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YouTubers influenciam comportamentos dos jovens brasileiros

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Entre as 10 personalidades mais influentes entre os jovens brasileiros, cinco são youtubers.
Por Mariana Fernandes
Nos últimos anos, os canais no YouTube fazem parte dos assuntos mais comentados na internet. Segundo estatísticas da própria plataforma, o YouTube tem mais de um bilhão de usuários, o que significa quase um terço das pessoas que utilizam a Internet. Além disso, “o número de canais que recebem seis dígitos por ano pelo YouTube cresceu 50% ao ano”.
De acordo com o dicionário de Cambridge, o significado de “YouTuber” é: “uma pessoa que usa o YouTube com frequência, especialmente alguém que produz e aparece em vídeos do website”. Em vários casos, essas pessoas tornam-se celebridades, como a brasileira Kéfera Buchmann, que possui quase 11 milhões de inscritos em seu canal, mas afirma que as publicidades que faz fora dos vídeos são mais rentáveis. Segundo Kéfera (em entrevista ao El País), “Você precisa de muitas visualizações e certa popularidade, de números, porque o YouTube se baseia nisso para te pagar. Acho que é um risco que você toma sabendo que há muita chance de dar errado.”

Mais de 4 bilhões de vídeos são vistos por dia no Youtube (Fonte: Youtube) (Foto: Reprodução).
Desde o surgimento do site de vídeos YouTube em fevereiro de 2005, internautas de praticamente todo o planeta  passaram a consumir vídeos de uma maneira inédita na plataforma. Segundo a revista Time, o YouTube foi a melhor invenção do ano por “criar uma nova forma para milhões de pessoas se entreterem, se educarem e se chocarem de uma maneira como nunca foi vista”. Já em Julho de 2006, 65.000 vídeos novos eram postados por dia e o site recebia 100 milhões de visitas por dia. Com o sucesso inegável, a gigante da internet Google adquiriu o Youtube por 1,65 biliões de dólares, mas não alterou a estrutura da empresa. Atualmente, a plataforma está disponível em 51 línguas diferentes e pode ser acessada em praticamente todos os dispositivos de mídia, entre televisões, smartphones, tablets e consoles de videogames. Mesmo com diversas plataformas investimento na visualização de vídeos, o YouTube continua como líder isolado.

Através dos diversos canais criados diariamente na plataforma, surgiu um novo hobby: pessoas começaram a passar horas navegando no YouTube procurando por assuntos que a interessavam. Em 2013, surgiram os primeiros youtubers brasileiros, também chamados de vlogueiros, por causa da junção das palavras vídeo + blog. Na época, não estavam disponíveis modelos de negócios e a pretensão de lucrar com publicidade não existia. Os youtubers começaram apenas falando sobre assuntos que gostavam de compartilhar, muitas vezes através de gravações amadoras feitas com webcams.
De 2013 para cá, tudo mudou: os canais tornaram-se vias de empreendimento e fontes de rendas robustas. O própria plataforma YouTube criou uma “Escola de Criadores de Conteúdo”, na qual fornece aulas online para os aspirantes. Tornar-se youtuber passou a ser considerado o sonho de uma geração inteira. A estudante de moda Vanessa Pereira, por exemplo, acompanha três youtubers diariamente e está estudando modelos de negócios e cases nacionais para tentar empreender na área. Segundo ela, “o poder de influência que o YouTube tem é fascinante. Tenho amigas que conseguem tirar mais de mil reais por mês dos seus canais, todos direcionados à maquiagem.”
No YouTube, o dono do canal pode obter fonte de receita direta e indireta. Na forma direta, a plataforma remunera produtor de conteúdo de acordo com o número de visualizações em seus vídeos, caso o dono do canal opte por rentabilizar seus vídeos através de anúncios que a plataforma exibe. A forma indireta seria a rentabilidade através de conteúdo orientado, isto é, ações de merchandising no conteúdo dos vídeos, nas quais os patrocinadores pagam diretamente ao responsáveis pela criação do vídeo para terem sua marca exposta.
Segundo Washington Saw, responsável pelo site Especialista Digital, “estimativas apontam que um youtuber no Brasil fatura aproximadamente 1 US$ a cada mil visualizações em seus vídeos na plataforma. Os valores variam bastante, pois são feitos cálculos diferentes dependendo de qual lugar o vídeo foi acessado, em qual dispositivo (computador, celular, tablet) e também se houve cliques em anúncios.”
No início, grandes empresas ainda hesitavam em fazer parcerias com os youtubers, mas atualmente é difícil encontrar uma marca poderosa que não pague para ter seus produtos, eventos ou serviços avaliados no YouTube. A Walt Disney foi pioneira e anunciou a compra do Maker Studios, uma das maiores redes de canais do YouTube, por US$ 500 milhões, já em 2014. Em 2015, a gigante Microsoft foi investigada e acusada de pagar aos produtores de conteúdo da plataforma para que falassem bem de seu lançamento, o console Xbox One. Mas não são apenas empresas que fazem parcerias com os youtubers. O governo do presidente Michel Temer pagou R$ 65 mil para o canal Você Sabia elogiar reforma do Ensino Médio – comandado por dois jovens, o canal possui 7,8 milhões de assinantes. Em outros países, o governo da Holanda financiou um polêmico projeto didático para conscientização dos jovens sobre os efeitos das drogas que consistia em fornecer drogas a três youtubers que as usam e mostram como os afeta.

Os jovens Lukas Marques e Daniel Molo lucraram R$ 65 mil por conteúdo produzido para o Governo do Brasil. (Foto: Reprodução)
YouTubers brasileiros e sua influência
O YouTube não tem ao seu favor apenas a versatilidade do formato de vídeo, mas também o potencial enorme dos influenciadores no comportamento das pessoas. De acordo com o blog da empresa, Think With Google, “um novo perfil de ídolo desponta como o preferido entre os jovens brasileiros. Não é preciso gostar das mesmas coisas ou ter ideias parecidas para influenciá-los. Beleza física também não é importante. O ídolo das novas gerações é espontâneo, autêntico, original, inteligente e bem-humorado. O ídolo das novas gerações ainda está na TV, mas faz sucesso mesmo é no YouTube”.
A blogueira e YouTuber bauruense Mayara Ramos destaca que “alguns youtubers/blogueiros têm sucesso semelhante e até maior do que um ator global, inclusive mais seguidores em suas redes sociais e até salários maiores”. A diferença entre a televisão e o Youtube, na esfera da influência, é que enquanto o poder da TV depende de qual atração está no ar, os youtubers possuem uma relação mais constante com os jovens, gerando capacidades de engajamento e mobilização muito maiores e mais frequentes, criando um relacionamento que faz mais sentido para os jovens. De um lado, existe a audiência passiva dos programas de televisão. Do outro, existe o YouTube com a produção de conteúdo original e direcionado especificamente para um nicho, com vídeos nos quais respondem comentários, interagem com a audiência e pedem sugestões de temas para os próximos conteúdos, criando uma relação muito mais próxima. De acordo com o Google, “a matemática dos youtubers funciona assim: admiração + proximidade = identificação”. Por isso, das 10 personalidades mais influentes entre os jovens, 5 são YouTubers (de acordo com a pesquisa “Os Novos Influenciadores – 2016”).

Em preto e branco estão os atores de TV, em vermelho estão indicados os youtubers (Foto: Blog Think With Google).
Os youtubers se diferenciam das celebridades tradicionais exatamente pela relação próxima que constroem com os fãs. Ao conversar com a audiência olhando diretamente para a câmera e mostrar fatos cotidianos de suas vidas, cria-se uma atmosfera de cumplicidade, como se os produtos de conteúdos fossem amigos próximos. Exatamente por essa crença de serem “gente como a gente”, podem impactar o público de uma maneira muito mais profunda, autêntica e pessoal. Afinal, faz mais sentido ouvir conselhos e recomendações de um amigo do que de um comercial padrão na TV.
De acordo com o site Meio e Mensagem, corresponsável pela pesquisa sobre influenciadores, “o estudo aponta três características do relacionamento com youtubers: é pessoal (conteúdo específico, feito para ele, o jovem, por fontes diferentes, na hora e no dispositivo que escolher), acessível (gratuito e tem variedade) e compartilhável (conexão com as redes sociais e, ao compartilhar, o jovem expressa sua própria identidade). Por esses motivos, para 76% dos adolescentes o YouTube pode ser substituto para a TV aberta e para 65% para a TV paga”.

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Redação

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