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Entenda o surgimento desse conceito que, apesar de parecer novo, existe desde o século dezenove e envolve o consumo em massa de roupas.

Por Izabella Pietro e Letícia Maceno

Fast-fashion pode ser descrito como “coleções de roupas de baixo preço que imitam as tendências das grandes marcas fashion”.  Tendências essas que mudam de maneira extremamente rápida, dessa forma coleções tornam-se velhas e ultrapassadas em questão de semanas. As marcas fast-fashion tentam alcançar essas mudanças rápidas, mas diferente das grandes grifes, elas utilizam matérias-primas mais baratas e muitas vezes de menor qualidade em sua produção.

Importantes marcas europeias como a Zara, Benetton, H&M, Forever 21, GAP, entre outras, são exemplos que aderiram ao fast-fashion. No Brasil, grandes redes de varejo como C&A, Renner, Marisa e Hering aderiram à tendência. Para dar certo, o sistema exige coleções compactas, modelos novos o tempo todo e retirar das araras o que não vende para repor o que vende. Apesar de parecer moderno, o fast-fashion é apenas um termo dado a um sistema de produção que vem ganhando espaço desde 1800, juntamente com a Revolução Industrial. Acompanhe a cronologia:

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Mulheres em fábrica de roupas em Chicago, 1903. (Crédito: divulgação).


 

1800

O ciclo da moda finalmente tomou grande proporção e velocidade durante a Revolução Industrial, que introduziu máquinas de tecer, fábricas e roupas ready-made. Patenteada em 1846, as máquinas de costura também contribuíram para a rápida queda no preço das roupas e no aumento da escala de produção delas.

Fora das casas de alta costura, outro tipo de negócio era responsável por fazer as roupas para as mulheres da classe média, eram as “dressmaking” locais, um tipo de estabelecimento que usualmente incluía um time de trabalhadores, porém algumas partes do processo ficava por conta de “terceiros” – trabalhadores locais que recebiam salários extremamente baixos e trabalhavam de casa. Esse tipo de modelo, apesar de local, conseguiu dar uma ideia do que eventualmente se tornaria a base da produção moderna de roupas.

1900

Apesar do crescimento do número de fábricas de roupas e de inovações nas máquinas, grande parte da produção ainda era feita em casa ou em pequenas oficinas até o começo do século vinte. Durante a Segunda Guerra Mundial, as opções de tecidos disponíveis ficaram restritas e um estilo de roupa mais funcional se fez necessário. Com isso as roupas feitas em massa e padronizadas tiveram maior aceitação entre a classe média.  

Tanta inovação não trouxe apenas benefícios e em março de 1911, um incêndio numa fábrica de roupas de Nova York matou 146 pessoas, sendo a maioria mulheres e imigrantes. Esse fato também lembra exemplos parecidos como um incêndio que aconteceu em 2012, dessa vez em Bangladesh, matando 117 pessoas e provando que há muito a ser discutido sobre as condições desses trabalhadores até hoje.

Foi em 1960 que as tendências fashion começaram a se movimentar de maneira atordoante, com os jovens cada vez mais interessados em aderir o novo modelo de consumo de roupas baratas e ready-made e mais tendenciosos a abandonar os modos tradicionais das velhas gerações. As marcas fashion então tiveram de encontrar formas de manter essa crescente demanda por roupa de preço reduzido, levando as grandes marcas dos Estados Unidos e da Europa a se multiplicarem pelo resto do mundo, usando assim matéria prima principalmente de países subdesenvolvidos.

A partir de 1980 com a descentralização da produção e as transações em alta por todo o mundo, a indústria da moda estabeleceu seu novo modelo de consumo, basicamente em três pontos: produção de baixo custo, escoamento em tempo recorde e preços muito baixos. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC) anualmente cerca de 82 bilhões de roupas são vendidas em todo planeta, o que daria uma média de mais de 10 peças por habitante.

Atualmente

O fast-fashion continua em alta e a cada dia surgem novas marcas interessadas em conquistar um público que pede por novidades, preço acessível e estilo diferenciado. Porém, ao contrário do que acontece em outros setores quando o aumento da concorrência faz os preços caírem, no fast-fashion brasileiro o efeito tende a ser diferente. Os custos com importação e transporte fazem os preços de grifes internacionais serem em média 30% mais caros aqui do que fora do país. Dessa forma, as varejistas já estabelecidas no Brasil aproveitam e sobem os preços.

E o impacto?

