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A cultura universitária em Bauru e o fenômeno bate-volta dos ex-alunos

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Egressos de cursos da Unesp mantém vínculo com a instituição, eventos e festas mesmo após anos de terminada a graduação.

Amigos, professores, carinho, divertimento, pertencimento… esses e outros tantos motivos levam ex-alunos da Universidade estadual paulista, a Unesp,
retornarem para a cidade em que se formaram e participar ativamente de eventos como palestras, apresentações acadêmicas, festas e demais encontros
proporcionados por essa cultura universitária desenvolvida no câmpus.

A tradição que constroem ao longo da graduação se transforma em constância de modo que a procura por esse ‘lar’ é recorrente e pode se tornar um hábito.
“Creio que depois da universidade a realidade dos alunos é outra e, por questões laborais, nem sempre podem participar de eventos e outras atividades
desenvolvidas pela universidade.

Porém, no nosso caso com as semanas de cada curso temos observado que muitos, mas muitos mesmo ex-alunos têm vindo para contar suas experiências no sentido de ajudar na formação dos colegas e de retribuir com a experiência que a Universidade lhes ofereceu”, acentua Maximiliano Martin
Vicente, livre-docente em História do Brasil, que atua como professor na Unesp, câmpus Bauru.


A universidade Caroline Roxo, moradora de Botucatu, graduada em Jornalismo pela universidade, e recentemente aluna de mestrado na escola superior, conta que,
após muitas pesquisas e por reconhecer o benefício de se cursar uma faculdade pública como é o caso da Unesp, escolheu prestar o vestibular e ingressar na
instituição.

Tendo vivido a experiência e experimentado a cultura universitária, desde as Semanas de Jornalismo que ocorrem todos os anos com temática especializada
e convidados de diversas áreas de atuação e predominância na comunicação, até grandes festas organizadas pela Associação Atlética Acadêmica, escolheu continuar
sua trajetória profissional vinculada, de alguma forma, ao ambiente em que se sentiu acolhida, pertencente e útil.

Jovens celebrando o ingresso ao curso de Jornalismo da Unesp-Bauru. Foto: Caroline Roxo


“As oportunidades que a Unesp oferece ao aluno são tremendas. As atividades extracurriculares dão um aporte maior ao currículo e à experiência
profissional. No meu último ano de graduação pude participar do projeto de extensão Faces da Informação e Comunicação em Saúde e mantenho vínculo de forma voluntária até hoje com eles, mesmo dois anos após minha formatura”, conta a jornalista, que costumava visitar Bauru a cada 4 meses para reencontrar amigos, e
atualmente seguirá de forma mais frequente devido ao caráter híbrido do mestrado que inicia.


Para Max – como o livre-docente em História do Brasil é conhecido entre os alunos – existe uma importância de a universidade fornecer meios para que o aluno
possa se sentir acolhido a ponto de escolher retornar à instituição com qualidade após sua formatura, de modo que possa retribuir os ensinamentos recebidos e trocar experiências. Além disso, ele aponta para a questão afetiva deste processo de cultivo da cultura universitária baseado nas amizades que construiu com seus
alunos e relatos, assim como contatos, que recebe deles até hoje e serão para o
resto de sua vida.

“A razão pela qual voltam para a universidade, é recriar e renovar toda essa experiência”, finaliza ele. Como fazer para manter o vínculo e por que manter
“A Unesp se tornou, para mim, o centro de encontro com meus amigos, professores e, até mesmo, uma possibilidade de estabelecer networking. Tenho um
carinho grande pela forma como fui tratada em todo o período ali”, assim define Caroline Roxo, graduada em Jornalismo e atualmente aluna do mestrado em Bauru, sobre o legado da instituição.


As estratégias da universidade para manter seus alunos vinculados a ela variam entre convites formais para participação, apresentação em eventos promovidos pela mesma e disparo de e-mails informativos, assim como alimentação de redes sociais que promovem o contato direto com essa gama de profissionais formados. Muitas instituições encaram essa necessidade e buscam formas de realizá-la. A Universidade estadual paulista segue os mesmos princípios.
A livre-docente em psicologia clínica, Alessandra Bolsoni, professora da Unesp Bauru comenta: “Acho interessante manter o vínculo quando possível.

Inclusive, a universidade precisa dar informações, em avaliações, sobre os egressos. Então manter contato pode ajudar em uma formação continuada e
também auxiliar na transição para a vida profissional”.


Já Marianne Ramos Feijó, psicóloga e professora assistente doutora do Departamento de Psicologia da Unesp-Bauru aponta, baseada em estudos, para a
necessidade de criar redes sociais assertivas que atuem como um suporte na construção da identidade, no bem-estar e na saúde das pessoas. Com isso, vínculos de amizade serão motivados, assim como as trocas entre profissionais durante e após a formação serão facilitadas e incentivadas.

“Tanto a universidade, quanto os professores e os colegas fazem parte das redes de suporte dos discentes e podem manter suas funções de legitimação, de guia (como fonte fidedigna de informação) e de apoio, a depender da qualidade dos vínculos estabelecidos, da estrutura e das informações fornecidas e trocadas durante a graduação”, explica ela, que também pontua o resultado desse processo como sendo uma maior valorização da escola de nível superior por parte do estudante devido à formação recebida e os grupos de amigos que o leva à consequência de se sentir parte, ouvir opiniões, trocar afetos e manter relações.


Ex-alunos e as festas


Em outra via do processo participativo do egresso com a cultura universitária existem as festas e celebrações organizadas por instituições como a Associação
Atlética Acadêmica da Unesp-Bauru. Estes eventos reúnem universitários, ex- universitários, colegas de fora, interessados, entre tantas outras pessoas que se
dispõem a participar e se entregar ao festejo.


“Sempre que tem alguma festa grande organizada em Bauru procuro ir para a cidade e me conecto com as amigas que moram e ficam por lá e aproveito para
matar as saudades e curtir um pouquinho os eventos universitários que marcaram as minhas vida e graduação”, conta Gabriella Brizotti, moradora de São Paulo,
jornalista formada pela Unesp Bauru que retorna frequentemente à cidade, mesmo após três anos de formada.

Ela complementa afirmando que o local sempre a recebeu muito bem e segue recebendo, de modo que se sente muito feliz quando
regressa. A atlética de Bauru costuma promover com certa frequência eventos de grande porte como as festas Pré-Inter, Integração, entre outras. Ao divulgá-las,
costumam incentivar a presença de alunos e ex-alunos, disponibilizando lotes de convites com desconto para o unespiano, mantendo a tradição entre os jovens de
“uma vez unespiano, sempre unespiano”. O foco de promoção se dá aos residentes atuais na cidade, mas deixam abertas as portas para que os egressos se interessem e participem dos festejos.


“O número de ex-alunos com até dois anos de formado é mais expressivo que outros, mas não é tão notável nas festas. Por outro lado, recebemos algumas mensagens de agradecimento e de ex-alunos contando histórias, como quando um ex-estudante pediu a namorada em casamento nos jogos universitários. São sempre mensagens gratificantes que nos incentivam a continuar o nosso trabalho na Atlética”, explica Maria Eduarda Iwamoto, Assessora de eventos em 2022 pela
organização.


Por fim, Gabriella Brizotti ressalta: “Sou muito grata por ter feito a Unesp e ter escolhido cursar essa faculdade. Foi, sem dúvida, a melhor escolha que fiz na minha
vida. Lá montamos uma grande família e voltamos para manter um vínculo, já que nos sentimos parte daquilo e queremos preservar a sensação de pertencimento”.

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Victoria Cattony

Paulistana, 22 anos, estudante de jornalismo na Unesp Bauru. Atuou em projetos de extensão universitários na produção, roteirização, locução e edição de podcasts, comunicação externa de ONGs, redação no Jornal Granja News e atualmente cumpre período de estágio na área de redes sociais da ESPN Brasil. Adaptável a qualquer área de atuação ligada ao jornalismo, proativa, comunicativa, disposta a aprender e se desenvolver profissionalmente. Inglês e espanhol a nível intermediário. Domínio de ferramentas de edição de áudio, vídeo, imagem e WordPress, além de plataformas de controle de audiência e dados.

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