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Como as amazonas conquistaram seu espaço nessas modalidades e a realidade com a qual convivem no Brasil.
 
Por Érica Travain, Lais Esteves e Mariana Kohlrausch
 
Apesar de desenvolvido na Grécia Antiga há mais de 2 mil anos e amplamente usado para fins militares, o hipismo só apareceu como modalidade olímpica nos jogos de Paris, em 1900. O esporte se tornou permanente nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, quando foram incluídas no programa da competição as provas de adestramento, saltos e Concurso Completo de Equitação (CCE). Até hoje, essas são as três modalidades presentes nos jogos e o hipismo é o único esporte olímpico no qual homens e mulheres competem entre si. Desta forma, são disputadas seis medalhas, devido à premiação ser realizada individualmente e em equipes.
A modalidade de adestramento exige que cavalo e atleta executem um percurso alternando movimentos livres e obrigatórios, como caminhada, trote, galope e parada. Nas Paralimpíadas, essa é a única categoria disputada.
Enquanto isso, na prova de saltos, é preciso completar um percurso de 10 a 13 obstáculos, demonstrando força, velocidade e obediência do cavalo, além da destreza do cavaleiro ao montar.

Laura Ferratone saltando com cavalo hipismo

A amazona Laura Ferratone durante um salto. (Foto: Tayna Ribeiro)


 
A prova de CCE é a mais completa e envolve todos os aspectos do hipismo. A competição nessa categoria possui três etapas: adestramento, saltos e cross-country. A última exige que o cavaleiro complete um percurso de 30 a 40 saltos sobre obstáculos diversos, como lagos e pedras.
A presença feminina nos esportes olímpicos sempre se desenvolveu de forma lenta e, no hipismo, as mulheres só começaram a competir em 1952. Em Tóquio-64, o esporte teve a primeira amazona a competir na prova de CCE. Desde então, as mulheres sempre se destacaram no hipismo. Na Rio-2016, elas foram destaque no adestramento individual, modalidade na qual as atletas Charlotte Dujardin (Grã-Bretanha), Isabell Werth (Alemanha) e Kristina Sprehe (Alemanha), conquistaram ouro, prata e bronze, respectivamente.
No Brasil, a Confederação Brasileira de Hipismo existe desde 1941 e é responsável pela regulamentação, coordenação, promoção e fomento dos esportes hípicos praticados no país, entre eles: adestramento, atrelagem, CCE, enduro, equitação especial (paraequestre), rédeas, volteio e salto. Apesar de ser um esporte que normalmente não faz distinção de gênero, há no Brasil os campeonatos exclusivos para amazonas, tanto estaduais, quanto  nacional, o Campeonato Brasileiro de Amazonas, realizado uma vez ao ano.
A rotina de treinos
A paixão acompanha Laura Ferratone desde a infância na fazenda do avô. Apesar do amor por cavalos ter surgido cedo, ela conta que só começou a praticar o hipismo com 8 anos, quando foi morar em Bauru. Por mudanças de cidade, ela parou por um tempo e só voltou a praticar com 14 anos, quando também passou a competir no esporte. Desde então, Laura comprou o próprio cavalo e não parou mais de se dedicar ao hipismo.