Apesar de o modelo fast-fashion permitir o acesso a uma grande variedade de roupas que são tendência a baixos preços, os trabalhadores das fábricas que produzem essas roupas são os que acabam sentindo o impacto. Recentes dados do Fórum de Ética da Moda (nos Estados Unidos) mostraram que os trabalhadores de fábricas precisam realizar longas jornadas para conseguirem atender a todos os pedidos. De acordo com a OMC, Bangladesh, por exemplo, é o segundo exportador de vestuário em todo mundo, chegando a um volume de aproximadamente 60 milhões de reais em transações e a maior parte de sua mão de obra (85%) é composta por mulheres. Além disso, os salários chegam a ser inferiores a 1 real por dia.

Outro problema é o aumento do uso de materiais baratos, de fácil produção e manuseio porém péssimos para a natureza por serem muitas vezes feitos a base de petróleo, como o poliéster. O aumento do uso do algodão também provoca o acréscimo de pesticidas usados para o cultivo dessa planta, bem como enorme uso de água. Porém, o principal impacto ambiental do fast-fashion é o amontoado de roupas que são jogadas diariamente ao ar livre, ou seja, em aterros sanitários, em rios ou até mesmo nas próprias ruas. De acordo com um estudo realizado no Estados Unidos, somente no ano de 2010, 11 milhões de toneladas de roupas já haviam sido jogados em aterros a céu aberto. 

“Em Bangladesh você vê mulheres que trabalham 12 a 16 horas por dia para produzir nossas roupas em fábricas que têm grades nas janelas e guardas nas portas. Eles recebem muito pouco por seu trabalho. Mesmo que seja o salário mínimo nacional, é realmente um salário miserável. As empresas de fast-fashion são como traficantes de drogas: elas vão para estes países prometendo tirar milhões de pessoas da pobreza, elas fecham negócio e, em seguida, uma vez que começam a produção no país, as redes de fast-fashion começam a empurrar os preços para baixo. Elas sempre podem impor os salários mais baixos e os governos locais e países inteiros são subjugados por isso. Digamos que você está em Bangladesh, se você estiver ‘muito caro’, elas vão para o Vietnã, Myanmar ou África e é assim que essas empresas predatórias trabalham ”, diz a diretora criativa da marca sustentável Eco-Age, Livia Firth.

Você já havia pensado no assunto?

Em uma enquete realizada com diferentes públicos, foram levantas questões sobre as fast-fashions. Vejam as opiniões:

“Sempre compro roupas nas lojas de departamento porque o preço é realmente atraente, mas não, nunca tinha me dado conta que por trás disso poderia haver exploração. É complicado, mas vou tentar diminuir o meu consumo, talvez se o tema fosse mais abordado a gente tomasse consciência.” – Bruna Alvarez, autônoma.

“Não consumo muitas roupas, prefiro comprar em brechós e pego muitas peças da minha irmã mais velha. Já tinha conhecimento de alguns casos de exploração em lojas tipo a Zara, mas não me aprofundei no tema. Deve ser complicado pois as peças são mais baratas mas a longo prazo o preço que se paga é muito alto. Acho que as pessoas deveriam ter menos obsessão por roupas o tempo todo.” – Maria Eduarda Costa, estudante.

“Gosto muito de ir a brechós, acho que é uma maneira inteligente de consumir porque existem muitos lugares de qualidade que fazem curadoria das roupas, sem contar na questão das roupas que são diferentes e únicas. Outra coisa importante é prezar pela qualidade da peça ao invés da quantidade. É um exercício difícil, mas que deve ser realizado todas as vezes que a gente pensa em comprar alguma roupa. Eu compro em fast-fashion, não tenho problemas com isso, mas acho que é obrigação do consumidor levar em consideração os aspectos envolvidos na peça que ele está comprando.” Paulinha Alves, do littleblog.

“Entendo que falar sobre roupas e o mercado por trás delas é tão importante quanto saber a origem do que nós nos alimentamos. Difícil mesmo é pagar 60 reais numa blusa que eu poderia achar por 15. Mesmo que ela dure meses menos.” Paloma Borlo, dona de casa.

