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“BICHA”: a (não) evolução da relação entre esportes e LGBTs

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Mesmo com aumento de número de atletas se assumindo LGBT, o preconceito ainda se mantém o mesmo

Por Bárbara ParoGiovana RomaniaJulia GonçalvesPatrícia Konda e Renan Dercoles

Declarar-se LGBT+ é um ato corajoso. A coragem triplica se isso ocorrer com um atleta profissional, especialmente no Brasil, um dos países que mais mata LGBTs no mundo – um membro da comunidade é morto a cada 25 horas, segundo os dados de 2016 do Grupo Gay da Bahia. Entrar em uma sessão de comentários, seja no ano de 2007 ou 2017, de um grande veículo midiático esportivo de um conteúdo que fale sobre pessoas LGBT nos esportes é como congelar no tempo. Não existe diferença de 10 anos atrás para agora. Ainda mais se o esporte em questão for o futebol.

Nos últimos 5 anos, o número de atletas profissionais que se assumiram LGBT aumentou. Nas Olimpíadas, por exemplo, se em Pequim (2008) eram 10 assumidos publicamente, em Londres (2012) esse número já pulou para 23. Nos jogos olímpicos Rio 2016, esse número foi para 49 – dos quais 11 eram atletas homens. Os jogos do Rio de Janeiro foram considerados por alguns a Olimpíada mais gay da história, já que, segundo o historiador Tony Scupham-Bilton, o Rio detém 20% dos atletas assumidos, que somam um total de 257.

Tom Daley, Rafaela Silva, Kate e Helen Richardson-Walsh, que são casadas, e uma boa parte do time feminino de futebol dos Estados Unidos são alguns dos atletas que decidiram abrir parte de suas vidas para o mundo. Enquanto os passos de gays, lésbicas e bissexuais são mais largos nas olimpíadas, os das pessoas T (travestis, transsexuais e transgêneros) ainda são curtos. “É importante percebermos que a significação das lésbicas no esporte é uma, dos gays outra, dos bis outra, e dos Ts mais diferente ainda”, opina Giovana Capucim, mestre em História Social pela USP e membro do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa sobre Futebol e Modalidades Lúdicas (LUDENS). “Eu diria que esses são corpos totalmente fora da norma e que não têm espaço no mundo dos esportes hegemônico tal qual ele é hoje. Eu consigo lembrar de dois exemplos, a Edinancy aqui no Brasil e uma outra atleta sul-africana, que tiveram que passar por um “teste de feminilidade” para competir nas Olimpíadas”, conta.

Uma grande vitória para as pessoas T veio em 2016. O Comitê Olímpico Internacional (COI) mudou algumas resoluções em relação às pessoas transsexuais. Os homens trans já podem competir sem nenhuma restrição,  enquanto que as mulheres precisam apenas ter a quantidade de testosterona controlada para poder competir em equipes femininas, segundo a própria entidade. A necessidade de cirurgia de mudança de sexo não é mais necessária. Entretanto, apesar das mudanças, não foi no Rio de Janeiro que a primeira pessoa trans competiu.

O mundo preconceituoso do futebol brasileiro 

Especificamente no Brasil, o domínio do futebol no cenário esportivo deixa muito clara a questão da LGBTfobia da sociedade brasileira. “O futebol se constituiu histórica e socialmente no Brasil como um espaço de afirmação de masculinidade. Logo, qualquer pessoa fora do padrão de masculinidade hegemônica, seja uma mulher, um homem gay ou uma pessoa trans, acaba sendo um elemento estranho para eles”, afirma Giovana Capucim.

O futebol brasileiro é repleto de casos de preconceito, mas vive um dilema de dois pesos e duas medidas, em que todos prestam muita atenção aos casos de racismo – como deve acontecer -, mas também fecham os olhos para os gritos de “bicha” que se sucedem jogo após jogo nos maiores campeonatos do país. “O esporte nada mais é do que uma mimetização das nossas relações sociais. A nossa sociedade é machista, racista e LGBTfóbica, só que isso é velado. No estádio de futebol, para ofender e desestabilizar o outro eles usam o ‘calor do jogo’ como desculpa”, continua a membro do LUDENS. “Enquanto nós não dermos conta dos preconceitos contra LGBTs enquanto sociedade, não tem como dar conta disso no esporte”, finaliza.

Em exemplo prático de como o futebol sempre impôs barreiras contra as mulheres, o futebol feminino era proibido por lei de ser praticado no Brasil até 1979. Em 2013 torcedores do Atlético-MG fundaram a Galo Queer, primeira torcida LGBT diretamente relacionada ao clube de futebol no Facebook, e em pouco tempo clubes como: Palmeiras, Cruzeiro, Corinthians, São Paulo, Grêmio, Vitória, Bahia, Internacional e Flamengo; também começaram a contar com movimentos de torcidas contra a homofobia e compostos em sua grande maioria por LGBTs.

