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Com o isolamento social, a tecnologia e os aplicativos de relacionamento têm ajudado a driblar a solidão e conectar pessoas

Por Fernanda Rosário, Flávia Gasparini e Nayara Campos

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Sim. Não. Sim. Será? Match! Enquanto o barzinho ou a balada estão fora de cogitação, os pontos de encontro com aquele contatinho (ou quem sabe um novo?), durante a pandemia, são as redes sociais e os aplicativos de relacionamento. 

(Arte: Flávia Gasparini / Imagem: Canva)

A pandemia do novo coronavírus forçou uma mudança de vida. Tivemos que repensar as formas de trabalhar, de estudar, e até de fazer consultas médicas. Em tempos de distanciamento social, por que não dar uma chance e tentar conhecer alguém, mesmo que à distância? Aqui nesta matéria, você encontra histórias de quem se aventura pelos aplicativos de relacionamento, dicas de como se proteger neste contato virtual e como lidar com a solidão do isolamento.

Tinder, Badoo, Happn, ParPerfeito… opções não faltam para encontrar alguém 

Estar conectado tem sido essencial enquanto as necessidades do mundo real não podem ser cumpridas. O aumento no número de uso das redes sociais evidencia isso. O número de lives no Instagram cresceu em 70%, segundo informações da própria empresa. Já o aplicativo de mensagens WhatsApp teve seu uso ampliado, globalmente, em até 76%, de acordo com consultoria do Kantar realizada em março deste ano. Essa explosão de conexão virtual não seria diferente em relação aos aplicativos de relacionamento.

(Arte: Flávia Gasparini)

Aumentou também a ânsia por um encontro sexual. Pelo menos é o que 73% dos participantes de uma pesquisa realizada em março pelo aplicativo Happn apontaram. De acordo com o estudo, durante a quarentena, 31% dos usuários brasileiros praticaram sexting, que é o compartilhamento virtual de conteúdos eróticos, sendo que 15% indicaram que o fizeram pela primeira vez. 

Os aplicativos de namoro estão aproveitando o momento para inovar, oferecer mais funcionalidades e facilitar os encontros. O Tinder, por exemplo, ofereceu passaporte gratuito em abril para “viajar” ao redor do mundo em busca de alguém para trocar uma ideia. A junção de conhecer uma nova cultura e, quem sabe, um contatinho internacional, fez com que muitas pessoas se aventurassem pela plataforma. “Usei o passaporte e fiz amizades em vários lugares do mundo. Alguns pretendo conhecer pessoalmente no futuro”*.

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Já o aplicativo Happn anunciou o aumento do raio de localização dos usuários durante a pandemia. Agora a distância de 250 metros pode ser expandida para até 90 quilômetros e possibilitar mais encontros de sucesso.

Como lidar com os anseios e o medo de contaminação no meio da pandemia?

Não é nem um pouco agradável gostar muito de uma pessoa e ser impedido de encontrá-la pessoalmente, até mesmo aquela que mora a seis quadras de distância. A pandemia veio com tudo e nos fez repensar e buscar novas formas de trocarmos com aqueles que estamos curtindo. 

A pesquisa realizada pelo Happn revelou que 54% dos usuários estão dispostos a ter um primeiro encontro por videochamada, uma forma de adaptar o flerte virtual às recomendações atuais de saúde e de proteção ao coronavírus. 

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“Pós-pandemia, eu acho que vai ser uma coisa um pouco complicada, até porque a gente não vai poder relaxar tanto até a vacina chegar, não é? Porque por mais que os casos diminuam, que não é o caso agora, é sempre um risco que a gente tá correndo”, Giovanna Ramoneda.

O atual cenário também causa reflexões sobre como ocorrerá o contato físico após o término do isolamento social, já que 62% dos participantes da pesquisa do Happn declararam o desejo de encontrar relacionamentos sérios após a pandemia. Entretanto, a psicóloga Leila Grizzo não acredita que haverá mudanças na forma de nos relacionarmos com outra pessoa, pensando em necessidades de mais higiene na sociedade pós-pandemia.