 
Hoje, com 18 anos, ela conta que deu um tempo nas competições para se dedicar à dar aulas de equitação, mas pretende voltar logo à competir. Agora, o foco são os treinos nos Estados Unidos que terão início no começo de 2017. Depois, pretende competir no Brasil em maio e, futuramente, pode ir para a Bélgica.
Mesmo sem desafios próximos, Laura conta que os treinos com sua égua, Grafi, são diários. “Na verdade é uma rotina, a gente sempre trabalha procurando ir para uma competição, mesmo não indo. A gente treina de segunda à sábado”, explica. A rotina de treinos é seguida rigorosamente para manter cavalo e amazona sempre preparados e em sintonia.
Ela explica que os treinamentos visam melhorar a confiança no cavalo e a realização de saltos e percursos. “Na segunda é só trabalho em plano, que é galopar, trotar, só para o cavalo ficar mais relaxado. Aí fazemos passeio, uma volta, para que eles relaxem mesmo. E dois dias da semana a gente tenta saltar. Fazemos percurso, exercício de varinha no chão, ginástica. Tudo para melhorar a nossa confiança com o cavalo, nossa distância e o equilíbrio com o cavalo. São sempre os dois que precisam melhorar, nunca é só um”, afirma.
Laura compete na modalidade de saltos, mas os treinamentos englobam todas as áreas, pois é preciso que o cavalo e a amazona estejam bem em todas as funções. Para treinar essa categoria do hipismo, um atleta começa desde os obstáculos mais baixos, de 40 centímetros, e pode chegar até 1,60 metro. Conforme o desempenho, o desafio vai ficando maior. Atualmente, Laura treina no obstáculo de 1,10 metro.
Nos campeonatos, há a divisão por idade, começando na categoria Mini-Mirim, seguida por Infantil, Mirim, Pré-Junior, Juvenil e Júnior, Jovens Cavaleiros e Seniors. Por enquanto, Laura compete na categoria Jovens Cavaleiros, até que complete 21 anos.
Sobre a presença das mulheres no esporte, ela acredita que nunca sofreu com o machismo nesse ambiente, mas percebe que as amazonas ainda são minoria nas competições de hipismo. Apesar disso, nota que o número de meninas interessadas no esporte está crescendo, o que pode ser visto na escolinha de equitação onde dá aulas e as meninas são a maioria.
Para ela, um dos maiores desafios do esporte é o fato de o hipismo exigir um investimento muito alto por parte do atleta. Ter o próprio cavalo e dedicar-se às competições é muito caro, o que limita muitas pessoas a continuarem no esporte.
Além disso, o cuidado com os animais também é de extrema importância para o hipismo, atividade que exige gastos e muita atenção com as necessidades de saúde e o bem-estar dos cavalos. Laura conta que lutou por quase um ano para que Grafi se recuperasse de uma lesão. “Quando ela ficou doente eu pensei: ‘vou parar, vou deixá-la se recuperar no pasto, aposentar e deixá-la viver sossegada”, relata. Apesar das dificuldades, os veterinários persistiram na recuperação e, hoje, Grafi está em sua melhor forma.
Parte importante do trabalho de um haras está nos cuidados diários com os cavalos. No Centro Hípico Santa Rosa, onde Laura treina, os animais recebem atenção especial. “A rotina de cuidados é muito formada em trabalho, veterinário, quiropraxia. Tudo aqui é focado no bem estar deles.”
Além disso, o local conta com tratadores experientes e um zootecnista, responsável por regular a dieta de três refeições por dia e a suplementação. Os animais ficam soltos por um período do dia, para evitar a cólica, problema de saúde mais recorrente entre os cavalos. Eles também tomam banho todos os dias e, por causa da época de calor, foram colocados ventiladores nas cocheiras.
Para auxiliar no tratamento dos cavalos, um veterinário da equipe olímpica vem de fora de Bauru uma vez por mês, enquanto outro veterinário da cidade ajuda no haras e faz a reprodução dos animais.
Segundo Laura, cuidar bem dos cavalos não é só pelo esporte, mas pelo amor ao animal. Um cavaleiro não costuma montar em outro cavalo a não ser o próprio, apenas em casos de competições onde não é possível levá-lo. Além da relação afetiva, ela explica que o trabalho é totalmente feito em equipe, de forma que cavalo e atleta precisam ser muito unidos e sincronizados. “É um trabalho em equipe, que não só depende de mim e do cavalo. Depende do meu treinador, do tratador, do veterinário, de todo mundo”, conta.
É preciso um tempo de convivência e treinos para que um se adapte ao outro e crie confiança entre as partes. A atleta conta que treina com sua égua há dois anos e, hoje, uma compreende a outra. “Eu confio nela e ela confia em mim. Isso é muito importante. Tem ligação entre nós”, afirma Laura.
 
Uma outra realidade
Quando os homens norte-americanos foram convocados para a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), suas filhas e esposas assumiram o controle das fazendas que possuíam. E foram algumas dessas mulheres as responsáveis por fundar a Girls Rodeo Association (em tradução livre, Associação Feminina de Rodeio) em 1948. 38 amazonas se reuniram, no estado do Texas, de forma a fundar a organização que se dedicaria para a promoção das mulheres dentro dos rodeios. Na época, o sistema não possibilitava grande participação feminina e, quando isso acontecia, era sob condições desleais.
Em 1981, mudaram o nome da organização para Women’s Professional Rodeo Association e, hoje, as competidoras associadas (cerca de 2500) se destacam pela prova de três tambores, competindo por milhões de dólares todos os anos.
 
