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Chegada de um novo Frente político para o Chile

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O Frente Amplio aposta política jovem que procura quebrar o regime bipartidario chileno
No Chile realizaram-se as primárias no Chile,(tipo de eleição dos partidos políticos para nomear candidatos a disputa das eleições presidenciais).Na ocasião participaram duas coligações: Chile Vamos composta pelos principais partidos de centro, centro direita e direita em oposição ao Frente Amplio que é um rupo político recém formado por partidos de esquerda, liberais e cidadãos independentes com o intuito de acabar com o sistema de bipartidos no Chile.
Porém, nessas eleições não houve a participação do Nueva Mayoria, o maior grupo político de esquerda e centro esquerda do país, composto de partidos socialistas e comunistas, devido a decisão do partido Democracia Cristiana, um dos mais influentes desse grupo político, de escolher Carolina Goic como sua candidata presidencial sem que ela precisasse concorrer com Alejandro Giller também pertencente ao grupo.
Nos resultados das primárias, o ex-presidente Sebastián Piñena do Chile Vamos foi o ganhador com 58,4% (827.347) dos votos competindo com o deputado Felipe Kast e o senador Manuel José Ossandón. Já representando o Frente Amplio a ganhadora foi a jornalista Beatriz Sánchez com 67% dos votos (221.348) contra o sociólogo Alberto Mayol.
barbara

Sistema político chileno, o legado da ditadura

A política bipartidista está presente no Chile por décadas, por meio de duas  grandes forças políticas, a direita representada pelos partidos Unión Demócrata Independiente (UDI) e Renovación Nacional (RN), o centro do Democracia Cristiana (DC) e a esquerda dos Partido Socialista (PS) e Partido por la Democracia (PPD).
Com o passar do tempo, cada corrente ideológica pôde formar laços que geraram grupos voltados ao alcance da representatividade, mas que precisavam cumprir as exigências do sistema binominal para chegar ao seu objetivo.
Uma vez que, o sistema binominal foi estabelecido em 1988 e promulgado durante o período da ditadura militar de Augusto Pinochet, que foi desde 1988 até 1973, e que até hoje opõe opiniões dos cidadãos chilenos, nas quais alguns defendem a sua permanência alegando que o sistema traz a estabilidade política ao país e outros argumentam que ele é antidemocrático, pois permite a entrada de figuras políticas poderosas, excluindo a maioria popular.
Em um país onde supomos que existem muitos poderes regionais, um sistema binominal poderia não ser problemático, porque em cada lugar poderiam eleger diferentes partidos ou grupos fortes. Mas se falarmos do caso do Chile, em que há um sistema de partidos muito consolidado, qualquer um que queira competir terá que se juntar a um dos blocos”, declarou Alberto Mayol, analista político chileno e ex-candidato a presidente nas últimas primárias realizadas o no dia 02 de julho de 2017.

Nascimento de uma nova força política

IMG_0407Integrantes do FA na apresentação do moviemnto político “Nueva Democracia” Foto: Javiera Lopez

O Frente Amplio de Esquerdas é formado por organizações que lideraram o movimento estudantil de 2011 e 2013, já que um dos seus precursores foram dirigentes universitários e lideraram as mobilizações da época. Começou a formar-se no fim do ano 2016, visando as eleições presidenciais e legislativas que aconteceriam em 19 de novembro do mesmo ano. Quando anunciaram que iriam participar como aliança nas próximas eleições presidenciais e parlamentares, surpreenderam a mesa do bipartidarismo
O nome do novo grupo político foi inspirado no projeto político do Frente Amplio uruguaio, devido a ideia de construir uma maioria popular, partindo desde a conquista da cultura. Assim como, existem movimentos dentro do FA que também resgatam a base teórica do Frente uruguaio”, disse Cristopher Hidalgo Cornejo, coordenador do Frente Amplio da comunidade de Cerrillos do Chile.
Seus idealizadores são Gabriel Boric que atuou como presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile e Giorgio Jackson como presidente da Federação de estudantes da Universidade Católica do Chile e foi a voz da Confederação dos Estudantes do Chile. Atualmente os dois jovens são políticos reconhecidos no Chile, Boric se tornou deputado pelo distrito eleitoral n.60, correspondente a região de Magallanes e milita no Movimento Autonomista, que é uma fração da esquerda autônoma. Já Jackson é deputado pelo distrito 22 da região metropolitana.
Atualmente se vive no Chile a imposição de uma cultura neoliberal aos cidadãos, iniciada com a mudança de um período histórico chamado Doutrina do Choque, que havia sido instalada na etapa inicial das conquista do sentido comum,” disse Cristopher Hidalgo Cornejo, coordenador do Frente Amplio da comunidade de Cerrillos do Chile.
 

