A maior competição mundial de futebol mal havia começado e o primeiro ataque a comunidade LGBT+ também já tinha dado as caras. Um casal francês foi brutalmente atacado no último dia 16, depois de pegar um táxi na cidade de St. Petersburgo, além de terem sido roubados, um dos homens teve uma fratura na mandíbula e possíveis danos cerebrais.
Esse episódio deixa claro como o país sede da copa do mundo de 2018 trata a homossexuais em seu país, com leis que proíbem qualquer apologia gay e também impede casais gays de adotarem.
Por conta das perseguições no país sede da copa, o Itamaraty lançou uma cartilha de recomendações aos torcedores gays que pretendem assistir aos jogos do mundial para que eles evitem “demonstrações homoafetivas em ambientes públicos. A cartilha gerou discussões em toda a internet.
Segundo a diretora do departamento consular Maria Luiza Ribeiro, o intuito da cartilha era de alertar os torcedores LGBT+ e prevenir quaisquer “constrangimentos”. Em entrevista ao G1 a diretora explicou sobre os riscos para a comunidade no país, “Na Rússia, há uma lei especificamente sobre comportamento homoafetivo. Se for em público, nosso cidadão brasileiro pode estar correndo risco.”
A lei em questão está em vigor desde junho de 2013 e proíbe a propaganda gay e demonstrações homoafetivas em público, que segundo a lei “serve para proteger as crianças.” Quem infringir a lei pode ser preso por até 15 dias, ter que pagar multa de 5 mil rublos e caso seja estrangeiro pode ser deportado do país.
Mesmo sobre fortes críticas de entidades internacionais a FIFA não se atentou a questão da segurança dos LGBT+ na escolha da sede da próxima edição do mundial. A copa de 2022 será sediada pelo Qatar, país em que ser homossexual pode levar a prisão com pena de um a três anos.
O então ministro dos esportes do Qatar em 2014 disse em entrevista à agência de notícias AP que o país tentaria achar “soluções criativas” para esses impasses como da comunidade gay e também da proibição de bebidas alcoólicas. “Acho que podemos ser criativos, encontrando soluções para tudo isso. Mas respeitamos as regras,” disse Salah bin Ghanem bin Nasser al-Ali em entrevista.
Por enquanto, ser gay e gostar de futebol, continua sendo algo perigoso, pelo menos para quem pretende assistir aos jogos da copa do mundo nos próximos países sede.
Por Wesley Gonsalves e Carla Rodrigues