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A grande dificuldade é por conta da inclusão dessas torcidas nas arquibancadas, as torcidas organizadas se posicionam de maneira agressiva contra qualquer manifestação que fere os seus interesses. Dentro dos estádios manifestações LGBTs, antifascistas e de outros movimentos sociais sofrem repressões e ameaças. No próprio Facebook não existe dificuldade de encontrar em posts sobre torcidas de futebol, comentários contendo ameaças como: “Vamos discutir isso pessoalmente”.

O Respeito Futebol Clube, movimento contra o preconceito no futebol, contou que existe uma segmentação dos coletivos por conta da dificuldade de eles encontrem seu espaço nas arquibancadas. Existem relatos de LGBTs que chegaram às vias de fato com membros de torcidas organizadas dentro dos estádios. Outro ponto tocado foi a falta de dados e especialistas na discussão da homofobia no futebol no Brasil.

Em fevereiro deste ano, o site Puntero Izquierdo fez uma matéria sobre os gritos de bicha que se tornaram populares nas arquibancadas quando o goleiro do time adversário bate um tiro de meta, a atitude foi copiada dos mexicanos que vieram para a copa de 2014 e faz parte de uma tradição antiga que vem sendo contestada no México já por mais de 10 anos.

Carlos Costa, 25 anos, palmeirense e frequentador do Allianz Parque disse em entrevista na matéria: “O grito é um sinônimo de desgosto, não com o esporte, mas com a torcida, com quem acompanha e faz o futebol ser o que é hoje. E o futebol é, hoje, um resumo da sociedade atual, cheia de ódio e preconceitos. É irritante ver esse tipo de atitudes, ainda mais dentro da nossa torcida, que parece desconhecer os preconceitos que o Palmeiras teve que vencer para chegar onde chegou.”

Carlos, porém, relata que o grito nunca pegou na torcida alviverde: “Sabe o que me alivia, pelo menos na torcida do Palmeiras? Quando muitos gritam isso você consegue ouvir alguns, uma boa parte retrucando ‘cala a boca’, ‘não fala merda’, algo do tipo. É o que me alivia e me faz não desistir do meu amor pelo Palmeiras, pelo futebol. Eu sei que piso diariamente em um campo minado, mas meu amor pelo Palmeiras e por esse esporte me dá uma vontade do caralho de continuar”.

Apesar da torcida palmeirense se posicionar contra os preconceitos e bater de frente com a Mancha Verde, maior organizada do clube, em confrontos com o São Paulo por exemplo a torcida continua com os gritos homofóbicos. No último clássico em agosto deste ano, quase que a totalidade dos torcedores gritavam “ei você aí, as bicha vai cair” ao final da partida como se não houvesse problema.

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Ao aceitar alguns “gritos” e refutar outros, é evidente a falta de conhecimento e em alguns casos interesse de entender os problemas da homofobia e do ódio que culminam em mortes em ambientes como a arquibancada.

A segregação (des)necessária

Frente a esse cenário hostil, parte da população LGBT+ tem buscado alternativas ao ambiente esportivo mainstream – no qual encontram dificuldades para se inserir. Surge então uma quantidade considerável de times voltados para atletas gays, lésbicas, bissexuais e trans, que, ainda à margem do mundo do esporte e das grandes competições, conseguem gerar visibilidade e criam um espaço de convívio e identificação.

O Bharbixas Futebol Clube é um exemplo de time criado com esse objetivo. Inspirado pela existência do time Unicorns F.C., de São Paulo, e dos Beescats, do Rio de Janeiro, Gustavo Mendes iniciou o movimento em Belo Horizonte. “Entrei em contato com os idealizadores dos dois times, que me ajudaram na divulgação utilizando as redes sociais para que fosse mobilizada a notícia por BH. Em poucos dias formaram-se as mídias e na mesma semana já acontecia a primeira pelada”, conta o estudante de engenharia de produção e idealizador do time.

Atualmente, o Bharbixas se encontra com cerca de 50 pessoas atuantes no time, entre jogadores e torcedores, e contam com a procura diária de pessoas que gostariam de participar. “Recebemos quase todos os dias mensagens de pessoas querendo aderir ao time, seja para jogar, torcer e confraternizar conosco a cada encontro”, conta Gustavo.