Frente Amplio Uruguaio

Frentehttp://segundoenfoque.com

O Frente Amplio procura ser uma força política capaz de trazer mudança e justiça social, baseada em uma concepção nacional, progressista, democrática, popular, anti-oligárquica e anti-imperialista, na qual aderem aos princípios e objetivos da  Declaração Constitutiva de 05 de fevereiro de 1971, das bases e do Acordo Político.
É caracterizado por uma organização de alianças e movimentos, na qual procuram estabelecer a unidade, o respeito recíproco, a pluralidade ideológica e o cumprimento das resoluções colocadas pelos organismos pertinentes, segundo o estipulado pelo Estatuto em vigência.
Segundo especialistas, as semelhanças entre o Frente Amplio chileno e o Frente Amplio uruguaio que governa o país desde 2004, são notórias e podem ser encontradas na ideologia esquerdista, na grande quantidade de partidos, nos movimentos que os compõe e na juventude dos seus integrantes. Conforme o editor Francisco Faig, do Diario el  país de Uruguay, professor na Universidade ORT e residente em Santiago há dois anos coloca:“Existem semelhanças muito fortes e com certeza, o movimento uruguaio, inspirou o chileno”. Mas também, Faig pontuação  que há claras diferenças entre os dois fenômenos “O posicionamento do Frente Amplio do Chile é feito a partir da existência de duas coligações e isso não é exatamente o que aconteceu no Uruguai em 1971, quando o movimento nasceu, no momento em que haviam só dois partidos. Essa é uma diferença importante, pois enquanto estão construindo o Frente Amplio, vemos que no grupo Nueva Mayoría, a Democracia Cristiana se afasta e a coligação se desarma”,
Para o especialista essa não é a única diferença relevante, também está no cenário nacional e internacional, em que ambos estão à frente. “O uruguaio se forma quando há uma crise econômica e política, com movimentos guerrilheiros em plena ação e com uma repressão do Estado que começa a crescer. A frente pretende ser uma resposta a isso […] No Chile, além dos níveis, existe um processo de 25 anos de crescimento e melhorias em índices sociais e não tem Guerra Fria. Nesse esquema, os dois têm um discurso de esquerda, o que é uma semelhança, mas também uma diferença, porque os contextos históricos são diferentes”.

Metas do Frente Amplio chileno

O desafio é unir um movimento político e social amplo capaz de convergir em sua diversidade, todos os esforços e as vontades que permitam modificar democraticamente as estruturas desiguais de poder no Chile. Uma força política com a opção real de governar e legislar em benefício das maiorias.
O conselheiro acadêmico e militante da Convergência (coletivo local) da Universidade de Santiago do Chile (Usach), integrante do Movimiento Autonomista “Nós, desde a Convergência Usach, temos impulsionado a tese do Frente Amplio, pensando em um referente político que seja capaz de invadir a cena política por meio do elo mais fraco do modelo, que é o duopólio. Entendemos que o Frente Amplio, deve ser um espaço diverso de orientação anti-neoliberal e que advogue por constituir uma forma transparente ativa, partindo de dentro dos territórios até a hora de fazer política”, diz Juan Pablo De la Torre.
O projeto pretende se converter na terceira força política do Chile e mais que isso, a longo prazo, romper com o bipartidarismo que reina no país desde o fim da ditadura. Pois, a partir do retorno da democracia em 1990, os chilenos só foram governados por dois conglomerados, a “Concertación” (centro-esquerda), agora chamada de Nueva Mayoría, de Michelle Bachelet, depois que unieram-se com outras forças de esquerda e centro esquerda, no 2013, como o Partido Comunista e esquerda e derrotar á antiga Aliança (centro-direita),  denominada atualmente Chile Vamos, quems criaram uma aliança com partidos com o Evolución Política e Partido Regionalista Independiente e juntos enfrentar as eleições presidenciais e parlamentares.
Por isso, o que move o Frente Amplio é se tornar uma alternativa política com representação parlamentar e com candidato presidencial, justamente no momento em que a maioria dos chilenos estão insatisfeitos com a gestão do Nueva Mayoría de Bachelet e Chile Vamos, representado pelo ex-presidente Sebastián Piñera, que é o favorito para voltar ao Executivo, segundo as pesquisas.
Devemos ser capazes de despertar a luta nas ruas e também  nas instituições, mas temos que ter humildade e vocação para não só nos perder na ambição eleitoral. Chile precisa de um referente político que seja capaz de convocar por meio de seu discurso, mesmo assim que tenha um correlato na prática nos territórios”, diz Juan Pablo de la Torre.

