Por Marcos Cardinalli e Paula Nishi
De acordo com o pesquisador Irineu Azevedo Bastos, que está a frente de um trabalho de resgate histórico dos nomes de ruas e de espaços públicos de Bauru, a Praça da Paz foi inaugurada em 29 de dezembro de 1988, e seu nome foi fortalecido pelo monumento em bronze, de autoria do artista plástico José Laranjeira, que representa o vôo da pomba da paz. A estátua é feita com uma estrutura de ferro revestida com aço inox. Curiosamente, a asa quebrada é intencional, com o objetivo de mostrar que, embora a paz seja um desejo universal, ainda não foi totalmente conquistada.
Desde então, a praça passou a ser frequentada pelos munícipes como um dos espaços de lazer mais importantes da cidade. Com o tempo, inúmeros trailers transformaram o local em uma grande praça de alimentação e de encontros entre amigos e familiares. Atualmente, o local é muito frequentado por grupos familiares, colegas de trabalho, casais apaixonados e universitários.
Além das opções para todos os gostos, os comerciantes que trabalham todas as noites na Praça da Paz oferecem preços acessíveis à população, o que não ocorre em outros lugares da cidade, como a Avenida Getúlio Vargas, conhecida pela grande quantidade de restaurantes noturnos.
Para Sandraly Gama, que trabalha no Trailer Ki Sabor – aberto há 19 anos na Praça da Paz – um importante diferencial do local é realmente o preço acessível e o fato da Praça ser localizada ao ar livre, contribuindo para uma ambientação aconchegante, tranquilo e popular.
”Em Bauru é tudo muito caro, na Getúlio Vargas, por exemplo [outro importante ponto da cidade]. Uma família pode vir aqui, comer bem e beber bem, pagando pouco. É um importante lugar pra quem não tem muito dinheiro”. Entretanto, Sandra não considera que o preço seja fator definitivo na delimitação do público que frequenta a Praça. Entre os clientes, destaque pessoas de alto poder aquisitivo e também frequentadores de outras cidades da região, como Agudos, Jaú e Lençóis Paulista, Garça e Duartina.
”O lanche é bom, o preço é bom, não tem porquê as pessoas não comerem aqui”.
Apesar da grande concorrência, Sandra ainda destaca que isso não interfere nas vendas. Inclusive, a concorrência resulta em preços acessíveis em produtos de boa qualidade.
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Apesar de não residir em Bauru, Júlia Andrade, estudante de engenharia mecânica da Universidade Tecnológica do Paraná, não pôde deixar de conhecer a Praça da Paz na sua breve estadia na cidade. ”Vim visitar uma amiga que mora em Bauru e quis conhecer a Praça. Fiquei com vontade de experimentar o famoso churros [risos]”, afirma a estudante, se referindo ao doce que é sucesso e que é responsável por formar enormes filas nos trailers todo final de semana.
Já para Isadora Lima, residente de Agudos, a Praça da Paz é sinônimo de entretenimento aos finais de semana com os amigos. Por ser bem próxima a Bauru, Isadora alega que a Praça é um local perfeito para desfrutar de bons momentos de descontração. ”Meus amigos não curtem muito balada, nem eu. Aos finais de semana, queremos fazer um programa tranquilo, mas também não queremos ficar na cidade em que moramos todos os dias da semana.”
Ariely Fonseca, estudante de Relações Públicas na Unesp de Bauru, mora perto da Praça da Paz! Para ela, o local representa um espaço de encontro e lazer para os bauruenses, bastante frequentado por famílias com crianças. Quando questionada sobre qual é o produto mais consumido por ela, Ariely não tem dúvidas: ”os churros são quase um monumento da cidade e realmente são muito bons, é o produto que eu consumo com mais frequência lá, junto com a pizza brotinho”.
Mas se é de um ambiente familiar que o bauruense procura, a Praça da Paz também já se mostrou ser o lugar perfeito: além das diversas opções gastronômicas, a Praça ainda conta com vendas de artesanatos, brinquedos para crianças e, em alguns dias da semana, até mesmo com música ao vivo. Eliane Gonçalves é casada e mãe de três filhos pequenos e conta ”a Praça da Paz é um espaço que encontrei para passar um tempo em família. Comemos algo diferente, as crianças podem brincar um pouco e enquanto isso, também passo um tempo com o meu marido”.