Os livros rompem barreiras de tempo, espaço e conhecimento. Em aproximadamente seis mil anos de existência, ainda são fundamentais para o desenvolvimento intelectual
Caroline Lima
A televisão pode ser considerada uma das maiores fontes de entretenimento do brasileiro. Junto a ela, a internet. Seja em computadores, tabletes ou smartphones, em todo momento há como se informar, adquirir conhecimento e passar o tempo. Em uma época onde a tecnologia está constantemente presente nas regiões mais desenvolvidas do Brasil, como os livros conseguem sobreviver? Na internet, pode-se ler sobre variados assuntos a qualquer momento, sem gastar dinheiro.
Espaço Literário, sebo e livraria no centro de Bauru (divulgação)
Os livros, ao contrário, precisam ser adquiridos, em livrarias, sebos ou bibliotecas e, na maioria das vezes, se referem à apenas um assunto. Passeando pela literatura até os livros didáticos, esse senhor tão velhinho proporciona momentos de imenso prazer e conhecimento. São seis mil anos de histórias, emoções, conhecimentos compartilhados, propagação de religiões e filosofias.
“Ler é uma aventura!”, descreve Bruna Pascale, atendente do sebo e livraria Espaço Literário, localizado no centro de Bauru. Bruna é formada em letras e adora livros, por isso escolheu trabalhar no estabelecimento. Para ela que gosta de tudo, literatura, poesias, gibis, ler é viver a história, se identificar com o personagem e se envolver tanto a ponto de não conseguir interromper a leitura.
Os motivos de se ter um livro são: ter o objeto físico, colecionar, levar para onde quiser e ler agradavelmente. “No computador é desconfortável, a luz me dá dor de cabeça. E eu gosto de ler e poder riscar e anotar”, diz Bruna. Para ela comprar no sebo é vantajoso, pois os preços são mais acessíveis já que os livros são usados. Além de ser possível encontrar livros antigos e mais difíceis de achar em livrarias.
Em tempos de Google e rápidas pesquisas on-line, os livros demonstram que nem sempre a tecnologia tem todas as respostas e soluções. Nas universidades, os alunos muitas vezes não encontram teorias suficientes e seguras na internet e vão para as bibliotecas. Os computadores ajudam, mas o motivo de estarem lá são os livros. A diretora da biblioteca da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus Bauru, Aparecida de Fátima Cavalheiro Bueno, afirma que esse espaço é essencial para dar apoio às atividades didáticas, seja aos docentes ou aos alunos. Através dos livros, é possível pesquisar, conhecer e ir um pouco além: criar conhecimento. Para Aparecida, “o livro propicia o uso da imaginação, é fonte de informação, expande o mundo das ideias e o conhecimento da língua, além do aumento do vocabulário e da habilidade oral”.
Em 2012, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pela Fundação Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência, mostra que o número de leitores brasileiros caiu 9,1%, no ano em que a pesquisa foi feita. Atualmente, os livros competem com muitos outros focos de atenção das pessoas e desde cedo nas escolas são encarados como obrigação. Mas em todos os lugares livros são encontrados.
Nos sebos e bibliotecas já citados, em máquinas nos metrôs, que os vendem por um valor simbólico: “pague quanto puder”, nas estantes de familiares e também nas livrarias de ruas e shoppings. Wallace Alves de Souza, que trabalha na livraria Empório Cultural, do Bauru Shopping, diz “junto ao cinema, a livraria é um dos únicos estabelecimentos voltados para a cultura no shopping”, por isso a importância de sua existência. Wallace considera a leitura um caminho para outro mundo e uma forma de adquirir melhorias na comunicação, na escrita e no aprendizado.
Os livros existem há séculos. Proporcionam melhorias em diferentes aspectos, além de levar os leitores a outro mundo. Ele rompe as barreiras de espaço e tempo sem impor limites para imaginar. Para ler é preciso ter muita imaginação, para que a cada virada de página de uma boa literatura venha uma nova emoção. E ao rabiscar as páginas de um livro teórico, seja possível sentir que mais conhecimento foi adquirido.
Confira os livros mais vendidos (Abril/2014):
Ficção
1- A Culpa é das Estrelas, John Green
2- Quem é você, Alasca?, John Green
3- Divergente, Veronica Roth
4- A Menina que Roubava Livros, Markus Zusak
5- Covergente, Veronica Roth
Não- ficção
1- Demi Lovato- 365 Dias do Ano, Demi Lovato
2- Assassinato de Reputações, Romeu Tuma Jr
3- Sonho Grande, Cristiane Correa
4- 1989, Laurentino Gomes
5- O Livro da Psicologia, Nigel Benson