Brasil

Se você acha que a exploração ocasionada pelo fast-fashion está longe dos nossos olhos porque envolve as grandes marcas internacionais, se engana. No Brasil anualmente são registrados diversos casos de exploração – habitualmente pequenas oficinas de portas fechadas onde os trabalhadores ficam por horas e em troca de salários miseráveis. O blog Repórter Brasil acompanhou de perto algumas das investigações e flagrantes de exploração, confira abaixo:

  • Zara: Em 2011, 52 trabalhadores estrangeiros foram flagrados sendo submetidos a diversas condições ilegais pelo nome da empresa Zara. Além de trabalho infantil, também confirmaram jornadas superiores a 16 horas diárias, cobranças e descontos irregulares e até mesmo proibição de sair do local de trabalho. Após a constatação do Ministério Público, depois de 2011 caso alguma oficina da empresa seja pega em situações semelhantes, a multa será de 50 mil reais além da responsabilidade jurídica. Além disso a empresa vem tentando auxiliar imigrantes em sua regularização no país com um fundo de emergência para suas necessidades básicas.  
  • Gregory: No mês de maio de 2012, fiscais trabalhistas encontraram em cerceamento de liberdade, jornadas cansativas e servidão por dívida 23 bolivianos. A empresa se negou a assumir a responsabilidade e o caso está em andamento na Justiça do Trabalho.
  • Pernambucanas: Em 2011, fiscais do trabalho encontraram 16 bolivianos explorados na zona norte de São Paulo. As jornadas chegavam a 60 horas semanais e os salários eram de 400 reais por mês. A Pernambucanas recorreu e decidiu não assumir responsabilidade nos casos. A decisão agora caberá à Justiça do Trabalho e se condenada, a marca poderá pagar multa de até 4 milhões de reais.

   

  Meio Ambiente

 Muito tecidos são péssimos amigos da natureza, contribuindo para a poluição e gasto de recursos naturais. Um exemplo é o jeans, considerado um dos tecidos mais poluentes da história. Mas o maior vilão é sua matéria-prima, o algodão que utiliza grande escala de agrotóxicos em sua produção e destrói os solos por exaustão. Estima-se que todo esse processo seja capaz de afetar até mesmo os níveis do mar – já que o algodão é a matéria-prima de roupas mais utilizada no mundo. Atualmente o desafio dos grandes estilistas é pensar em um algodão que seja tão versátil no guarda-roupa quanto sustentável no meio ambiente.

A questão do algodão é muito séria no país. Estima-se que o Brasil produz cerca de 175 mil toneladas/ano de resíduos têxteis, de acordo com o Instituto  de Estudos de Marketing Industrial (EMI). Desse total, apenas 36 milhões são reaproveitados para fazer barbantes, novas peças de roupas e fios, que podem ser utilizados na fabricação de estopas, colchões e mobiliários, o que seria uma alternativa para questões como o saturamento de aterros sanitários e o descarte inadequado do resíduo. Lembrando que o Brasil está entre os cinco maiores produtores de algodão do Mundo.

Alternativas ao mundo das Fast-Fashions

Uma das coisas que é preciso ter em mente é que apesar da dificuldade de parar essas indústrias, o que pode afetá-las diretamente é que cada compra que se deixa de realizar nesses lugares e cada pessoa que se conscientiza sobre o assunto, ajuda a combater empresas que só visam o lucro acima dos seres humanos e da natureza.

Antes de efetuar compras, investigue a loja em questão. Ao fazer isso, será descoberto o real valor do que é pago e que tipo de trabalho é promovido pela companhia. Para evitar shoppings – locais onde estão concentradas a maioria dessas Fast-Fashions – ou mesmo as lojas próprias dessas marcas, escapar dos altos preços e não incentivar esses comércios com pouca consciência, existem locais alternativos para efetuar possíveis compras.

Os brechós são uma das opções para quem quer fugir das grandes empresas. Com produtos usados e preços mais acessíveis, essas lojas dificilmente deixam peças paradas no estoque, já que atendem a diferentes públicos. As peças vendidas geralmente são compradas dos próprios clientes que não querem mais, assim o produto ganha um novo dono rapidamente, impedindo o acúmulo das coisas e o desperdício de roupas que poderiam ganhar um descarte inapropriado.

Mariana Bertacini, que já estudou modelagem, é uma das frequentadoras dos brechós de Bauru. Ela acredita que existem várias vantagens em consumir esse tipo de produto, como preço e variedade de peças, mas que é preciso ter paciência e tempo para achar aquilo que procura e que nem sempre todas as suas necessidades são atendidas. “Não faço todas as minhas compras nos brechós. Busco peças diferentes, então minhas expectativas de compra costumam ser atendidas, mas não diria que supre minhas necessidades já que compro peças novas também. Essas roupas trazem mais personalidade para o look.” E quanto as desvantagens, ela cita que as roupas nem sempre estão em seus melhores estados. “Já comprei algumas roupas que só depois fui notar um furo ou uma mancha que não saía.”