A demanda da população LGBT+ por esse tipo de espaço se mostra cada vez mais evidente, não somente no futebol. Bruno Kawagoe, Alan Alves e Marcelo Cidral são os três fundadores do Tamanduás-Bandeira, time LGBT+ de rugby que hoje conta com uma equipe fixa de 25 jogadores, número que chega até a 40 pessoas dependendo do treino. “A intenção do time é criar um espaço seguro e confortável para jogadores de qualquer orientação sexual, sexualidade e identidade de gênero, e gerar visibilidade LGBT não só dentro do rugby, mas de qualquer esporte no nosso país”, explica Marcelo.

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O jogador de rugby também conta que seus companheiros de time, Bruno e Alan, já haviam praticado o esporte na universidade e deixaram de jogar por sofrerem discriminação. Na tentativa de se tornar um movimento de resistência, times voltados à população LGBT+ como esses criam, em encontros semanais, um lugar de confraternização e entretenimento àqueles que gostam de esportes – como hobby ou profissionalmente, mas não conseguiram espaço para jogar. Gustavo, do Bharbixas, acredita que o verdadeiro propósito dessas iniciativas é “dar espaço, vez, diversão e amizade àqueles que não tiveram oportunidade no passado, seja por exclusão, homofobia ou qualquer discriminação que o impediu de praticar o esporte”.

Apesar dos projetos serem recentes e visarem, em parte, a recreação, a oportunidade de participar de competições nunca é descartada. “Estamos levando um dia de cada vez, mas a longo prazo com certeza existe a pretensão de nos profissionalizarmos. Já temos propostas para jogos contra equipes no interior e contra outras equipes gays sul-americanas, principalmente na Argentina, onde existem três times gays de rugby”, contam os Tamanduás-Bandeira. Já os Bharbixas pretendem seguir o caminho das competições amadoras, como a LiGay. “Nossa primeira competição de futebol será sediada no próximo mês, dia 25 de novembro, no Rio de Janeiro. Nossos anfitriões serão os Beescats, que receberão 7 times para participar da primeira Champions LiGay Nacional de Futebol”, explica Gustavo.

Enquanto os times de futebol masculino brasileiros remetem, muitas vezes, à riqueza, os times LGBT+ tem um cenário um pouco diferente. Para participar das competições, sem ter nenhum patrocinador, os times são “autofinanciados”. Marcelo Cidral conta que os Tamanduás-Bandeira não tem apoio financeiro nenhum e que qualquer gasto é dividido entre os jogadores, assim como os Bharbixas, que utilizam o dinheiro arrecado para pagar seus jogos semanalmente e arcar com os demais custos acerca do time. Ao mesmo tempo, o primeiro time de futebol transgênero do Brasil, o Meninos Bons de Bola, de São Paulo, nem pôde conceder uma entrevista, pois seus jogadores estavam ocupados vendendo bala no farol, a fim de arrecadar fundos para o transporte até uma competição em Curitiba.

Ocupação do espaço público e empoderamento

No Brasil, algumas competições são voltadas apenas aos LGBT+. Neuber Fischer, criador do portal Observatório G, explica que “antes, LGBTs só se socializavam em baladas, bares e festas voltadas para o público LGBT. Agora, com os grupos de prática esportiva, além de proporcionarem momentos de lazer e atividade física, ainda são momentos de interação social.”

É essa a proposta da Gaymada, evento criado em 2016 por Lucas Galdino e Guilherme Carnaúba. Através de jogos de queimada no Largo da Batata, na cidade de São Paulo, a competição pretende acabar com a associação da população LGBT+ a espaços fechados e noturnos. “Nosso foco é ocupar os espaços públicos com nossos corpinhos nada discretos; levar aos parques, às quadras, às ruas e a qualquer local público e aberto nosso brilho e mostrar que sim, existimos, e não vamos mais nos esconder”, esclarece Lucas.

A proposta parece surtir efeito: o evento alcança uma média de 100 pessoas a cada edição e hoje conta com parcerias sociais com a Casa 1 e o Centro de Acolhida Casa Florescer, através doações de roupas e agasalhos; e o Centro de Referência e Treinamento de São Paulo, que ofertou testes de HIV para o público que participava do último evento ou que passava pela área do Largo da Batata.

Apesar do sucesso das iniciativas, a situação ainda não é a ideal. “Termos que criar times para LGBT beira o ridículo, né?”, acredita Lucas Galdino. No entanto, todos os idealizadores das equipes entrevistadas concordam: ainda é uma atitude necessária. Para Gustavo, o público LGBT+ precisa a todo momento provar o seu valor contra os valores tradicionais enraizados na sociedade e criar alternativas separadas do ambiente esportivo tradicional é extremamente importante e relevante na luta a favor do esporte e do respeito. Lucas também acredita que essa é uma maneira de mostrar que a identidade ou orientação sexual não faz uma pessoa melhor ou pior em determinadas atividades.