No Brasil
A modalidade de tambores desembarcou no país por meio da ação da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Ao lado das provas de seis balizas e cinco tambores, passou a ser vista como uma prova de velocidade com participação feminina.
Contudo, em 2003, atletas se organizaram com o intuito de buscar melhores condições para o esporte, profissionalização e organização dentro de provas independentes e rodeios. Dessa forma, surgiu a Associação Nacional dos Três Tambores (ANTT). De acordo com a presidente Silvana Bertato, antes da fundação da organização, as competidoras sofriam discriminação e descaso pela maioria dos organizadores e profissionais de rodeios. “Não havia àquela época, nenhum tipo de contrato formal estabelecido entre as partes. Horários raramente eram cumpridos conforme o combinado, pois se houvesse um show e seus organizadores entendessem que o tempo era escasso, por conta de seus intermináveis atrasos por falta de organização, a primeira coisa a ser desconsiderada e cancelada era a ‘prova do tambor’ ou ‘a prova das mulheres’”, conta.
Além disso, os alojamentos não apresentavam as mínimas condições sanitárias de funcionamento para as competidoras, muito menos preocupavam-se com o bem-estar de seus animais. “As pistas não obedeciam a nenhum padrão de dimensões e segurança, não havia credenciamento suficiente, as premiações eram irrisórias em relação ao custo de inscrições e viagens. E, muitas vezes, essas premiações simplesmente não eram pagas”, relata a presidente da ANTT.
Com a criação da associação, composta por competidoras da categoria, hoje, segundo Silvana Bertato, “os eventos com a chancela ANTT tem um nível de organização profissional e promovem visibilidade nacional e internacional às competidoras, seus animais, treinadores e todos os profissionais envolvidos com o universo do esporte equestre, um grande gerador de divisas e empregos no Brasil e no mundo”. Atualmente, é responsável por, em média, 12 etapas durante o ano.
 
Como funciona?
A prova de três tambores consiste em completar um percurso triangular, contornando tambores, no menor tempo possível. Em geral, há uma distância de 27,5m entre o primeiro e o segundo tambor. O segundo e o terceiro possuem uma distância de 32m, mas as medidas podem variar conforme o tamanho da pista de competição.
A atleta precisa passar pelo primeiro tambor pelo lado direito, enquanto o segundo e terceiro são pela esquerda. Em seguida, segue reto em disparada. Ganha a competição quem fizer o percurso em menor tempo.
Existem algumas penalidades, como derrubar um tambor, o que acrescenta cinco segundos ao tempo final da competidora. Além disso, quando acabam o percurso, todas devem passar pela avaliação de um fiscal que verifica se o cavalo apresenta algum ferimento ou sangramento, devido ao uso incorreto da espora e do freio. Em caso afirmativo, são desclassificadas.
 
Competidora profissional
Kelly Caroline Pereira, 24 anos, anda à cavalo desde a infância devido à influência de seu pai. Aos cinco anos de idade, já competia nas categorias mirins. Durante 15 anos morou em Nova Odessa (SP) e, há quatro meses, vive em Bauru (SP), onde também treina e cuida de seus cavalos.
Kelly Caroline Pereira Três Tambores

A competidora Kelly Caroline e sua égua. (Foto: Érica Travain)


 
Todos os dias, acorda às 6h30min e treina até às 11h30min. Depois que os cavalos são alimentados, volta ao treinamento às 15h. Escovar os animais, arrear, ir à pista, treinar, desarrear, dar banho e levar ao piquete fazem parte da rotina da competidora da prova de três tambores e de seu ajudante.
Os gastos com um animal, por mês, apenas com alimentação, podem chegar a cinco mil reais. Ainda é preciso desembolsar dinheiro para as inscrições e os fretes que levam os cavalos até as competições – valores que variam de R$100 a R$500, dependendo da competição. “A gente gasta mais com o cavalo do que com a gente. Precisamos comprar sela, manta, caneleira, liga, freio, rédea”, explica Kelly. Por isso, conta com três patrocinadores que fornecem vitaminas, caneleiras e roupas. Ademais, os proprietários do local onde mora oferecerem seus cavalos para que participem de competições. Em troca, Kelly divide uma parte de seus prêmios e cuida dos equinos.
 
