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Ingredientes nocivos em cosméticos: perigo ou histeria?

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Por Gabriel Soldeira e Isabelle Tozzo

Petrolatum. Mineral Oil. Liquid Paraffin. Sodium Laureth Sulphate. Paraben. Siloxanes. Se você buscar pela lista de componentes de algum cosméticos que utiliza, provavelmente irá encontrar algum desses confusos nomes na lista. Normalmente escritos como são classificados pela INCI (International Nomenclature of Cosmetics Ingredients), dentre essas substâncias estão derivados de petróleo, silicones, parabenos e surfactantes. Nos últimos anos, o uso desses ingredientes têm sido questionados pelos consumidores. Movimentos como no-poo e low-poo influenciaram marcas a reduzir e evitar alguns componentes.

Algumas pesquisas surgiram indicando uma possível toxicidade e também alguns casos de doenças como câncer. Mas será que esses ingredientes são realmente perigosos e deve-se evitá-los a qualquer custo? Ou acreditar que se um produto está à venda é porque foi testado suficientemente e não irá fazer mal a nossa saúde?

Ingredientes nocivos são substâncias que possuem propriedades cancerígenas, mutagênicas ou tóxicas, sendo proibidas a sua utilização. Segundo a dermatologista Patrícia Magalhães (@dermagreen, no Instagram), esses componentes passaram a ser considerados assim devido a industrialização maciça. “Quem nunca conheceu um casal jovem com dificuldade de engravidar, uma menina de 9 anos menstruar e uma pessoa com menos de 40 anos com câncer de mama? Isso se tornou endêmico e está diretamente relacionado com substâncias químicas presentes em cosméticos e alimentos”.

Conservantes, fragrâncias sintéticas e filtros químicos podem causar, de acordo com Patrícia, desde efeitos imediatos como alergias e irritações, até problemas a longo prazo como a bioacumulação. A bioacumulação ocorre devido ao organismo não conseguir eliminar corretamente e completamente esses ingredientes, assim eles vão sendo acumulados no corpo.

Os polêmicos parabenos

Conservantes como os parabenos são um desses componentes que mais têm sido evitados ultimamente. Um estudo de 2012 da Universidade de Reading na Inglaterra analisou 160 amostras de câncer de mama e encontrou pelo menos um tipo de parabeno em 99% delas. Ana Darezzo (Química da Beleza, no Facebook), engenheira química e especialista em cosmetologia, declara que tanto a Sociedade Americana de Câncer (ACS) quanto a Agência Internacional pelo Estudo do Câncer (IARC) afirmam que não existem provas que relacionem os parabenos com o desenvolvimento da doença. “O consenso dominante entre os cientistas é que os dados disponíveis não comprovam riscos relevantes ou associação ao câncer, dentro das concentrações de uso, ou seja, uso de parabenos na vida real deve ser considerada dentro de limites de segurança”.

Para um produto chegar às prateleiras eles passam por diversos testes. De acordo com Ana, “no que diz respeito à composição do produto, é avaliada a existência de restrições ou regulamentações específicas a respeito dos ingredientes, assim como os dados toxicológicos e as possíveis interações entre eles. Informações disponíveis sobre o produto e artigos semelhantes, incluindo dados de cosmetovigilância, são analisados na avaliação do histórico do produto. Outros aspectos observados são as informações científicas, provenientes de revistas especializadas, entidades e órgãos regulatórios.”

Portanto, ainda não se pode afirmar que esses ingredientes sejam causadores diretos de doenças. No entanto, sabe-se que são responsáveis pela poluição invisível. Os petrolatos, por exemplo, são derivados do petróleo. Não são absorvidos pelo organismo, mas não são biodegradáveis. Além de ser uma fonte não renovável, acabam sendo prejudiciais ao meio ambiente. Porém, Patrícia afirma que alguns derivados como silicone e parafina podem ser contaminados por hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que são substâncias cancerígenas provenientes do refino do petróleo. Há também a problemática envolvendo alguns filtros solares químicos, por exemplo. Eles agridem diretamente a vida marinha, reduzindo a reprodução de corais, fitoplânctons, de tartarugas e golfinhos.

Voltando à questão desses ingredientes relacionados à saúde, como filtrar todas essas informações e saber no que acreditar? Patrícia Magalhães reforça a importância de ler os rótulos. “Criamos o hábito de ler a lista de ingredientes de alimentos e precisamos trazer isso para os cosméticos também. O mesmo conservante que existe num produto alimentício, possui num produto cosmético. Há até remédios infantis com parabenos na formulação.”

Ana Darezzo dá a dica de estar sempre atento às informações e pesquisar os dados em artigos disponibilizados por órgãos técnicos credenciados e com respaldo sobre o assunto. Reforça ainda a importância de não acreditar em tudo que lê, “é preciso desenvolver um pensamento crítico e buscar informações com respaldo técnico, para que não se dissipe inverdades causando uma onda de insegurança e incertezas”, acrescenta.

Redação

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