Quando o assunto é opção artística em Bauru, a Pinacoteca não pode ficar de fora. Conhecido também como Casa Ponce Paz, o espaço proporciona uma rica experiência na área das artes. Localizado na Rua Antônio Alves, no centro da cidade, o local visa construir e divulgar um acervo municipal. Alessandra Cunha, Fábio Francé, Júlio Furtado e Luiz de Almeida são alguns dos nomes que compõem a trajetória do museu.
À primeira vista, o ambiente pode passar despercebido, como mais um prédio antigo do centro de Bauru. Entretanto, passando pela porta e passeando através das rústicas paredes, você vai encontrar um lugar aconchegante e receptivo. E que não falta ali é energia criativa!
Embora tão convidativo e cheio de qualidades, esse ponto chave quando se fala em arte bauruense acaba sendo mais um nobre desconhecido: muitas pessoas ainda não têm ideia do que acontece no ambiente.
Sérgio Oliveira, instrutor artístico da Casa de Ponce Paz, cita um bom exemplo disso: “foi uma exposição rica por conter a linguagem do artista expressada, mas ainda não tem uma divulgação para a população usufruir disso tudo”. Ele se refere à falta de divulgação e reconhecimento do artista local através da mídia e dos meios de comunicação, citando a exposição de Jorge Roberto Emiliano, um escultor bauruense.
Pedro Masson Lopes, conhecido como Filite, já teve suas obras expostas no lugar, fato que se concretizou através de um edital realizado pela Casa Ponce Paz. “Os coordenadores de lá são bem acessíveis. A Pinacoteca oferece cursos gratuitos para os interessados e espaço para expor. Então, o ambiente tem o poder de tornar mais fácil o acesso à arte, mas também precisa contar com a divulgação e o interesse dos bauruenses”, revela Filite.
A Pinacoteca de Bauru tem um grande significado artístico, já que valoriza e apresenta a arte local. Algumas obras do seu acervo foram, inclusive, restauradas recentemente:
Não há dúvida de que o museu valoriza a arte local. Entretanto, também é necessário apreciar e valorizar a existência de espaços como esse que dão importância ao acesso cultura. Filite completa: “o local não é muito conhecido e nem tanto frequentado pelos bauruenses, existe uma falha na veiculação das informações no que diz respeito ao que é a Casa Ponce Paz e os serviços por ela oferecidos”.
A falta de conhecimento da população sobre o espaço é um obstáculo a ser enfrentado pela Pinacoteca. Entretanto, o público cativado parece ser bem fiel. Rodrigo Ferreira, graduando de Artes na UNESP (Universidade Estadual Paulista), relata a afinidade dos alunos do curso com o lugar: “conheci o espaço por causa dos meus veteranos e muitos dos alunos acabaram expondo algum trabalho no lugar depois”.
Além disso, o ambiente propicia uma relação muito mais íntima com a arte. “Por ser um espaço menor, não existe a pressão que há em grandes museus e galerias. Caso você não entenda, pode perguntar para o pessoal que trabalha lá, eles fazem questão de conversar e tirar dúvidas. Por isso, é um lugar mais acessível! Tanto para quem vai expor quanto para quem vai prestigiar as exposições”, comenta Rodrigo.
A Casa de Ponce Paz tem exatamente esse objetivo, de trazer a arte de forma acessível para o público. O instrutor artístico da Pinacoteca, Paulo Barreto, ressalta a importância do incentivo artístico: “como agentes culturais, temos a obrigação de trazer trabalhos que possam enriquecer o cidadão”. Com isso, podemos esperar uma experiência gratificante adentrando o prédio rústico que, normalmente, passa despercebido.