Os idealizadores dos times LGBT+ também explicam que, apesar de surgirem por uma necessidade de segregação dos grandes clubes esportivos, hoje em dia a maioria das iniciativas se consideram inclusivas. “Não é um pré-requisito ser LGBT, qualquer pessoa que sinta-se confortável nesse universo diverso está bem vindo, e o resultado é que vários times possuem jogadores heteros-friendly em um ambiente saudável para todos, da maneira que deveria ser qualquer equipe esportiva”, explica Marcelo.

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Os espaços esportivos, então, começam a ser ressignificados e se tornam espaços de construção e visibilidade. Como aponta o jogador de rugby, essas iniciativas acabam se tornando também movimentos de resistência que transcendem os esportes e impactam a vida cultural da comunidade. “Mesmo sendo colocados de lado, é incrível ver como ainda assim conseguimos nos unir e nos ajudar. Criamos redes, porque é isso que o esporte faz, nos conecta com nós mesmos”, acredita Lucas.

Políticas públicas

No entanto, sem incentivo do governo, criar tais espaços pode se tornar um desafio. Em junho deste ano, a gestão da atual prefeitura da cidade de São Paulo ignorou diversos pedidos de apoio realizados pelo Campeonato Jogos da Diversidade. O grupo solicitou concessão do espaço público e auxílio financeiro e durante meses, não recebia nem o sim, nem o não do órgão público. De última hora, o Campeonato foi ajudado pelo Governo do Estado de São Paulo, que cedeu o Parque Ibirapuera para as atividades.

Diferentemente da atual prefeitura de São Paulo, algumas cidades do estado têm apoio do poder municipal para pessoas LGBT, como é o caso de Bauru. A cidade conta com um Conselho Municipal de Atenção à Diversidade (CADS), que foi instituído por lei municipal, e com uma Comissão da Diversidade Sexual da OAB Bauru (CDS)

Além dos órgãos que garantem os direitos desta população, Bauru contém ações que envolvem diretamente no avanço para a diversidade sexual e de gênero, como é o caso da Lei Municipal de 6.525/14, que confere o direito ao tratamento pelo nome social às pessoas transexuais e travestis, para mais, é a cidade pioneira a emitir a Carteira de Nome Social.

Outra medida importante instaurada no município é a questão de gênero e orientação sexual constar no Plano Municipal de Educação. Segundo um estudo “Juventudes na Escola, Sentidos e Buscas: Por que frequentam?” a homofobia é um dos principais tipos de preconceitos nas escolas. Homossexuais, bissexuais, transexuais, transgêneros e travestis são indicados como pessoas que não se deseja ter como colega de classe por 19,3% dos jovens. Sendo também o ambiente escolar, principalmente as aulas de educação física, um forte fator para a perpetuação da intolerância com o público LGBT nos esportes, já que é um espaço no qual os valores heteronormativos regem. 

Para Leandro Lopes, Presidente do CADS e Vice-Presidente da CDS, a cidade se tornou mais inclusiva, principalmente com o surgimento, em 2008, da Associação Bauru Pela Diversidade (ABD). “A meu ver, a ABD é a mola propulsora de uma série de políticas públicas que foram sendo conquistadas”, relata. 

Apesar dessas práticas não serem voltadas especialmente para o meio esportivo, é importante que elas avancem cada vez mais, assim como aponta Lopes: “Políticas públicas são transversais, ou seja, inclusão social aproveita a todos os segmentos, inclusive o esporte”. 

Maurício Rodrigues, mestrando do programa “Mudança Social e Participação Política” na EACH-USP e pesquisador de torcidas LGBT, também concorda que o problema extrapola o esporte. “No Brasil, não há lei que puna os crimes com motivação LGBTfóbica. Um exemplo disso, foi o PL-122, que propõe a punição de atos motivados por LGBTfobia, que foi arquivado, depois de inúmeras tentativas sem sucesso de ser colocado em votação”, declara.

Assim como Rodrigues apresentou, em instância nacional, os direitos desse público são ignorados, mesmo após diversas tentativas, o que também acontece no futebol brasileiro. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não demonstra ações efetivas para que o preconceito acabe nos estádios. Já internacionalmente, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) passou a aplicar multas nas arquibancadas com chamamentos de conotação homofóbica.

A própria Organização das Nações Unidas (ONU) publicou, em 2016, uma série de recomendações voltadas para proteção dos cidadãos LGBT e intersexual. As medidas estão no relatório “Vivendo livres e igualmente” e 200 países estão tomando medidas para implementá-las, contudo, a cultura heteronormativa ainda é muito forte, independente da nação ou espaço social.

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Redação

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