Embora ainda compre nas Fast Fashions, Mariana acredita que conseguiu diminuir esses hábitos após descobrir os brechós, e que esse consumo deve ser incentivado. “Acho que os brechós são subestimados e muitas pessoas conservam certo preconceito com relação a essas lojas, acreditando que as roupas não são higienizadas. Pra mim o preconceito é uma grande barreira que os brechós precisam vencer.” Sobre as lojas Fast-Fashion, ela ainda acrescenta “O capitalismo estimula o consumo desenfreado e acredito que isso afeta, e muito, as pessoas. Logo, acho que nós, como um todo, perdemos quase que completamente a consciência do que e quanto compramos. Muitos não tem nem interesse em saber como essas roupas e produtos foram feitos, em que situações de trabalho, simplesmente querem comprar e ostentar suas compras.”

As lojas localizadas na rua são outra opção para quem procura variedade e roupas diferenciadas. Elas costumam ser inciativas de um único empresário e são gerenciadas pelos próprios, com poucos funcionários e sem roupas de marcas famosas. A loja Miscelânea em Bauru, próxima ao aeroclube, pertence a uma única dona, Dagma Marques, que acredita que a originalidade e customização são coisas fundamentais e diferenciais para suas clientes.

Dagma, que trabalhou muitos anos em lojas no shopping, possui seu estabelecimento há seis anos e conta com produtos modificados. “No começo, percebi que algumas roupas acabavam não vendendo na loja, então decidi modificá-las, e essas acabavam vendendo mais facilmente, então decidi continuar isso até hoje.” Atualmente 50% das peças da Miscelânea são peças exclusivas, customizadas, e os outros 50% são compradas prontas. Apesar de exclusivas, as peças possuem preços melhores, pois o aluguel da loja acaba sendo muito menor que do shopping. Ouça uma parte do depoimento da lojista:

Dagma conta um pouco da sua experiência. 

Moda sustentável

Sustentabilidade é o termo usado para definir atividades humanas que tem como objetivo suprir as necessidades dos indivíduos, mas sem comprometer o futuro do planeta. São atividades que repensam os métodos usados por muitas indústrias, procurando alternativas para esses processos que não visam o bem estar do meio ambiente.

Baseados nesse ideal, diversos empreendimentos são afetados e incentivados a realizar suas produções de formas diferentes, mais sustentáveis, e o ramo da moda não poderia deixar de ser incluído nisso, já que é uma das áreas que mais produz e gera circulação de dinheiro por ano.

Na contramão dos métodos utilizados pela fast-fashion, a moda sustentável repensa toda a sua produção para encontrar o equilíbrio entre economia, natureza e sociedade, para assim atender as demandas desses novos consumidores mais conscientes, exigentes e preocupados com o meio ambiente. Isso tem levado os diferentes setores a buscarem soluções tanto na etapa de produção, quanto na parte de gestão negócios, para se adaptar às demandas de desenvolvimento sustentável. 

Para minimizar seus impactos no meio ambiente, a moda sustentável altera a matéria-prima utilizada em seus produtos e em suas embalagens, procuram novos meios de distribuição e processos que sejam menos degradantes, emitindo menos poluição. Os critérios ecológicos passam a ser parte do processo de produção dos objetos.

Com o intuito de ser propriamente uma marca de moda sustentável, é necessário que os produtos ecológicos atendam a certos critérios, como: uso de recursos com baixo impacto ambiental, renováveis, biodegradáveis, gerenciamento do curso que o lixo produzido fará, produtos que facilitam a reciclagem, o possível reaproveitamento e a durabilidade, assim como a noção e a instrução do descarte de forma certa. O ciclo do produto é importante, por isso é preciso analisar todas as etapas que esse passará para assim reduzir o impacto de cada uma delas.

O conceito de moda sustentável pode confundir consumidores, por pensarem que se trata de produtos simples, artesanais, mas estilistas como Stella McCartney, Vivienne Westwood e marcas como Adidas e Osklen já aderiram a moda sustentável trazendo produtos com o mesmo padrão de qualidade só que mais conscientes.

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Capa de celular em material sintético, imitando couro, da marca Stella McCartney. (Crédito: www.stellamaccartney.com/us).

