Escreva para pesquisar

Reeleição de Maduro deixa futuro incerto para a crise venezuelana

Compartilhe

A Venezuela é um país muito rico em recursos naturais, dentre eles o petróleo. Em contrapartida, a economia venezuelana não crescia muito, apesar de ter sido o país mais rico da América Latina na década de 90. Até 2005, a Venezuela possuía o Produto Interno Bruto (PIB) per capita mais elevado do continente. Entretanto, por longos anos sem retorno social ou econômico e uma inflação altíssima, hoje o país está um desastre.

Desde o governo Chávez até hoje com a reeleição do Maduro, as elites dominantes que estavam no poder não fizeram mudanças sociais, causando grande desigualdade social e provocando insatisfação popular. O Prof.Dr. Maximiliano Martin Vicente, da disciplina de Realidade Sócio Econômica e Política Regional do curso de Jornalismo da Unesp de Bauru, afirma que: “Houve mudança constitucional, tudo foi feito em função da lei, ou seja, existe legitimidade. Outra coisa é concordar com as medidas do presidente ou do governo que está no poder”.

Além disso, a situação política no país é caótica: Nicolás Maduro é reeleito como presidente, países como Estados Unidos não reconhecem sua candidatura e a oposição pede novas eleições. Na Venezuela, o voto não é obrigatório, mesmo assim a participação eleitoral é alta. De acordo com o jornal El País, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos declarou que “ o que irá acontecer lá é um exercício de consolidar uma ditadura, porque o que está previsto é que depois dessas eleições façam uma nova Constituição com artigos que de certa forma permitem ao regime ser mais repressivo do que foi até agora”.

Segundo Maximiliano, o não reconhecimento de Maduro se dá, pois “tanto o Brasil como outros países consideram Maduro um presidente que foi eleito sem ter legitimidade e, consequentemente, todas as medidas que ele tomar passam a não ser reconhecidas”. A Venezuela, sendo um país da América Latina, mantém parceria há décadas com o Brasil. As relações comerciais, principalmente, ficam abaladas com a situação de crise que o país vive agora.
A América Latina vem se desdobrando em crises políticas e econômicas. Desde 2017, quando Donald Trump, ao assumir o seu mandato como presidente dos Estados Unidos, dificultou as relações comerciais e sociais com os seus vizinhos do sul, assistiu-se uma convergência entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Ainda neste ano, o continente do sul em foi marcado por diversas eleições presidenciais, como a do Chile, Equador e de Honduras – elas abriram o calendário para as próximas eleições, que viriam a ser determinantes para o futuro da América Latina.

“Isso vai se traduzir por uma chegada ao poder de novas lideranças na região. São países com economias debilitadas e com lideranças políticas muito abaladas pela impopularidade e pela corrupção. Sem esquecer a perda da confiança da sociedade nas elites políticas e econômicas da América Latina”. A afirmação é do diretor executivo do OPALC (Observatório Político da América Latina e do Caribe), Gaspard Estrada.

A questão política da Venezuela não é somente moldada por problemas internos mas também pela soma da crise em si de problemas externos políticos. Desde 2013, o país sofre uma recessão que só aumenta e, após cinco anos, a situação ficou mais alarmante. Faltam alimentos, produtos de higiene, remédios e segurança local, os insumos básicos aumentaram de valor exorbitantemente. A inflação chegou nos últimos 12 meses a 8.878%, segundo um estudo do parlamento venezuelano.

Essa situação praticamente fora de controle provocou uma forte onda de migração, que resultou na entrada de cerca de 50 mil venezuelanos no Brasil. O professor do Instituto Brasileiro de mercado de Capitais (IBMEC/MG) Oswaldo Dehon, esclarece: “A crise tem a ver com o aprofundamento do modelo bolivariano, com equívocos da oposição e com o isolamento internacional da Venezuela”.

Muitos fatores colaboraram para a atual situação da Venezuela: um governo corrupto, a desvalorização do preço do petróleo, o aumento da violência, a repressão do Estado, as condições de vida precárias, o isolamento internacional, dentre outros. De fato, a Venezuela encara um período histórico de extrema dificuldade política-econômica. Logo a insatisfação popular se mostra cada vez mais nítida nas eleições. O país é dividido politicamente, sendo que de um lado estão os apoiadores das medidas políticas socialistas do ex-presidente Hugo Chávez, e do outro lado está a oposição desse partido que já está no poder há quase duas décadas.

Manifestações contra o presidente Maduro seguem intensas antes da eleição de 2018. Apesar da oposição, Henrique Capriles, o maior concorrente do atual governo,  foi banido de disputar cargos por 15 anos. 

Abaixo observamos um infográfico sobre a eleição de 2018 para presidente na Venezuela:



 
Maximiliano fala sua opinião sobre suposto sorteio que Maduro promoveu em suas eleições, para estimular a população a ir às urnas. “Claro que medidas populistas não fazem bem a ninguém e nesse contexto vejo que Maduro tentou ganhar legitimidade com as eleições e que tomou medidas, sim, questionáveis. Entretanto, o mesmo é feito pelos seus opositores, notadamente os países que se opõem a ele”, afirma. Maduro ainda prolongou o horário das eleições, para que atrasos não fossem o motivo para as pessoas perderem as eleições.

Com a reeleição de Maduro, o futuro da Venezuela está incerto, e só os próximos episódios desse calendário de crise poderão dizer quais os caminhos esse país deve seguir e como isso interferirá na América Latina e nos seus vizinhos do sul.
 

Redação

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nam quis venenatis ligula, a venenatis ex. In ut ante vel eros rhoncus sollicitudin. Quisque tristique odio ipsum, id accumsan nisi faucibus at. Suspendisse fermentum, felis sed suscipit aliquet, quam massa aliquam nibh, vitae cursus magna metus a odio. Vestibulum convallis cursus leo, non dictum ipsum condimentum et. Duis rutrum felis nec faucibus feugiat. Nam dapibus quam magna, vel blandit purus dapibus in. Donec consequat eleifend porta. Etiam suscipit dolor non leo ullamcorper elementum. Orci varius natoque penatibus et magnis dis parturient montes, nascetur ridiculus mus. Mauris imperdiet arcu lacus, sit amet congue enim finibus eu. Morbi pharetra sodales maximus. Integer vitae risus vitae arcu mattis varius. Pellentesque massa nisl, blandit non leo eu, molestie auctor sapien.

    1

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *