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Pandemia: como fica a classe artística?

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Fora dos palcos, artistas precisam se reinventar para enfrentar o cenário 

Por Flávia Gasparini

Portas de teatros, cinemas, estádios e casas de shows trancadas. Fronteiras fechadas, eventos cancelados e muitas incertezas. Com a quarentena e isolamento social impostos pelo coronavírus, tudo que engloba a classe artística precisou ser cancelado ou adiado. Meses se passaram e ainda não temos o contato físico entre artistas e admiradores. O autógrafo, um breve abraço e a recordação ficaram para uma outra ocasião. 

Por conta das mudanças e restrições, os artistas precisaram se reinventar e contar com o apoio do governo e da população em geral. Ao menos 17 Estados brasileiros adotaram medidas de redução de impactos na classe artística. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a Secretaria de Cultura criou uma plataforma online para a exposição e remuneração de trabalhos.

Já em São Paulo, o Governo Estadual iniciou cadastramento de profissionais da cultura para renda básica emergencial prevista pela lei federal 14.017/20. Dos R$ 264 milhões recebidos pela Lei Aldir Blanc, no máximo R$ 189 milhões irão para o pagamento, e R$ 75 milhões para financiamento de editais.

Além disso, a criatividade ganhou palco mais uma vez e o número de apresentações alternativas cresceu consideravelmente. No universo da tecnologia, as lives fizeram a alegria dos finais de semana dos amantes da música.  Elton John, The Killers, Jorge & Mateus, Gusttavo Lima, e Marília Mendonça apostaram em shows online para levar entretenimento durante a pandemia.

A cantora sertaneja, Marília Mendonça, durante apresentação em live (Foto: Reprodução)

Outra forma de se aproximar dos fãs foi o investimento em shows “drive-in”, em que as cadeiras e arquibancadas foram substituídas pelos assentos dos carros. A cantora bauruense, Denise Amaral, por sua vez, decidiu “voltar no tempo” e, junto com seus companheiros de banda, investir em um sucesso antigo: as serenatas. Impossibilitada de fazer shows desde o começo da quarentena, ela encontrou no formato um novo jeito de continuar com as apresentações. 

Em entrevista para o “Nem te Conto” da Rádio Unesp Virtual, ela conta que queria investir em algo que não trouxesse risco para os envolvidos e garantisse o trabalho. “Cantamos na calçada e com o ouvinte sempre distante. As músicas são escolhidas pela própria pessoa e isso acabou criando um clima bem interessante. Eu já fiz shows para milhares de espectadores e agora eu canto para apenas um, mas as apresentações são tão importantes quanto todas as outras”.

Sobre o futuro da classe artística no pós pandemia, Denise não tem uma projeção do que irá acontecer. “A nossa classe vai ser a última a voltar à normalidade, né? Aglomeração, todo mundo pulando junto, ouvindo a música em um barzinho, em um show ou casamento. Eu não consigo vislumbrar, mas, como músico é muito criativo, eu acredito que a gente vai descobrir uma maneira de sobreviver a isso. O que me deixa mais triste é que, durante esse período de tempo, vai ter gente que não vai conseguir se manter”, desabafa, “como se tem muita esperança, acredito que vai ter um futuro melhor. Tenho fé nisso. Espero e desejo”.

Pelo decreto nº 15.001, de 18 de setembro, a quarentena em Bauru fica prorrogada até 4 de outubro. Estabelecimentos estão proibidos de realizar eventos sociais recreativos presenciais, sendo assim, ainda não há previsão para o retorno das apresentações artísticas na cidade.

Redação

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