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Enquanto um terço de alimentos produzidos vira lixo, quase um bilhão de pessoas passam fome

Por Bianca Teixeira Morelli

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Atualmente, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são jogados fora ou perdidos ao longo da produção, quantidade suficientemente capaz de alimentar 2 bilhões de pessoas a mais no mundo. Em contra partida, e dificultando o fechamento da conta, estima-se que existam 870 milhões de pessoas passando fome. Além do desequilíbrio entre produção, desperdício e fome, essas toneladas de alimentos jogadas fora custam 750 bilhões de dólares anuais para a economia mundial.

Outro prejuízo causado por esse desperdício é o uso dos recursos naturais, cada vez mais raros. Para produzir os 1,3 bilhão de alimentos desperdiçados, é utilizado um volume de água equivalente ao fluxo anual do Rio Volga, na Rússia. E, expelido 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera do planeta. Para compreender a dimensão dessa poluição, se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, ou seja, o fim do desperdício de alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais na redução das emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global.

Esses dados estão presentes no estudo “Os Rastros do Desperdício de Alimentos: Impactos sobre os Recursos Naturais” realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a FAO, que também aponta os ‘vilões’ do desperdício: a maior parte das perdas nos países em desenvolvimento ocorre devido ao mau armazenamento e transporte desses alimentos; Já em países desenvolvidos e altamente industrializados, a maior parte do lixo vem dos consumidores que compram em excesso e acabam jogando fora.

  • Iniciativas de sucesso

Satisfeitos

Se algum dia você justificou o seu desperdício com a seguinte frase “isso não vai resolver o problema da fome no mundo”, o programa Satisfeitos mostra que não é verdade. O projeto conta com o apoio de vários restaurantes ao redor do mundo, nos quais você tem a opção de pedir seu prato na versão normal ou na versão Satisfeito, que é 2/3 do tamanho original com o mesmo preço. O valor que o restaurante economiza é transferido em dinheiro para organizações que trabalham pela segurança alimentar de crianças. Ou seja, une o útil ao agradável, ao ajudar crianças do mundo todo e, ao mesmo tempo, evitar o desperdício, toda a poluição e os gastos consequentes dele.

imagem 7 - Satisfeitos

ONG Banco de Alimentos

A organização foi fundada em 1998, idealizada pela economista Luciana Chinaglia Quintão, tem um fluxo óbvio na tentativa de fechar a conta da desigualdade: eles buscam onde sobra para entregar onde falta. Ou ainda, quem quiser, pode colaborar doando nove reais para ajudar a alimentar uma pessoa com as 3 refeições básicas diariamente durante um mês. O projeto já conta com 43 instituições cadastradas para o recebimento do beneficio, ou seja, mais de 22 mil pessoas que vivem em situação de Insegurança Alimentar esperando auxílio. Para saber mais acesse o site.

  • Falta incentivo

A legislação brasileira não proíbe a doação de alimentos, mas também não regulariza e tampouco incentiva. Diariamente quilos e mais quilos de alimentos em bom estado são jogados fora nos restaurantes, isso porque a responsabilidade civil e criminal de qualquer dano causado aos receptores de alimentos recai sobre aqueles que os doaram.

Um projeto de lei, conhecido como a Lei do Bom Samaritano, no. 4747-98, está parado há 13 anos nas gavetas do Congresso, isenta a indústria de alimentos de responsabilidade civil ou penal, caso uma pessoa sofra algum dano provocado por produtos doados, pretendendo assim, incentivar as doações e colaborar com o fim da fome no país. A ideia do projeto não é exclusividade do Brasil, há anos, existem leis semelhantes na Europa e nos Estados Unidos, e com resultados animadores, assim que aprovadas representaram um aumento importante no volume de doações.

Atualmente, existem no Brasil cerca de 100 bancos de alimentos que fazem, cotidianamente, o trabalho de recolher doações na indústria ou nos supermercados e entregar para entidades carentes, os próprios bancos se responsabilizam pelo alimento doado, mas, mesmo assim, muitos empresários preferem jogar os produtos no lixo a correr o risco de ter um problema jurídico ou algum dano para a sua imagem.

 

Redação

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