Nas provas
Kelly costuma competir todos os fins de semana e, normalmente, faz provas no estado de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Viaja um dia antes da prova com os cavalos, para que possam descansar e treinar na pista do evento. Dependendo da distância, até com dois dias de antecedência. Junto a ela, leva apenas um cavalo ou uma égua, ou seja, o animal que estiver em melhores condições para vencer a prova.
“Tem horas que não é nem tanto o quanto a gente ganha, mas a valorização, pois nessas competições, você vai ganhando, o cavalo vai pontuando e o cavaleiro também”, diz. Ao final do ano, a ABQM – que permite a competição mista (homens e mulheres), diferente da ANTT (apenas feminino e feminino mirim) – divulga uma lista com os melhores competidores durante os 12 meses. Neste ano, ela ocupa a 211ª colocação no ranking da modalidade, entre milhares de treinadores.

 
O segredo NÃO é força!
Se você não entende do assunto, mas já assistiu uma prova de três tambores, pode imaginar que é preciso força para que o cavalo dê a volta no tambor, mas não é isso o que acontece! “Tambor tem que ser jeito. O cavalo tem que estar bem condicionado para ser sem ter força na hora que você vai correr”, explica Kelly. Fazer força é sinônimo de aumentar o tempo do trajeto, logo, perder a competição.
Contudo, as condições da pista também podem influenciar, como o solo escorregadio ou com pedras, que podem machucar o animal. Assim, é preferível poupá-los do que competir.
 
Prêmios
No currículo, Kelly leva o terceiro lugar em Barretos – o maior rodeio do país -, conquistado em 2012. Além da Silver Race da ANTT, em 2013, e diversos vice-campeonatos em rodeios. “A ANTT não é qualquer campeonato, é um campeonato de grandes nomes. Por mais que seja a segunda categoria que elas criaram, é bastante importante pra gente. Valoriza a gente e o animal”, diz animada.
Por meio das parcerias comerciais, divulgação de produtos e empresas parceiras, a ANTT tornou-se o maior campeonato da modalidade no país. “Em seus quase 14 anos de existência, já distribuiu mais de um milhão em prêmios”, conta Silvana Bertato. Para a presidente, a valorização do esporte e das competidoras é fruto do trabalho de divulgação e fomento realizado pela associação. “O Campeonato Nacional ANTT vem, gradativamente, aumentando suas premiações. Pelo segundo ano consecutivo, um automóvel 0km foi entregue à campeã da temporada”, destaca.
 
Esporte x Bem estar animal
O hipismo e a prova de três tambores transformaram a realidade no mundo do esporte, evidenciando o papel da mulher em um ambiente que, em sua maioria, é constituído pelos homens. A nova estrutura inicia uma discussão a respeito da questão de gênero e do empoderamento feminino. Entretanto, esportes que utilizam animais também inauguram um debate sobre a situação a qual esses cavalos são submetidos.
Estabelece-se um confronto entre os atletas dessas modalidades e as instituições que são responsáveis pelo bem-estar do animal. Nessa esfera destaca-se o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA), a maior rede de proteção animal do Brasil, que possui mais de 120 entidades afiliadas. Entre suas principais conquistas destaca-se a proibição da realização de eventos com provas de laço em Jaguariúna, Assis e Tietê.
De acordo com a diretora técnica do Fórum, Vânia Nunes, “em todas as provas que utilizam animais, há o risco de que essas atividades causem danos a eles”. Segundo ela, o Fórum atua reunindo pesquisas e evidências científicas para oferecer subsídios que sustentem sua defesa em prol dos animais. “Na ciência do bem-estar animal existem três pontos fundamentais para avaliar as condições de um cavalo: alto grau de bem estar, baixo grau de bem estar, bem estar adequado ou ausência de bem estar.  Para isso, é necessário avaliar os aspectos fisiológicos, físicos e mentais do animal”, afirma.
A diretora explica que o risco de lesões, problemas digestivos, hematomas, fraturas e outros distúrbios podem ocorrer além do período de realização das provas, mas também durante os treinos e a rotina desses cavalos.
Nunes ressalta que além dos danos físicos aos animais, existem os danos psíquicos e situações de angústia e ansiedade, aos quais estes animais são expostos. “Em muitos casos, os treinamentos não são calmos ou tranquilos, são treinos intensos que não respeitam os limites de recuperação física e mental do animal. Isso é um problema grave, que pouco se considera. Os animais podem ficar assustados, com medo e nervosos”, comenta.
Recentemente, o Fórum lançou a Campanha Brasil sem Rodeios que visa extinguir os rodeios e vaquejadas realizados em todo o país. De acordo com a diretora técnica, os eventos expõem os cavalos à um ambiente noturno, com som alto, além da alimentação, que em alguns casos não é adequada. “As provas levam os animais a uma série de situações que eles não precisam passar em um ambiente natural. Existem também as seleções de animais para que cada vez mais, eles tenham o melhor potencial, que também são questionáveis hoje em dia”, explica.
 
Em Bauru
Na cidade de Bauru, também existem instituições que lutam a favor dos animais. Uma delas é a ONG Naturae Vitae que tem como objetivo principal a proteção animal e ambiental. Um de seus papéis é proteger cavalos de rodeios, de tração e serviço, ou que foram abandonados, além dos animais utilizados no hipismo e outras provas equestres.
De acordo com o diretor jurídico da ONG, José Hermann Schroeder Jr., os danos causados pelo hipismo são diversos. “Estes cavalos passam a maior parte de suas vidas confinados em baias de diminutas proporções, são levados de um lado ao outro em intermináveis e cansativas viagens, em caminhões, barcos e aviões, são forçados a praticar saltos e manobras que colocam sua integridade física a constante risco de fraturas, o que lhes provoca forte tensão emocional, alteração do batimento cardíaco e disfunções respiratórias”, explica.
No caso das provas de três tambores o diretor afirma que existem estudos que comprovam que os animais podem sentir dor e sofrer fraturas. “Alexander Nevzorov, cientista pesquisador do assunto, explica que os freios utilizados se dividem em duas categorias: os de ação trigeminal quando os ramos do nervo trigêmeo que passam aos longo dos ossos que formam a mandíbula inferior do cavalo são escolhidos como principal ponto da inflição da dor e os de efeito dental (bridões) pela qual as áreas dentais macias – as barras, os dentes (o primeiro e o segundo pré-molares), língua, palato e gengiva são submetidos a uma influência dolorosa direta, isto é, a dor direta que atua sobre os nervos palatais menores, os ramos dos nervos maxilares, o nervo sublingual, os nervos alveolares e os nervos faciais”, afirma.
A ONG também se opõe aos rodeios. “Com a bandeira dita cultural, os cavalos são duplamente explorados em rodeios, ou como montarias diretas ou então como elementos de suporte às montarias de touros. O cavalo salta como se fosse uma lebre a base de dispositivos cruéis, tais como o sedem que aperta os testículos, esporas, etc”, afirma Hermann.
A Naturae Vitae propôs Ação Civil Pública para impedir a realização desses eventos. “Em alguns casos temos sucesso, em outros nem tanto, pois não há uma unanimidade quanto a questão no judiciário brasileiro, e além disso os rodeios estão regulamentados pela lei federal, inclusive o peão montador pertence à categoria de atleta profissional”, comenta o diretor.
Em nota, a ANTT declara que, desde sua fundação em 2003, mantém, em seu estatuto, regulamentos e normas de conduta rigorosas em relação ao bem-estar animal. “Os animais que participam dos eventos da ANTT possuem certificado de saúde e trânsito animal fiscalizados por profissionais especializados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Todas as competições da ANTT são obrigatória e criteriosamente acompanhadas por veterinários, juízes e fiscais que, ao menor sinal de irregularidade ou maus-tratos, desclassificam e punem exemplarmente seus competidores. A ANTT adota a prática do exame anti-doping em seus animais, realizada por laboratórios credenciados, demonstrando a certificação e transparência do esporte. Respeitamos e admiramos o trabalho das sérias e idôneas organizações Protetoras dos Animais, pois jamais concordaríamos com qualquer tipo de injúria ou maus-tratos”, explica.

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Redação

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