Mesmo com campanhas, a dengue ainda atinge milhares de pessoas em todo estado de São Paulo
Jéssica Sumida
Malária, Doença de Chagas, febre amarela, dengue e leishmaniose são algumas das enfermidades conhecidas como doenças tropicais. Esse nome se deve porque os seus respectivos transmissores, beneficiados pelas condições climáticas e de umidade, vivem nos trópicos. É por essa razão que, principalmente no verão, ocorre um aumento nas epidemias e milhares de pessoas são afetadas.
Em Bauru, o crescimento de casos de dengue tem preocupado a prefeitura. Atualmente, são 78 casos confirmados. Em 2013 foram registrados 7441 casos e oito óbitos.
Dengue
A dengue é causada por um vírus que é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti. Sua proliferação ocorre em depósitos de água parada. Existem quatro tipos diferentes desse vírus. Os sintomas costumam evoluir em três estágios: dengue clássica (DEN 1 e 2), dengue hemorrágica (DEN 3) e a chamada síndrome do choque associado à dengue (DEN 4).
A dengue clássica é similar à gripe, caracterizada pela febre alta, dores musculares e manchas vermelhas no corpo. Na hemorrágica, por sua vez, aparecem sinais de alterações na coagulação sanguínea, resultando em pequenas hemorragias no nariz e na gengiva. A síndrome do choque associado à dengue é bem mais raro de se acontecer, mas quando acontece pode manifestar alterações neurológicas, como delírio, depressão, amnésia, entre outros.
De acordo com o médico Antônio Teixeira, o paciente que for diagnosticado com a doença deve seguir algumas indicações. “Deve-se evitar analgésico que afeta a coagulação do sangue, tais como AAS, conhecido como aspirina e paracetamol (tilenol), que prejudica a função renal. O tratamento consiste principalmente em repouso e hidratação cuidadosa (2,5 l de líquido/dia)”, esclarece Teixeira.
Medidas e conscientização
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, para manter um controle da dengue no município, um conjunto de ações de prevenção está sendo feito. “Diariamente, as equipes de agentes de endemias percorrem todas as regiões da cidade com o objetivo de orientação e conscientização da população, além da aplicação de larvicida e eliminação de criadouros, sob a coordenação da Divisão de Vigilância Ambiental”, declara a Secretaria .
Alinhado a isso, há também um trabalho de conscientizar a população da gravidade da doença e da importância de se prevenir. De acordo com o autônomo Edson Manfio, que contraiu a dengue no ano passado, muitas pessoas não levam as campanhas a sério. “Acho que a prefeitura faz o papel dela, porém as pessoas não se importam muito, acham que não vai acontecer com elas ou com alguém próximo, até acontecer”, afirma Edson.
Ações educativas junto às escolas e comunidades, possibilidade de multas dependendo da manutenção de limpeza dos imóveis ou em casos de reincidência e a fiscalização em estabelecimentos de risco, como borracharias e ferro-velhos, são outras medidas também destacadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
Prevenção – Manter a limpeza das calhas antes de sair de casa por vários dias; – Descartar garrafas, latas, embalagens vazias, pneus e outros, pois são materiais com potencial para criadouro de larvas do mosquito Aedes aegypti; – Manter as piscinas limpas, tampadas ou desmontadas, quando possível; – Evitar vasos de plantas com pratos de plásticos. |