“Percebemos que muitas pessoas não estão tomando cuidado com a saúde de forma geral. Não usam máscaras e nem higienizam as mãos. Se formos pensar em relação a cultura de cuidados, podemos olhar para o HIV e a sífilis, por exemplo. O número de contaminações aumenta a cada ano e isso não muda a consciência sobre o uso de preservativos na maioria da população”, comenta a psicóloga.

Para se apaixonar, basta se conectar

Em meio aos encontros virtuais e à incerteza das trocas futuras, o que fica é a dúvida da durabilidade dos encontros (claro, para os que querem que eles durem). “A gente acaba conhecendo pessoas tão legais nesse momento e eu fico pensando, será que essa relação vai durar até o final da quarentena pra gente poder conhecer essa pessoa, ser amiga dela, talvez ter algo?”, questiona Giovanna Ramoneda.

Mesmo diante da dúvida, saiba que se apaixonar e criar laços duradouros, mesmo que virtualmente, é algo totalmente possível. Leila Grizzo destaca que, no contexto de pandemia, em que o encontro virtual torna-se o único meio possível (ou, ao menos, deveria ser o único), cabe aos envolvidos torná-lo o mais real, sincero e espontâneo, seja com ligações, fotos, videochamadas ou com o que a criatividade permitir. 

Apesar disso, a psicóloga admite não diminuir a importância do encontro físico, já que é possível formar um laço afetivo, mas, presencialmente, não haver um laço sexual. “Temos então o desencontro de uma relação que se supõe afetiva-sexual, e esse desencontro levar a uma desilusão. É um risco. Se forem pessoas amadurecidas o que não vira namoro pode virar amizade”, pontua Leila.

Dates na quarentena: criatividade é tudo!

Em tempos em que sair de casa ou receber alguém para um encontro não é uma opção, é preciso se reinventar para conhecer a pessoa ou apimentar mais a conversa. Confira algumas dicas de ferramentas e como utilizar os aplicativos de maneira mais saudável.

Juntos, mesmo que longe!

Quando a vontade de encontrar com alguém fala alto, mas o medo de pegar coronavírus ainda é uma realidade, é possível utilizar ferramentas e aplicativos para driblar a situação atual e marcar um encontro virtualmente com o contatinho. 

O Google Chrome, por exemplo, está oferecendo a extensão “Netflix Party”, que permite que duas pessoas (ou mais) consigam assistir a um filme ou série juntas, podendo interagir por meio de uma sala de bate papo. Nessa mesma onda, o site Rave pode ser utilizado para assistir filmes com alguém mesmo que à distância.

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Enquanto o cinema está fechado, a Netflix Party é uma alternativa para assistir um filme com alguém (Foto: Reprodução / @the508)

Já o Telegram possui o “Box Stream”, ferramenta que torna possível que usuários assistam streaming simultaneamente. O Whatsapp – concorrente direto da plataforma de mensagens anterior – agora também permite ligações de vídeo e áudio com até oito pessoas.

Para quem ama games e jogos online, o Discord (aplicativo de streaming de jogos, com chat de voz e transmissão da tela em tempo real), possibilita que duas ou mais pessoas interajam ou joguem juntas uma partida. Opções não faltam para curtir um momento com um contatinho.

(Arte: Flávia Gasparini / Imagem: Canva)
Caiu na rede é peixe!?

“Catfish” é uma pessoa que cria perfis falsos em redes sociais ou aplicativos de relacionamento para enganar outros indivíduos e fazer com que eles se apaixonem, enviem dinheiro ou presentes. O termo ficou conhecido devido a um documentário de mesmo nome, que foi lançado em 2010 pelo produtor estadunidense Nev Schulman e deu origem ao programa de tv “Catfish” (MTV).

Trailer do documentário “Catfish” (2010), em que Nev Schulman mostra o seu encontro com  uma garota que conheceu pela internet

O Catfish utiliza fotos de pessoas comuns, ou até mesmo de celebridades, para se relacionar com alguém e criar algum tipo de vínculo. Algumas vezes, ele também pode acabar se apaixonando, mas, geralmente, o intuito do perfil é tirar vantagem de alguma forma ou se vingar.

