Thiago Dias Moura é presidente do Brazilian Militia Local Chapter, fã clube oficial do Metallica no Brasil
Ana Luiza Martins
Qual é a sua relação com a banda e com o Brazilian Militia?
Sou fã desde 2001, quando tinha 14 anos ao ouvir pela primeira vez a música “One”. Já fui a 12 shows da banda, 6 no Brasil, 4 no México e 2 na Argentina. Fundei o fã-clube junto com outros membros do The Metallica Club, fã-clube gerido pelo próprio Metallica. Sou Chapter Head, uma espécie de Presidente, do Brazilian Militia Local Chapter.
De que forma o público tem lidado com a frequência com que o Metallica tem vindo para o Brasil, já que nos últimos quatro anos já foram realizados seis shows da banda por aqui?
Acho que da melhor maneira possível! Foram 11 anos de ausência (1999 até 2010) e isso fez com que os fãs mais fiéis continuassem a ouvir e a esperar pela volta da banda. O fanatismo e as melhores condições financeiras da população e dos contratantes também são fatores importantes para a volta de bandas como o Metallica.
Você acredita que a interatividade proposta pela turnê By Request atingiu os resultados esperados pela banda?
Sim, com certeza! O Metallica é uma banda que gosta de inovar. Enquanto outras bandas fazem turnês remontando o passado, eles sempre tentam fazer algo que marque a história da banda e dos fãs. Mesmo nas comemorações de aniversários de álbuns como “Ride the Lightning”, “Master of Puppets” e “Black Album”, no setlist sempre têm músicas de diferentes épocas da carreira da banda, isso faz com que o fã fique sempre na expectativa de quais músicas serão tocadas no show. A turnê By Request foi uma grande sacada de marketing da banda, pois nos dias de hoje é muito difícil ganhar dinheiro com lançamento de álbuns e DVDs. O que é melhor do que você ter a chance de escolher as músicas que quer ouvir no show da sua banda favorita?! Eu tive a oportunidade de assistir ao show do palco e de anunciar uma das minhas músicas preferidas, “Creeping Death”. Eu nunca vi nenhuma outra banda fazer com que o fã seja parte tão integrante do espetáculo como o Metallica fez nessa turnê!
Como você vê a relação entre os fãs e a banda promovida pelo MetClub e também pela By Request?
O MetClub faz com que os fãs se sintam parte do Metallica. Ter a chance de conhecer a banda, ter produtos exclusivos na MetStore e ter um fórum para conversar com fãs de todo o mundo são alguns dos benefícios que o MetClub oferece para seus associados. Os Local Chapters são uma extensão do MetClub. A turnê By Request além da interação com a banda, fez com que as discussões sobre as preferências de cada fã também viessem à tona, isso deu um ânimo a mais para todos participarem da votação.
É possível perceber mudanças nos shows de quatro anos atrás em relação ao que está sendo feito agora, ou o fato do setlist votado pelos fãs ser constituído por hits já executados no Brasil acaba mantendo as apresentações ao vivo em uma mesma estrutura?
Sim, a estrutura permanece a mesma e isso foi muito frustrante para mim. O show de São Paulo foi o meu 10° show do Metallica, em todos eles tocaram Master of Puppets, Nothing Else Matters, One, entre outras, e isso poderia ser mudado pelos fãs nessa turnê. Mas o Metallica tem um fenômeno curioso, a cada show mais pessoas vão ver a banda pela primeira vez! Jovens de 13, 14, 15 anos que querem ver os maiores clássicos serem tocados e isso é realmente uma coisa muito especial para uma banda com mais de 30 anos de carreira. Seguramente eles voltarão com a turnê do próximo álbum e teremos mais oportunidades de ver músicas “raras” serem tocadas, já que todos os clássicos foram tocados nessa turnê.