Como otimizar seu tempo e outros recursos para resolver um problema? Inovar é uma das maneiras que as empresas atuais estão utilizando para resolver problemas complexos. Assim, os jornalistas Bárbara Soalheiro e Vittor Amorim tiraram suas ideias do papel e colocaram em prática na forma de um modelo de negócio.
Soalheiro criou a Mesa Company, que é uma empresa especializada em resolver problemas de outras empresas em um prazo curto de tempo. Conhecida anteriormente como “Mesa e Cadeira“, a empresa tem o objetivo de ser “Um sistema de trabalho desenhado para resolver problemas complexos ao liberar o potencial humano para processar mais e executar mais rápido”.
Já Vittor Amorim criou o Diálogos Negros para pautar questões raciais dentro da universidade, onde sentia que sua voz não era ouvida. “A ideia surgiu da vontade de realizar um evento onde as vozes principais fossem pessoas negras”, explica Amorim.
A ideia por trás da inovação
Os dois empreendimentos possuem propostas distintas e foram criados por pessoas diferente, porém inovam no local em que atuam. De acordo com a pesquisa da McKinsey & Company, empresas que adotam diversidade gênero podem lucrar 27% daquelas que não o fazem e quando se fala de diversidade racial o lucro pode chegar até 33%.
Dessa forma, a Mesa conta com uma equipe composta por 88% de mulheres e 100% dos membros dos membros do Diálogos Negros são pretos. A diversidade é um componente importante da inovação, pois não se trata de apenas uma medida, mas de uma reestruturação no molde que determina aquilo que pode fazer sucesso ou não no mercado.
Este sucesso está muitas vezes atrelado ao lucro, porém ser bem sucedido vai além do que apenas ganhar dinheiro. É possível resolver problemas, dar voz às pessoas invisibilizadas, garantir representatividade, equidade e mudar a estrutura da sociedade que muitas vezes favorece apenas um grupo específico de pessoas.
De acordo com Soalheiro a forma secreta para realizar uma Mesa é motivar e inspirar pessoas a fazerem algo que elas acreditam. “Quando você entrega a oportunidade para alguém criar algo novo ao invés de replicar um método existente, você consegue atrair pessoas talentosas e realmente envolvidas com seu objetivo”.
Já para Amorim a inovação vai além e possibilita mudanças impactantes na sociedade. “Falo de uma inovação tecnológica, mas também de uma inovação social, um cenário político mais ligado aos poderes que as tecnologias realmente pode trazer”.
Métodos
Com ideais diferenciados os métodos de aplicação de suas ideias são voltados para os valores de cada empresa. A própria Mesa, idealizada em 2010, já realizou atualmente mais de 100 “Mesas”, criando soluções como o programa Desengaveta da GNT e também a implantação, em 2013, de um e-commerce funcional para a Natura.
O método Mesa envolve uma imersão de aproximadamente 5 dias, onde profissionais de diversas áreas trabalham juntos para resolver um problema. A equipe é composta de líderes e profissionais especializados em suas áreas. Ao final de cada Mesa é apresentado um protótipo que pode ser aplicável para a empresa que solicitou o serviço.
Já o Diálogos Negros possui uma proposta pontual e não visa o lucro monetário. Por estar dentro da universidade seu objetivo é ser um mecanismo que abre espaço para as questões raciais. Sendo assim a equipe é composta por 7 membros, sendo 3 principais e 4 auxiliares, ambos estudantes de comunicação.
É criado um evento para discussão e, tanto profissionais, quanto estudantes, podem mostrar seus trabalhos ou fomentar debates. “É muito fortalecedor ouvir de um estudante negro na universidade que devemos continuar com o projeto e que devemos levá-lo para outros espaços. Isso é incrível!”.
Quando questionado sobre a obtenção de lucro em cima do projeto, Vittor enfatiza que o propósito do Diálogos Negros é maior do que o dinheiro. “Nos disseram para fazer um evento maior e cobrar ingressos. Não descartamos a possibilidade, mas sabemos que o impacto social dessa representatividade negra é muito mais enriquecedora”.