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Integrantes do FA na apresentação do moviemnto político “Nueva Democracia” Foto: Javiera Lopez

Projeções da política social no Chile

Por enquanto, o Frente Amplio tem só um deputado (Jackson) e oito assessores municipais. Também conta com o Movimento Autonomista, do deputado Boric, composto por um prefeito e dois assessores. Assim como, fazem parte do grupo político a Izquierda Autónoma, o Poder Ciudadano, Partido Ecologista Verde, Partido Liberal, Partido Humanista, Partido Igualdade, Nueva Democracia e a Izquierda Libertaria. Nesse sentido, os dirigentes do grupo político Frente Amplio descartam apoiar o candidato oficial que for ganhador das primárias presidenciais do Nueva Mayoría.
A aposta do Frente Amplio é total. Ela pretendem apresentar candidatos ao Congresso em distritos historicamente comunistas, disputando inclusive a reeleição ao Congresso com as ex- dirigentes estudantes do Partido Comunista  Camila Vallejo y Karol Cariola.
A estratégia eleitoral do Frente Amplio pretende tirar os votos do Partido Comunista e conquistar o eleitorado de esquerda que está descontente com o grupo Nueva Mayoría, do qual fazia parte o Partido Comunista.
Assim como seus jovens dirigentes, o Frente Amplio se move de forma rápida e nas eleições municipais de outubro provocaram surpresa com a eleição de Jorge Sharp, aliado de Gabriel Boric e membro do Movimento Autonomista, para prefeito de Valparaíso, situada a 117 km de Santiago, é a segunda cidade mais importante do país, por ser a sede do poder legislativo da República do Chile, ademais de outras repartições estatais (o Comando da Armada de Chile, o Serviço Nacional de Aduanas e o Conselho Nacional da Cultura e das Artes).
Por outro lado, depois das eleições primárias Beatriz Sánchez foi eleita dentro do grupo político com 221.348 votos de um universo de 1.811.411 eleitores. Mas fora do bloco, há os que creem que o Frente Amplio tem um teto. O analista do PS, Ernesto Águila, explica que desde 2009 até hoje,“há cerca de 20% de eleitores que marcam a esquerda do Nueva Mayoría ou ajudam a eleição de candidatos independentes que somados chegam a 25%. Nesse ponto, há um espaço no qual o Frente Amplio podia se posicionar, obtendo  20% a 25%, a não ser que aconteça uma virada eleitoral”.
Além disso, mencionou que o grupo político tem possibilidade de crescer entre os que não votam, pois  o voto não obrigatório fez com que a abstenção na última eleição chegasse a 51,5%. “Para crescer mais, o Frente Amplio deve se voltar ao eleitorado perdido, porque do contrário terão que crescer na base do Nueva Mayoría e isso é difícil”. Contudo, Águila adverte que graças ao fim do sistema binominal “nos próximos anos o panorama político será reconfigurado”, declarou Ernesto Águila.

Presidencias (1)
Fonte informação www.emol.cl







 
 

Redação

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