Para colaborar e incentivar ainda mais a produção da moda sustentável, confira sempre a procedência dos materiais usados para fabricação das roupas, exija um posicionamento da marca sobre o assunto e procure comprar de pessoas e lojas que acreditam na moda sustentável e utilizam os critérios ecológicos citados acima. Dessa forma, ajuda o meio ambiente e apoia empresas com consciência sobre o futuro.

Brechós Online

Alternativa ao fast-fashion e aos shoppings, os brechós online vem ganhando cada vez mais espaço e atenção dos consumidores, que buscam na praticidade desses sites os produtos que precisam.

Esses sites disponibilizam produtos de inúmeras marcas e tamanhos, se tornando uma opção viável para quem prefere pesquisar em diferentes lojas antes de comprar e não precisar efetuar o pagamento sob pressão. Além da diversidade de produtos à venda, os preços geralmente são mais baratos que nas lojas físicas, reunindo produtos novos e seminovos de diferentes pessoas do país todo, tendo assim, muitas opções e mesmos produtos com preços diferentes.

As formas de pagamento e entrega variam entre os sites, mas na maior parte cartão de crédito e boleto bancário são opções disponíveis, assim como existem diferentes opções de frete. Alguns sites cobram uma porcentagem da sua venda como taxa de divulgação, variando entre 10% e 20%. Para evitar que um comprador não pague ou que um vendedor receba o dinheiro e não envie o produto, os sites costumam segurar o dinheiro que você pagou e só entregam ao vendedor após  confirmação do recebimento da compra.

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Grupos de venda e compra

Além dos brechós online, ainda existem os grupos de venda e compra no Facebook. Esses grupos não tem vínculo com a rede social e as pessoas que vendem ou compram precisam se responsabilizar pela entrega e pelo pagamento do produto, não existindo uma regra única para a realização desses atos. Geralmente, ao entrar nos grupos, existe uma publicação sobre as regras do grupo e o que pode acarretar expulsão, então basta realizar a procura. Esses grupos geralmente são para moradores de certa localidade e são divididos entre temáticas, como “Grupo de desapego meninas de Bauru” ou “Produtos Apple Ribeirão Preto”.

A universitária Yara Lombardi conta como descobriu esses grupos na rede social. “Meus amigos sempre comentavam desses grupos e sempre tiveram boas experiências por esse meio, resolvi dar uma chance.” Ela acredita que a maior vantagem dessa forma de negócio são os preços baixos, mas que é preciso tomar cuidado. “Já que os preços costumam ser baixos, a grande desvantagem tem a mesma fonte: o menor preço nem sempre garante qualidade. Então, algumas vezes fazemos um ótimo negócio e em outras podemos sair no prejuízo. A minha dica é conversar bastante com quem vende sobre o produto e ter a oportunidade de provar a peça antes de se comprometer com a compra”.

Usando essas formas alternativas de compras, economiza-se, consegue se desfazer daquelas peças esquecvidas no armário há muito tempo, ajuda outras pessoas a conseguirem o que precisam e evita recorrer a empresas que colocam seus trabalhadores em situações extremas.

Entenda mais sobre a fast-fashion e suas consequências

A complexidade da origem, da manutenção e dos problemas que englobam as fast-fashions é abordada em diversos meios midiáticos, a fim de conscientizar os consumidores e ajudar pessoas que estão presas a essas corporações.

Para repensar como a moda é consumida e para saber ainda mais sobre o assunto, foram escolhidos alguns materiais capazes de elucidar as questões abordadas no texto e outros pontos dessa indústria:

– “The true cost” (2015)

O documentário americano questiona os custos reais da indústria da moda atual, o impacto do consumo desenfreado na vida das pessoas, tanto na vida de quem consome quanto na vida de quem trabalha nessa indústria. Ele mostra o trabalho escravo, os donos dessas empresas e questiona nossos hábitos de consumo. O documentário está disponível na Netflix.  

– “SweatShop” (2014)

Essa é uma série produzida por um jornal norueguês e é dividida em cinco episódios, retratando o choque de três blogueiros de moda ao conhecer a realidade de uma indústria têxtil no Camboja. A série retrata o cotidiano das pessoas que dão vida ao fast-fashion, com horários ruins, baixos salários e contratos inconsistentes. A série só possui legenda em inglês, o que dificultou a divulgação do mesmo no Brasil.

– “Eco Chic” (2009)

O livro aborda a ideia que qualidade é melhor que quantidade, a repensar a necessidade desenfreada de comprar roupas e a questão da sustentabilidade com a moda. (Matilda Lee, Editora Larousse)

O livro custa cerca de R$20 e está disponível nas livrarias.

 

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Redação

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