Não é muito difícil saber se a pessoa do outro lado da tela é mesmo quem diz ser. O Google, por exemplo, oferece uma busca por imagem, em que lista conteúdos semelhantes ou até mesmo iguais ao da imagem que foi indexada. Além disso, caso a conversa saia do aplicativo de relacionamento e vá para as redes sociais, é possível ver pela quantidade de seguidores, fotos e interações, se aquele perfil é mesmo real ou não. 

Recusar chamadas de áudio, vídeo ou até mesmo mensagens de voz, pode despertar um alerta. Uma dica é dar aquela famosa “stalkeada”, com uma rápida pesquisa pela internet ou aplicativos de redes sociais. Buscar o nome da pessoa ou o lugar em que diz trabalhar ou estudar são exemplos de uma boa forma de saber se as informações são reais ou não.

Dedinhos em ação!
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Uma maneira cada vez mais comum de se relacionar no ambiente virtual é por meio da prática de sexting. Como já falamos, os aplicativos de mensagem têm feito grande sucesso para aqueles que buscam algo mais íntimo com outra pessoa. Tais ferramentas permitem trocas rápidas de conteúdos por texto, áudio, vídeo, imagem, gifs ou até mesmo as famosas figurinhas, por exemplo.

A prática também é realizada entre os adolescentes: de acordo com análise publicada em fevereiro de 2018 pela JAMA Pediatrics, um em cada sete jovens menores de 18 anos já enviaram conteúdo íntimo, enquanto que um em cada quatro já receberam. O material se baseou em 39 estudos realizados entre 1990 e 2016, que entrevistaram mais de 110 mil jovens, do mundo todo, com menos de 18 anos. 

Mesmo que a troca de mensagens eróticas possa soar tranquila para alguns, é necessário ficar atento aos comportamentos (mesmo que virtuais) de ambas as partes, uma vez que o assédio sexual pelas redes sociais ou internet é também considerado crime.

A abordagem consiste em investidas de cunho sexual que não foram aceitas ou solicitadas, ofertas de favores sexuais ou a criação de um ambiente hostil e ofensivo por meio de contatos físicos ou verbais, sendo suas consequências o constrangimento, a intimidação ou até mesmo traumas. Um elogio mais invasivo, por exemplo, pode ser enquadrado em importunação ofensiva ao pudor (considerando o artigo 61 da Lei de Contravenções Penais).

Manda nudes, bb?
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“Quando em dúvida, durma” (Reprodução / @tinkoutsidethebox)

Sem a opção de encontros pessoais, ao-vivo, muitas pessoas têm encontrado no envio de imagens e vídeos íntimos uma forma de aliviar tensões sexuais. A troca de conteúdos pessoais deve ser um ato de extrema confiança entre ambas as partes e, quando você conhece a pessoa apenas por uma tela, a atenção deve ser redobrada, uma vez que ainda há muita gente mal-intencionada utilizando aplicativos de relacionamento.

Na hora de pedir ou enviar nudes, a criatividade pode vir a ser um fator essencial para “quebrar o gelo” ou esquentar a conversa (Foto: Flávia Gasparini)

Antes de tudo, não envie um semi-nude ou nude por pressão. O ato precisa ser espontâneo e você deve estar se sentindo seguro para realizá-lo. Além disso, evite mostrar seu rosto, tatuagens, marcas ou elementos que possam te identificar de alguma maneira. Toda precaução é válida!

Redes sociais como Snapchat e Instagram dão a possibilidade de enviar fotos que ficam disponíveis por um período limitado de tempo, além de avisarem quando a pessoa fez uma captura de tela do que foi enviado. Não esqueça, também, de deletar as fotos do seu celular e da nuvem.

Vazou! E agora?

Em pesquisa realizada entre 2007 e 2017 pela SaferNet, 69% de vazamentos ou ameaças de vazamentos de conteúdos íntimos tiveram como vítimas meninas ou mulheres. A chamada “sextorção” (ou “sextortion”) é a ameaça de divulgação de imagens íntimas, com o intuito de forçar alguém a fazer algo, seja por dinheiro, humilhação ou vingança.

