Escreva para pesquisar

Ebola: o vírus que se alastrou pelo Congo representa risco aos brasileiros?

Compartilhe

O último surto aconteceu em maio de 2018

Por Flávia Magalhães

O ebola é uma doença viral que, apesar de rara, é muito grave. O caso de surto epidêmico mais recente dessa doença ocorreu no início de maio, na República Democrática do Congo, país recordista de surtos do ebola. Este é o nono surto de ebola no país desde a descoberta do vírus, em 1976. A doença ainda é pouco conhecida no Brasil. Especialistas falam sobre as causas, sintomas e consequências, além de dar um panorama e um histórico do mal que assola o Congo e outros países africanos.
Histórico
De acordo com a microbiologista Rebeca Vazquez, o ebola foi detectado pela primeira vez em 1976, nas florestas tropicais congolanas próximas ao rio Ebola (área do primeiro foco da enfermidade). O impacto do vírus foi pesadíssimo: 55 aldeias sofreram com a infecção, que matou 90% dos habitantes locais. Nos anos 80 e 90, o vírus chegou a fazer algumas vítimas em solo europeu, e outros surtos transcorreram nos países africanos, até ressurgir com força em 2014. O último surto epidêmico aconteceu há menos de um ano, com oito pessoas infectadas, das quais quatro morreram.
Porém, a epidemia de ebola mais grave já registrada no mundo não ocorreu no antigo Zaire, e sim na África Ocidental, em países como Libéria, Serra Leoa e Guiné, com um saldo de mais de 11.00 mortos entre 2013 e 2016.
Entendendo a doença
O ebola é uma febre hemorrágica causada por um vírus do gênero Filovirus, que possui cinco espécies – quatro delas já identificadas em seres humanos. Os morcegos são os reservatórios naturais do vírus, mas já foram encontrados porcos, chimpanzés e outros animais alojando o ebola. “O contágio se dá por contato direto com secreções contaminadas com o vírus e, principalmente, com sangue contaminado, já que ele apresenta a maior quantidade de partículas virais”, esclarece a microbiologista. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ebola possui um índice de fatalidade de até 90%.
O diagnóstico dessa doença é difícil, pois “a apresentação clínica inicial da doença não contém nenhum sinal característico”, explica Vazquez. Ou seja: os sintomas iniciais são compatíveis com qualquer quadro provocado por febres: febre, fraqueza extrema, dores de garganta e musculares e indisposição. Após o tempo que o vírus leva para incubação, surgem os sinais mais pesados: vômitos e náuseas, erupções na pele, dores no estômago e peito, insuficiência no fígado e rins, manchas na pele e hemorragias internas, com sangramentos pelos olhos, nariz, ouvidos e reto.
Para que o diagnóstico do ebola seja feito, “é importante saber alguns pontos, como as situações a que o paciente esteve exposto e se ele foi para alguma área endêmica do vírus nos últimos 21 dias, já que o período de incubação varia de dois dias a três semanas”, salienta a especialista. Assim que o ebola é detectado, o paciente deve ser isolado do contato com outras pessoas. O problema é que não existem nem vacinas, nem medicamentos comprovadamente 100% eficazes para a cura do ebola. O mais próximo que a medicina consegue chegar está em soluções paliativas, como hidratação, controle da pressão arterial e uso de remédios que auxiliam o sistema imunológico.
EBOLA INFO certo
O Brasil corre perigo?
Apesar de ser um vírus extremamente letal, perigoso e contagioso, é necessário um contato físico muito intenso para sua transmissão ocorrer. Além disso, o isolamento total e completo do paciente impede que o vírus seja difundido. Dessa forma, a microbiologista não vê grandes possibilidades de uma epidemia do ebola em terras brasileiras. “A transmissão desse vírus para outros países atualmente está restrita aos pacientes oriundos de áreas endêmicas”, explica. Não existem registros de casos fora do continente africano. A transmissão intercontinental aconteceria através do sistema de aviação, sendo os países mais ameaçados aqueles que possuem o maior número de pessoas viajando para áreas endêmicas do vírus. Quando há casos de epidemias, algumas empresas aéreas optam por suspender os voos para as regiões com surto de ebola.
Além da saúde
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alerta para um outro tipo de preocupação: a escassez e o aumento no preço dos alimentos. Isso acontece porque os surtos de ebola provocam queda na mão de obra agrícola e também no comércio de comidas e bebidas, o que vai levando os preços às alturas.
Medidas contra a doença
A ONU confirmou que o Congo começou uma campanha de vacinação contra o ebola no dia 21 de maio. Na província de Equador, no noroeste do país, foram identificados 46 casos suspeitos. O país recebeu 7,5 mil doses da vacina contra o vírus, doadas pela farmacêutica Merck. A Aliança Global de Vacinas (GAVI), vai repassar 1 milhão de dólares à República Democrática do Congo para cobrir custos operacionais da iniciativa. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a organização Médicos Sem Fronteiras também se uniram ao governo congolês para ajudar na campanha. Apesar do forte apoio, a OMS estima que serão necessários 26 milhões de dólares para combater o ebola pelos próximos três meses.

Tags::
Redação

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nam quis venenatis ligula, a venenatis ex. In ut ante vel eros rhoncus sollicitudin. Quisque tristique odio ipsum, id accumsan nisi faucibus at. Suspendisse fermentum, felis sed suscipit aliquet, quam massa aliquam nibh, vitae cursus magna metus a odio. Vestibulum convallis cursus leo, non dictum ipsum condimentum et. Duis rutrum felis nec faucibus feugiat. Nam dapibus quam magna, vel blandit purus dapibus in. Donec consequat eleifend porta. Etiam suscipit dolor non leo ullamcorper elementum. Orci varius natoque penatibus et magnis dis parturient montes, nascetur ridiculus mus. Mauris imperdiet arcu lacus, sit amet congue enim finibus eu. Morbi pharetra sodales maximus. Integer vitae risus vitae arcu mattis varius. Pellentesque massa nisl, blandit non leo eu, molestie auctor sapien.

    1

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *