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De palhaço à comunicador, os partidos políticos buscam formas de angariar votos

Por Lívia Lago

A corrida eleitoral pela prefeitura de São Paulo já começou. Após o jornalista e apresentador José Luiz Datena ter aceitado o convite do Partido Progressista (PP) para disputar o cargo, os rumores sobre o desenrolar desta história já se iniciaram. O Instituto Paraná realizou a primeira pesquisa de intenção de votos para o cargo e o nome do apresentador do “Brasil Urgente” já se mostra forte.

Segundo a pesquisa, Celso Russomanno (PRP) – que foi apresentador do antigo programa “Aqui Agora” – e Datena disputariam o segundo turno se as eleições municipais acontecessem agora. Os dois lideram em todos os possíveis cenários políticos, já  que alguns partidos ainda não anunciaram seus candidatos.

Outra tendência: os partidos de direita estão na frente nesta corrida eleitoral. E seus corredores ficaram conhecidos graças à seus programas de apelo popular e cunho sensacionalista.

Datena e Russomanno disputariam o segundo turno pela prefeitura de São Paulo

A preferência por esses candidatos de mesma origem midiática não é uma mera coincidência, segundo o jornalista e comentarista político Fábio Silveira “o Brasil está vivendo uma guinada conservadora e a agenda do Datena é uma agenda populista de direita que alimenta essa guinada”. A análise vale também para o candidato do PRP. Ambas agendas midiáticas dos apresentadores traziam um discurso radical, especialmente em relação à violência – o famoso “bandido bom é bandido morto”.

Esse fenômeno não é recente. Já nas décadas de 1970 e 1980 tínhamos figuras emblemáticas como o Ratinho e Anthony Garotinho. O primeiro começou a jornada política em 1977 como vereador de Jandaia do Sul, no Paraná, o segundo em 1989 como prefeito de Campos dos Goyatacazes, no Rio de Janeiro. No universo midiático, Ratinho é uma figura televisiva conhecida, enquanto Garotinho traçou carreira de radialista no Rio de Janeiro.

As celebridades e o palanque

Apresentadores de televisão, no entanto, não são os únicos a debandarem para a política. Atores, cantores, jogadores de futebol e ex-BBBs são algumas das categorias de celebridades que também tentam ser eleitas nos cargos legislativos e executivos.

Mas o que levam essas personalidades a seguirem pela carreira política e o que leva os partidos a optarem por esses candidatos? Uma alternativa é a possibilidade de conquistar o eleitor pela fama. “Eles [celebridades] trazem um capital simbólico forte por serem conhecidos. [As pessoas] se sentem identificadas, mas não é uma identificação de representação política, é uma identificação de outra natureza”, aponta Fábio.

Outro aspecto que contribui para a escolha de celebridades é o sistema proporcional, onde um candidato com muitos votos pode “carregar” seus parceiros no caso de cargos legislativos. De acordo com o cientista social e advogado Lucas Alessandro Silva, em alguns casos as “celebridades são ‘utilizadas’ por partidos como meios ou ferramentas para ‘puxar votos’ para candidatos menos populares.”

Celebridades Eleições

Esse recurso muitas vezes é associado à maneira como a campanha eleitoral do candidato famoso é feita. Segundo Lucas, “constata-se que algumas dessas celebridades se valem de discursos caricatas, com objetivo de unir a própria fama a propostas desmoralizantes à política, tal qual ocorreu com o candidato Tiririca com a proposta ‘pior que está não fica’”.

tiririca

Campanha eleitoral de Tiririca em 2014

O fenômeno do “voto de protesto” também pode contribuir. Na falta de “bons políticos” as pessoas votam naqueles que não são políticos, como forma de manifestar sua insatisfação. Nesse caso, o advogado alerta para o cuidado com esse tipo de manifestação, pois mesmo vindo de outras carreiras, eles são candidatos elegíveis: “Um voto para Tiririca não deve ser visto como protesto, mas como voto válido, (in)consciente, mas válido”.

Político não é tudo igual (nem quando tem fama no meio)

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Romário e Jean Wyllys são políticos que surpreendem positivamente

É importante ressaltar que há políticos de origem famosa que têm desempenhado um bom papel dentro de seus cargos. Os casos do ex-jogador de futebol Romário (PSB) e do ex-BBB Jean Wyllys (PSOL) refletem bem isso: independente de suas ideologias, ambos apresentam uma postura ativa e participativa dentro do Congresso.

Por um voto consciente

Em vista desta sedução provocada pelos “candidatos celebridades”, é importante a população estar sempre atenta nos períodos de eleição e não se deixar levar pela fama de um ou pela propaganda de outro. Para isso, é fundamental pesquisar o perfil dos candidatos a fim de escolher aqueles que, na visão do eleitor, estejam mais aptos para ocupar determinado cargo político e apresentem planos de governo mais adequados. O site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que essa pesquisa prévia seja feita. Além de  fornecer os perfis de todos os candidatos antes de cada eleição, o site apresenta informações sobre os partidos e quaisquer outras sobre a gestão governamental atual.

 
 
 

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Redação

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