Campanha da SaferNet Brasil explica o que é a sextorção de maneira lúdica

Em caso de vazamento de mídias íntimas ou recebimento de ameaças, tenha em mente, antes de tudo, que a culpa não é sua! É possível remover imagens vazadas das ferramentas de busca do Google, que disponibiliza um formulário para a solicitação e obriga que o conteúdo que viole de alguma forma a intimidade do usuário seja retirado do ar.

Além disso, é possível fazer com que a pessoa responda judicialmente pelos atos. A Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012 (também conhecida como Lei Carolina Dieckmann), por exemplo, tipifica delitos ou crimes informáticos. Reúna todas as provas, cerque-se de pessoas de sua confiança e vá até a delegacia mais próxima. Lembre-se sempre: você nunca está sozinho!

Quarenters: solidão e uso de aplicativos de relacionamento

Para entender mais de perto como anda o flerte dos quarenteners, criamos uma enquete online e 238 pessoas (175 mulheres, 62 homens e 1 não-binário), com idades entre 18 e 59 anos, nos disseram como têm lidado com o isolamento social e a solidão. O resultado você confere no infográfico interativo aqui embaixo. Clique nos gráficos para mais informações.

Como ficam o coração e a mente vendo uma vida em #tbt?  

Três meses. Já se passaram três longos meses desde que iniciamos a quarentena no Estado de São Paulo. Faz mais de 90 dias que olhamos o mundo só pela janela de casa e trocamos afeto pelas telas. O coração aperta e a saudade grita alto com a lembrança da família reunida na macarronada de domingo, do encontro com amigos no sábado a noite. Dá até uma dorzinha pelos rolês que a gente sempre ficou de marcar.

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Quebra de rotina e isolamento social podem causar problemas psicológicos. Imagem: Elliana Esquivel

De uma hora para outra a vida se transformou. O trabalho virou um projeto de “home office”, as aulas são online, as conversas por videochamada e em 2020 já temos mais tempo de quarentena do que vivendo a vida como ela deve ser, livre. A gente revisita as fotos e o #tbt é a saudade de uma vida que, não faz muito tempo, ainda era realidade. Mas o mundo que vemos agora nos noticiários mostra que a vida, pelo menos por enquanto, é outra.

Sem neura: o cuidado para que o uso de apps seja prazeroso

Ficar em casa tem sido a medida mais eficaz para conter o avanço do novo coronavírus, mas também tem apresentado novos desafios: como lidar com a solidão durante o isolamento? Como lidar com a quebra da rotina e com a distância que agora existe entre nós e muitas pessoas queridas?

https://www.instagram.com/p/CB5-6FwDI6K/?igshid=16w52l7p5dxt9
A artista Elliana Esquivel criou uma série de ilustrações em seu Instagram sobre a quarentena

Giovanna diz que sempre foi muito afetuosa, daquelas pessoas que gostam de abraçar, beijar, de ficar horas conversando, mas agora tem sentido os efeitos da quarentena em sua vida. “Está sendo muito complicado ficar em casa porque a gente acaba vendo as mesmas pessoas todos os dias, no meu caso, minha mãe e meu pai. Eles são as pessoas que moram comigo e a gente não tem muito o que conversar, porque tudo o que acontece na nossa vida é igual todos os dias”, relata.

A psicóloga Leila Grizzo acredita que o contato virtual pode ser um aliado para acalmar a mente e o coração. Entre as dicas, ela afirma ser importante se “engajar em encontros virtuais com familiares e amigos, inclusive para fazer coisas juntos, como por exemplo, uma refeição, jogar jogos online, hobbies e ler. Na leitura nos engajamos numa conversa com o autor e os personagens. Ver séries e filmes leves, para depois comentar com os amigos”, diz.

E para além do afeto despretensioso, a gente quer saber também como reinventar o flerte, a azaração e os momentos eróticos. Giovanna faz parte do grupo de pessoas que têm apostado nos aplicativos de relacionamento para esquentar a quarentena.

“Eu conheci uma pessoa pelo Tinder e a gente tá conversando todos os dias há dois meses. As conversas são incríveis, a gente se liga, conversa por horas, dá risada. A gente quer muito se ver, mas não pode por causa de tudo isso e também porque os pais dele estão na linha de frente”, conta Giovanna.

