Em um momento que elegemos um presidente preconceituoso, nos palcos o que está rolando é diferente. As Drags Queen estão tomando seu espaço e mostrando, cada vez mais, que não vieram só para fazer graça, mas para mostrar que tem muito talento. O problema é que se uma carreira de cantor já é difícil para elas é muito mais, pois além de terem que lidar com inúmeros fatos relacionados à área musical, o preconceito não as abandona, muito pelo contrário.
Gloria Groove é uma dessas artistas que veio para quebrar todas as barreiras. Com sua voz potente e empoderada ela deixa o seu recado em cada trecho de música que canta. Mas você pensa que sempre foi assim? Não mesmo!
Com uma trajetória conturbada, ela passou por poucas e boas para chegar onde está. “O preconceito sempre esteve comigo. Eu me descobri gay ainda pequeno. Eu já sabia o que era a do preconceito velado e o preconceito escrachado. E quando me tornei drag queen eu sabia de tudo que estava assinando. A maioria das pessoas não entendia o por quê dessa escolha e muitas queriam que eu cantasse pop sendo eu mesmo. E eu sabia que eu podia ter sucesso nesse caminho, mas eu quis fazer de um jeito revolucionário. Do jeito pop, do jeito que eu acreditava”, conta a famosa.
De cabeça erguida, hoje ela é uma das inspirações para aqueles que querem batalhar contra o sistema opressor e a Drag Music pode ser uma ótima forma de combater tanta antipatia. Com muita cor, muita alegria, muito poder, as Drags estão aí para dominar e será que a gente ainda não percebeu que elas podem ser mais eficientes do que um militar?
Texto: Aline Campanhã e Luisa Volpe.