o Data Folha. O candidato também sofre com a baixa popularidade já que tem apenas 36% do eleitorado em São Paulo.
-Aldo Rabelo (Solidariedade)

Ele é o pré-candidato do Solidariedade. Ele já foi presidente da Câmara dos Deputados, foi Ministro de Defesa, no segundo Governo de Dilma assim como Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e dos Esportes do Brasil.

-Manuela Dávila (PCdB)

É deputada estadual e pré-candidata do PCdB à Presidência. O lançamento da candidatura dela representa um marco histórico já que esta é a primeira vez que o partido lançará candidato próprio desde o fim da Ditadura Militar.

 
 
 
 
 
 

Redação

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