“Curtindo tudo, sentindo nada”, série de ilustrações do artista Christopher de Lorenzo retrata troca de imagens íntimas e aplicativos de relacionamento

Os aplicativos de relacionamento podem ser um bom lugar para encontrar companhia, mas é preciso atenção para não se machucar. “Algumas pessoas vão se sentir bem ao receber um ‘match’, um flerte, seja lá de quem for. Porém outros se sentirão mal, pois faltou aquele ‘fulano’ se interessar de volta e aí em vez de se sentir melhor, dando uma força para a auto-estima ou bem-estar, vão se sentir pior”, pontua Leila Grizzo.

Maratona pré-Tinder

Para a psicóloga, quem decide se aventurar em um Tinder da vida, por exemplo, tem que se fazer algumas perguntas, como uma preparação para garantir que a experiência vai ser saudável. Vale se perguntar:

  • Por que estou buscando esse app?
  • Como me sinto ao conversar com essa pessoa?
  • Estou colocando todas as minhas expectativas de receber um olhar afetivo no app e nas pessoas que conheço do app?
  • Quanto tempo eu passei no app?
  • Deixei de me engajar em alguma atividade ou conversa devido ao app?
  • Deixei de me cuidar: tomar banho, comer, etc, devido ao app?
É solitude ou solidão?

Se antes da pandemia era importante não procurarmos no outro a forma de sermos felizes, agora isso é ainda mais necessário. O “match” nos aplicativos de relacionamentos pode te ajudar dando auto-estima e autoconfiança, mas, com a impossibilidade de encontrar pessoas agora, você precisa saber que solitude e solidão não são a mesma coisa.

Leila Grizzo explica que a “solitude é uma condição estrutural do humano de ser só, nascemos e morremos só. A solitude não traz sofrimento pois conta com a possibilidade de conexão com a própria experiência de estar só e estar de acordo com isso. A solidão já traz uma ideia de sofrimento por ter um vácuo, vazio, entre o eu e o outro”.

Neste momento, o contato com os contatinhos, amigos ou familiares, mediado pela tecnologia e pelos aplicativos de relacionamento, precisa ser leve, sem cobranças e sem planos futuros que te causem ansiedade. A conversa pode ser íntima ou só um bate-papo, mas o importante é que possa servir como uma forma de se conectar com as pessoas e aliviar o turbilhão de sentimento do isolamento social.

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Série de ilustrações sobre a quarentena. Imagem: Elliana Esquivel
Cuidado redobrado: saúde mental durante a pandemia

Em 2017, um relatório da OMS apontou o Brasil como o país mais deprimido da América Latina. Temos 11,5 milhões de pessoas sofrendo por depressão, o que representa 5,8% da população, enquanto mais de 18,5 milhões convivem com a ansiedade, ou seja, 9,3% dos brasileiros.

Durante a pandemia do novo coronavírus, o cuidado com a saúde mental precisa ser redobrado. Em maio de 2020, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) entrevistou 400 médicos em 23 Estados e no Distrito Federal, o que corresponde a 8% dos psiquiatras do país. A pesquisa apontou que 89,2% destes profissionais registraram agravamento de problemas psiquiátricos em seus pacientes, e o motivo foi a pandemia da Covid-19.

Entre os médicos, 47,9% relataram também um aumento de atendimentos desde o início da pandemia. 67,8% dos psiquiatras receberam novos pacientes sem histórico de problemas psiquiátricos anteriores ao período de quarentena, e 69,3% afirmaram que pacientes com alta médica voltaram a ser atendidos devido a reincidência de sintomas de ansiedade, por exemplo.

Além dos sintomas característicos do coronavírus – tosse seca, febre, coriza e falta de ar -, a doença a nível global tem trazido consequências para a saúde mental das pessoas. Por isso, é importante que você aprenda maneiras de lidar com a solidão do isolamento social, para que possa passar bem pela quarentena e poder retomar à vida no mundo pós-pandemia. E a tecnologia pode ajudar! Pode ser uma chamada de vídeo com a família e amigos, dar “match” com novos contatinhos, ou até fazer sexting com alguém que você queira e confie.

*Relato anônimo enviado pelo formulário desenvolvido para a realização desta reportagem.

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Redação

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