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É melhor comer do que remediar

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A prevenção de doenças como o câncer começa com uma alimentação balanceada e saudável.

Por Bibiana Garrido e Rodrigo Berni

Câncer é o nome que se dá a um conjunto de mais de 100 doenças que podem afetar partes vitais do corpo humano: os tecidos e órgãos. Essas doenças tem em comum o crescimento desordenado de células a partir de mutações no DNA delas, o que acaba gerando um nódulo ou tumor que passa a crescer com suas células se multiplicando de maneira incontrolável ou não se multiplicam de forma alguma, o que muitas vezes pode ser muito agressivo para o corpo. Cada tipo de câncer corresponde a um tipo de célula, de um respectivo órgão ou tecido do corpo, que passou a se multiplicar carregando um erro em seu código genético. Uma outra diferenciação é a velocidade de reprodução das células e também se são capazes ou não de invadir outras partes do corpo.

Um nódulo ou tumor pode ser benigno ou maligno. Chama-se benigno o nódulo ou tumor que não têm capacidade nem de crescer muito e nem de se espalhar pelo organismo. Por exemplo, nas mulheres jovens é muito comum o fibradenoma da mama, um pequeno nódulo endurecido que se forma nas mamas mas que não tem capacidade de crescer exageradamente ou se espalhar pelo corpo. Já os nódulos e tumores malignos são indicativos de câncer e têm a capacidade de crescer localmente e realizar metástase, ou seja, por via sanguínea é capaz de iniciar a formação de tumores em outros órgãos do corpo. São previstos 576 mil casos novos de câncer no Brasil por ano. O tumor mais incidente é o câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos), seguido pelos cânceres de próstata (68,8 mil), mama (57,1 mil), intestino (33 mil) e pulmão (27 mil).

Nos últimos tempos, a “cura do câncer” tem tomado as proporções de uma saga mitológica, levada aos limites da ciência e da paranoia pela mídia nacional, que inclusive levou pessoas a consumirem produtos enganosos (vide caso da “pílula fosfoetanolamina”).  De qualquer forma, o tratamento por medicamentos costuma ter um custo elevado, chegando a ser US$ 150 mil (cerca de R$ 605 mil. O que acontece é que estamos sendo levados a pensar de forma diferente, a transformar a rotina e redefinir os hábitos a fim de evitar a doença. Segundo o médico Dr. Guillermo Gutierrez do Hospital Municipal Materno-Infantil, como acompanhamento ao tratamento da quimioterapia a medicina alternativa da Índia têm obtido resultados eficientes no combate ao câncer. Desde aspectos psicológicos, como estresse e depressão, até atitudes mais habituais das nossas rotinas, como comer uma salsicha em conserva no bar, tomar refrigerante ou fumar um cigarro, tem sido levados em consideração como causadores do câncer.

Para os portadores da doença, o tratamento da quimiterapia possui diversos efeitos colaterais e é extremamente desgastante, de um tanto que muitos não aguentam o próprio processo quimioterápico. É uma opção que apresenta resultados, e os especialistas não aconselham deixá-la de lado, mas o Dr. Gutierrez alerta que em alguns casos  “a quimioterapia tem efeitos colaterais que podem impedir até o tratamento com convulsões, imunidade baixa que pode causar a morte até por uma gripe. Não está provado, mas há casos de leucemia após a quimioterapia”.

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) aponta que um dos fatores que causam o câncer é uma rotina de hábitos pouco saudáveis, o que engloba os hábitos alimentares e sexuais, tabagismo, alcoolismo, determinados medicamentos, radiação solar e exposição a fatores de risco no dia-a-dia, como trabalhar com substâncias tóxicas. Um outro fator importante é a predisposição genética, porém, casos de câncer no histórico da família não acarretam na certeza de que acontecerá de novo, e sim de que, se não tomadas devidas providências – não se expor a fatores de risco – há maiores chances de a pessoa desenvolver a doença. Segundo o Dr. Gutierrez, a alimentação é um fator importante no tratamento, sendo que “existe até uma recomendação por uma alimentação vegetariana. No caso do câncer de intestino, está comprovado que o consumo de fibras previne o aparecimento do câncer. Encontramos nas verduras, aveia, farelo de trigo, frutas. Mas o problema é que algumas frutas tem agrotóxicos, o que pode auxiliar um caso de câncer.”

Para a vegana Kamila Feldenheimer, 27 anos, a mudança de hábitos alimentares foi de grande importância na melhoria da sua saúde. O veganismo é uma dieta e uma filosofia de vida que exclui todos os ingredientes de origem animal. Leite de vaca, de cabra, ovos, queijos, mel, carnes, e outros tantos produtos com componentes animais ficam fora do menu diário. “Sempre tive muita inflamação de garganta, crises de sinusite e também tinha queimação. Depois que parei com todos os derivados, principalmente queijos, notei que não tive mais queimação, nem azia. E também não fico mais doente tão fácil, sou mais resistente”, conta Kamila.

“A dieta vegetariana pode fazer milagres para sua saúde, inclusive prevenir diversos tipos de câncer. Quando bem balanceado e variado, rico em frutas e vegetais de todas as cores, o prato vegetariano tem se mostrado uma arma na prevenção dessa doença que está muito relacionada aos hábitos alimentares. O segredo é uma poderosa química: além de nutrientes e fibras, os alimentos de origem vegetal possuem antioxidantes que dão uma proteção extra às células do corpo”, explica uma artigo (link: http://www.revistavegetarianos.com.br/noticias/o-que-comer-ou-evitar-para-prevenir-o-cancer/) da Revista dos Vegetarianos. De acordo com o Dr. Michael Greger, entrevistado pela equipe, uma dieta que contenha ingredientes de origem animal aumenta as chances de desenvolvimento de doenças, inclusive os tipos de câncer. “O sangue de quem segue o veganismo por pelo menos um ano tem oito vezes mais força de lutar contra uma célula cancerígena do que o de um onívoro”, afirma o médico.

A diferença brutal das duas dietas, vegana e onívora, que reflete em um sistema imunológico mais forte e menos suscetível a doenças, se dá porque boa parte dos alimentos que vem de animais é recheada de hormônios – como no caso do peito de frango, por exemplo, desproporcionalmente maior do que seria seu tamanho normal, por conta aplicação de hormônios – e produtos químicos – vacinas, remédios e compostos para tratar a carne. Outros grandes campeões no quesito de química na comida são os vegetais, legumes e frutas com agrotóxicos. Uma pessoa que consome esses produtos com frequência possui todas as chances de desenvolver algum tipo de doença ou distúrbio relacionado à alimentação.

A vegana Kamila Feldenheimer credita à dieta todas as melhoras que observou em seu cotidiano desde que aderiu ao veganismo, um ano atrás – antes era somente vegetariana, desde os 11 anos. “Você é o que você come, eu acredito nisso. Além de não ficar mais doente, eu emagreci, me sinto mais disposta para fazer exercícios físicos e durmo melhor. Tenho muitos amigos veganos e nenhum deles costuma ficar doente ou ter a saúde frágil. É só escolher  bem os alimentos e equilibrá-los na dieta”, relata. “Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir em 40% o risco de câncer e de outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão”, ressalta o nutricionista Fabio Gomes, do Instituto Nacional de Câncer (INCA)  para a Revista dos Vegetarianos.

 
Para saber mais:
Uma Boa Alimentação Durante o Tratamento do Câncer, livro escrito pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos traduzido pelo Dr. Nivaldo Barroso de Pinho
É possível um único remédio curar o câncer?
Oncologistas pedem redução no custo de medicamentos contra o câncer

Redação

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