Consumidores estão encontrando alternativas mais baratas para tentar passar menos aperto na hora de comprar
Com a economia cambaleante já há algum tempo no Brasil, muitos consumidores resolveram driblar os altos preços. Comprando marcas de produtos alternativas ou comprando o mesmo produto em sua forma natural. O fenômeno virou prática convencional nos lares brasileiros, já que há artigos de consumo que são essenciais, como alimentos e produtos de higiene pessoal que não podem ser ignorados pelos consumidores quando vão às compras.
Essa atitude dos consumidores mostra a adaptação da população frente a situação difícil de crise. “Troquei as marcas de produtos de limpeza, detergente, sabão em pó e chocolates porque estavam mais em conta do que as que comprava antes. Mas elas são marcas tão boas quanto as outras”, relata a dona de casa Michelle Silva, 46, que resolveu mudar os hábitos de compras durante a crise. “Sempre olhei os preços com atenção, mas agora passei a considerar o que é realmente necessário e principalmente comprando produtos da época, quando for frutas e verduras”, salienta a dona de casa.
No último mês de abril, segundo o Dieese ( Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a cesta básica diminuiu de valor em 16 estados em relação ao mês de março.
Em comparação com abril do ano passado, a cesta em São Paulo diminuiu seu valor: Naquele período ela custava R$ 446,28. Neste ano, no mesmo mês, a cesta estava em R$ 434,80.
No entanto, em doze meses alguns produtos ainda tiveram alta, como a batata, manteiga e o pão francês. Estes dados provam que os consumidores provavelmente ainda terão que pensar duas vezes antes de sair comprando sem pensar no preço. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) alega numa pesquisa em parceria com a Nielsen, que o setor voltou a crescer em 2017, após dois anos de retração na receita do país. O FMI (Fundo Monetário Internacional), divulgou em abril que as previsões de crescimento na economia brasileira são altas, estimando crescimento de 2,3% do PIB para este ano. O órgão, no entanto alerta para a instabilidade política e sua relação com as próximas eleições. Mas, por enquanto a realidade é que as pessoas nunca deixaram de comprar, apenas compraram menos ou substituíram os produtos por outros que pesassem menos nos seus bolsos.
Segundo o nutricionista Guilherme Martim, essa mudança de hábitos pode ter provocado uma virada positiva nos hábitos alimentares dos brasileiros, pois “a atual crise vem trazendo muitas mudanças na mesa dos consumidores”. “Uma das mudanças é o aumento de consumo de alimentos in natura que, quando em época, tem seus preços bastante acessíveis. O consumo desses alimentos ainda pode ser feito de maneira sustentável, pois os consumidores podem reaproveitar as cascas das frutas, por exemplo, dos alimentos consumidos para preparar bolos e sucos”. O SESI, Serviço Social da Indústria, é responsável na área nutricional por iniciativas interessantes que colaboram com o consumo sustentável e uma alimentação balanceada.
Há muitas outras formas de economizar com produtos que normalmente compramos em supermercados. Um dos exemplos mais conhecidos é a prática de se fazer sabão com óleo de cozinha usado. A reutilização do óleo auxilia ao meio ambiente e substitui a compra do sabão de barra tradicional. O vídeo a seguir ensina o passo-a-passo.