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Projetos de extensão: uma ferramenta para a educação ambiental

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Projeto da FEB trabalha com jovens ensinando sobre energia solar

Por Michele Matos, Natalia Pinhabel e Juan Jorge

Não é de hoje a preocupação com as fontes renováveis de energia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2012, a participação de matrizes energéticas renováveis atingiu o menor índice de participação no total de energia produzida no Brasil em uma década, 42,4%. Isso significa que 67,6 % do total de energia produzido vieram de fontes não renováveis.

A energia é um aspecto importante na produção, nos padrões de consumo e na economia, mas causa impactos ao meio ambiente. As matrizes não renováveis, que são compostas pelos derivados de petróleo, gás e energia nuclear, geram altos gastos financeiros para a produção, além de serem causadores de muitos danos ambientais, como por exemplo, a poluição do ar durante a combustão de derivados de petróleo ou a contaminação radioativa, como na usina de Fukushima, no Japão, em 2011. Além disso tudo, como o próprio nome diz, essa matriz energética não é renovável, ou seja, um dia vai acabar!

Dentro desse cenário torna-se importante o investimento no aumento da produção de energias renováveis. A educação das pessoas e a produção de tecnologias mais modernas e baratas são ferramentas importantes nesse processo de mudança. Na Faculdade de Engenharia (FEB) da Unesp de Bauru o projeto de extensão Gerasol, coordenado pelo professor Alceu Ferreira Alves, alia a tecnologia e os conhecimentos em energia solar (uma das fontes renováveis de energia) com a educação de jovens da comunidade, ou seja, promovendo a união do ensino, pesquisa e retorno social.

Veja abaixo a entrevista que a equipe do Jornalismo Especializado Unesp fez com o professor Alceu sobre o projeto:

Jornalismo Especializado (JE): Como começou o projeto GeraSol?

Alceu Ferreira Alves (AFA): Sou pesquisador da área de Energia Solar e sempre trabalho com alunos de graduação em iniciação científica. Ao convidar alunos do primeiro ano de Engenharia Elétrica para colaborar nas pesquisas, percebi que eles não tinham conhecimento técnico suficiente para desenvolverem os trabalhos, porém tinham muito interesse no assunto. Resolvi então desenvolver um trabalho de ‘treinamento técnico’, informal, para apresentar a energia solar a estes alunos. Quando comecei o trabalho, percebi que eles, recém-saídos do ensino médio, tinham grande consciência ambiental, sem entretanto nunca terem visto nada mais específico sobre o aproveitamento da energia solar para geração de eletricidade. Neste momento tivemos a ideia de aproveitar o interesse destes alunos e levar o conhecimento da Universidade para escolas de ensino fundamental e médio, apresentando a Energia Solar como uma alternativa não poluente e abundante no nosso país para suprir a demanda de eletricidade hoje existente.

Equipe do projeto Gerasol em escola dando palestra sobre uso consciente de fontes de energia solar a partir de materiais alternativosEquipe do Projeto GeraSol em escola dando palestra de energia renovável com produtos alternativos.

(JE): Explique um pouco sobre o projeto, como ele funciona?

(AFA): O objetivo é despertar nas crianças e adolescentes a consciência sobre a necessidade de energia em todo o planeta e como que o petróleo, o gás natural, o carvão, e a energia atômica são prejudiciais ao meio ambiente. Fazemos uma apresentação, discutimos estas questões com esses alunos e apresentamos a energia solar como alternativa viável e totalmente limpa para gerar eletricidade e substituir todos os combustíveis fósseis.
Depois de apresentarmos todas as vantagens desta fonte inesgotável e totalmente limpa, realizamos atividades lúdicas através de brincadeiras utilizando carrinhos de corrida movidos a energia solar, onde as crianças têm a oportunidade de manuseá-los, decorá-los e finalmente, realizar uma competição (corrida) com os carrinhos movidos a energia solar.

Campeonato de corrida feito com os carrinhos produzidos pelos próprios alunosCampeonato de corrida feito com os carrinhos produzidos pelos próprios alunos.

(JE): Conte um pouco para nós sobre como funciona a participação dos alunos?

(AFA): Bastante motivadora. Tanto os estudantes de engenharia elétrica, que têm uma visão mais técnica do assunto, conhecendo os princípios atômicos do silício na conversão da radiação solar em eletricidade, quanto dos estudantes das escolas visitadas, que ficam fascinados ao verem motores elétricos se movimentando sem a necessidade de baterias, nos encorajam a continuar desenvolvendo as atividades e apresentar alternativas ecologicamente corretas às fontes tradicionais de energia.

Diversão garantida feita com as próprias mãosCarrinho pronto produzido pelos alunos após a palestra.

(JE): Qual a importância do projeto para o meio ambiente e também para a vida acadêmica?

(AFA): A importância maior é a conscientização das novas gerações sobre a importância da preservação da natureza, a necessidade da conservação de energia, os impactos que as fontes tradicionais de combustíveis fósseis causam no meio ambiente. Ensinando as crianças, elas se tornam vetores multiplicadores das informações e as levam para suas casas, para seu meio social. Para a universidade, cumpre seu papel transformador, levando conhecimento não somente à pequena parcela da sociedade que tem acesso aos bancos universitários, mas também a segmentos sociais que nem sempre têm as oportunidades de aprender que os jovens universitários têm.

(JE): Quais as perspectivas futuras para o projeto?

(AFA): Infelizmente a crise econômica pela qual passa o país está refletindo diretamente nos recursos para a manutenção da universidade pública. No ano passado tivemos 01 bolsista e nenhum recurso para deslocamento ou compra de materiais. No ano anterior havia 03 bolsistas e uma pequena verba que foi suficiente para construirmos os carrinhos e deslocar a equipe até as escolas. Para este ano estão solicitados novamente 03 bolsistas e um pequeno recurso; caso não haja a liberação de ao menos 01 bolsista e algum recurso, o projeto corre o risco de não acontecer em 2016, o que será muito triste, pois os resultados são importantes e motivadores, tanto para os estudantes que levam as informações quanto para os que recebem. Com um pequeno apoio, poderemos continuar e ampliar as atividades.

Impacto ambiental matéria especial sobre plantas e mudas

Matéria especial do Jornal Impacto Ambiental sobre Árvores e plantio.

Impacto na vida dos estudantes

O aluno de jornalismo, João Pedro Ferreira, faz parte de um projeto de extensão da UNESP voltado para o meio ambiente chamado Impacto Ambiental desde o primeiro ano de faculdade. Hoje, prestes a concluir o curso, avalia sua participação do projeto como a “melhor experiência de sua vida”. Ele, que começou como repórter e hoje é diagramador do jornal, conta como teve diversas oportunidades como profissional: “no primeiro ano, eu pude entrevistar todos os candidatos a prefeito de Bauru, foi um ótima experiência como jornalista. Aliás, aprendi muito com o projeto, quase tudo que sei como repórter, aprendi lá”. Além do conhecimento adquirido como aluno, João Pedro diz que desenvolveu uma consciência ambiental maior: “hoje, eu penso duas vezes antes de fazer qualquer coisa que possa afetar o meio ambiente,. Todas minhas atitudes fazem lembrar o que aprendi com o Impacto Ambiental, tento me manter de acordo com o que aprendi e produzo no projeto”, explica. O Impacto Ambiental é um produto laboratorial do projeto de extensão Pauta Verde – Uma Experiência em Jornalismo Ambiental feito por alunos da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP (FAAC).

Redação

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