Pesquisas desmentem crenças sobre dietas e mostram que uma alimentação saudável é bem diferente das mostradas em revistas
Jéssika Elizandra
Na opinião da maioria dos ocidentais, gordurinhas e beleza não combinam. Sabendo disso, as mulheres lançam mão das mais diversas dietas, acreditando que assim ficarão magras, saudáveis e, consequentemente, lindas. Só que pesquisas, como a Medicare’s search for effective obesity treatments: diets are not the answer, vem comprovando que essa crença não se fundamenta.
Publicado em 2007 pelo Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, o estudo consiste na reunião de dados de mais de 30 pesquisas a respeito do efeito de dietas em adultos, e permitiu que os pesquisadores concluíssem que os regimes não só fazem as pessoas engordarem, como aumentam as chances do desenvolvimento de transtornos alimentares, como compulsão, bulimia e anorexia.
Apesar do resultado parecer paradoxal – se a pessoa está comendo menos e alimentos mais saudáveis, como é possível que ela engorde? -, ele não é. Maria Luiza Petty, nutricionista do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, explica que os regimes populares, como os vistos em revistas, não levam em conta as particularidades de cada indivíduo, fazendo, por exemplo, com que uma pessoa que não gosta de brócolis precise comê-lo. Eles também restringem o consumo de doces, massas e frituras, necessários para o fornecimento de energia ao organismo. Isso é ruim porque o indivíduo perde o prazer em comer, desiste da dieta, se sente culpado e frustrado, e na maioria das vezes tenta sanar esse sentimento exagerando na comida. O resultado dos regimes malsucedidos é visto no corpo com aumento do peso, aparecimento de estrias, flacidez na pele e também na mente, podendo causar a irritabilidade, depressão, transtornos alimentares, etc.. Adeus beleza!
Então quais as características de uma dieta saudável? É necessário que ela permita que a pessoa, com o passar do dia, coma coisas de todos os grupos alimentares – cereais, frutas, hortaliças, leguminosos, mas também leite, carnes, gordura e açúcar. Também é importante que possibilite variações, pois se o indivíduo comer determinado alimento, como uma salada de frutas todas as tardes, vai enjoar. Por último, precisa levar em conta as particularidades de cada um. Por exemplo, se a pessoa tem o hábito de só comer fora, não adianta exigir que ela prepare comida em casa, é mais fácil procurar alternativas saudáveis no cardápio dos restaurantes e lanchonetes que frequenta. Na dúvida, uma consulta com o nutricionista é uma boa alternativa.