Escreva para pesquisar

Reinventando a relação da música e da tecnologia

Compartilhe

 Com o advento da tecnologia fazer música se tornou um pouco mais fácil, existem aplicativos e softwares que facilitam na edição da música, por exemplo, mas a dificuldade vem na inovação do trabalho e também em se profissionalizar com música, ainda mais para as bandas que tem que montar um time que embarque nessa aventura. As bandas universitárias e as chamadas “bandas de garagem” são um ponta pé inicial para quem gosta de fazer música e tem vontade de ganhar dinheiro com isso, mas o cenário cultural brasileiro tem poucos incentivos, impondo muitos obstáculos para quem quer fazer carreira nesta área no país.

tinder-musical-red-bull-music-breaktime-sessions

Reprodução: Breaktime Sessions da Red Bull


Contexto atual e suas vantagens e limitações
As rádios sempre foram um dos principais meios de divulgação de novos cantores, o que poderia ser um problema para as bandas que quisessem ter um espaço, já que a maior parte das rádios são comerciais e respondem à estímulos de grandes gravadoras. Mas com o YouTube, Spotify, Facebook e todos os recursos da geração on demand, a divulgação deixou de ser exclusividade das rádios e pode ser feita por diversas plataformas das mais diversas maneiras.
O regente formado em música pelo Instituto de Artes da UNESP de São Paulo, Alexei Lisounenko, comenta a relação atual da música e da tecnologia: “Sem dúvida a tecnologia veio para permitir que uma pessoa que não tem condições financeiras, não tem um roll de amigos, possa alcançar o planeta todo. Você é uma pessoa boa, tem qualidade, coloca um vídeo no YouTube ou no Facebook e se o pessoal gostar, se cair na graça do público, isso vai começar a rodar e vai car na mão de alguma gravadora, de algum empresário. A tecnologia ajuda na democratização do acesso das pessoas ao seu conteúdo, mesmo que amador se alguém se interessar no seu trabalho pode investir nele”

Apesar de todas essas facilidades que o regente atribui ao nosso contexto atual diante da democratização da tecnologia, ele também fala sobre as dificuldades que os músicos e bandas tem em se profissionalizar no Brasil. Segundo ele a maioria dos músicos não conseguem viver da música, tocando em bares, sem uma legislação trabalhista e todo esse cenário gera músicos que possuem uma profissão formal e tocam como hobbie, sem ter tempo para estudar e se aperfeiçoar em suas performances.
No cenário universitário, há uma facilidade para as bandas que se propõe a tocar em festas, como conta, Leonardo Pacheco, guitarrista da Banda Larga “Em geral para as bandas universitárias, eu vejo um bom momento, há muitas festas de diferentes portes, acredito que há espaço para a maioria das bandas no cenário”. Pedro Nunes, vocalista da banda, complementa falando como a banda lida com cada tipo de apresentação “A gente tem vários formatos de show e tenta ao máximo se adaptar ao que o nosso público gosta de ouvir, então a gente vê o cenário universitário com muitas possibilidades. Quando a gente vai tocar em uma festa a gente tem um formato e uma playlist muito boa pra esse tipo de evento, ao mesmo tempo que quando a gente quer fazer um tributo para uma banda que a gente gosta muito, como Los Hermanos e Skank, no bosque da UNESP, uma coisa mais intimista, a gente também consegue”.
A Banda Larga conta com alunos da UNESP Bauru, UNICAMP e tem até um integrante que está no cursinho, o grupo toca principalmente rock brasileiro e possui músicas autorais também. Pedro levanta um contra ponto “Fora da universidade a realidade é um pouco diferente. Primeiro que a gente não vê muita banda dessa nossa geração tocando, são bandas só de um pessoal um pouco mais velho, tocando só o pop, só o que tá na rádio e esse tipo de coisa”. Ele finaliza “Mas acho que dentro da universidade sim, a faculdade abre muitas portas para essas bandas de garagem e bandas universitárias.”

 
“Tinder para músicos”
Com a tecnologia surgiram alguns aplicativos e sites que tem como intuito ajudar músicos a montarem suas bandas, é o caso do Fleeber, um aplicativo que é uma rede social para bandas. Neste app os músicos se cadastram montando um perfil contendo informações como se são profissionais ou amadores, quais instrumentos tocam, o estilo musical que dominam e podem postar imagens e vídeos para mostrar o talento na prática.
O aplicativo mostra a localização de músicos próximos, sendo assim um baixista pode encontrar um baterista perfeito para sua banda próximo de casa, o próximo passo é só chamar no privado e combinar ensaios. Parece muito com o Tinder, aplicativo para relacionamentos que também funciona por GPS.
REPRODUÇÃO FLEEBER

Reprodução: Fleeber


Além disso, no Fleeber existe a possibilidade de se buscar por casas de show, estúdios de gravação, locais para ensaio e escolas de música na região onde o usuário se encontra. O aplicativo está disponível para iOS e Android, pode ser baixado gratuitamente e também pode ser acessado no computador (https://pt-br.fleeber.com/).
Ainda nesse estilo de ferramenta, o projeto Breaktime Sessions da Red Bull busca unir grupos musicais universitários através de um site. Além das informações básicas que já precisavam ser cadastradas no Fleeber, para achar sua banda através do Breaktime Sessions é necessário mencionar a faculdade em que se estuda. Toda a iniciativa é voltada para um concurs e o vencedor ganhará a oportunidade de gravar um EP no Red Bull Studio em São Paulo, além de tocar no festival João Rock que acontece dia 9 de junho em Ribeirão Preto. As inscrições para competição ficaram abertas até dia 21 de maio, mas a ferramenta continua e permanecerá disponível mesmo após o final do concurso.
O regente Alexei Lisounenko visitou o Fleeber e nos relatou suas impressões: “Ele é pouco utilizado, tem pouco seguidores. Mas é uma ferramenta pras pessoas ligadas à música se juntarem. Mas eu vi que assim, pelo menos a s pessoas que eu tive acesso aqui são pessoas amadoras, não são profissionais mesmo. Mas é uma oportunidade para que as pessoas possam se conhecer através do  aplicativo e ter em comum o trabalho musical”.
Pedro Nunes apresenta um visão mais otimista sobre as ferramentas, dizendo que “Pode ajudar muito de várias maneiras, até pra quem quer formar uma banda com um desses aplicativos citados. Por exemplo, o aplicativo da Red Bull, ele sempre está organizando festivais, chamando novas bandas, acho muito interessante essa contribuição do setor privado, e público também, trabalhando junto para divulgar novas bandas, organizar festivais e várias coisas desse tipo. Então o aplicativo é muito legal porque todo mundo tem um celular, todo mundo ta de olho e atento nessas coisas”.
Os músicos brasileiros seguem entre a luz da tecnologia que pode facilitar muito na produção e divulgação com baixo custo e ao mesmo tempo lidam com as poucas condições de profissionalização para músicos e bandas no país.

Redação

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nam quis venenatis ligula, a venenatis ex. In ut ante vel eros rhoncus sollicitudin. Quisque tristique odio ipsum, id accumsan nisi faucibus at. Suspendisse fermentum, felis sed suscipit aliquet, quam massa aliquam nibh, vitae cursus magna metus a odio. Vestibulum convallis cursus leo, non dictum ipsum condimentum et. Duis rutrum felis nec faucibus feugiat. Nam dapibus quam magna, vel blandit purus dapibus in. Donec consequat eleifend porta. Etiam suscipit dolor non leo ullamcorper elementum. Orci varius natoque penatibus et magnis dis parturient montes, nascetur ridiculus mus. Mauris imperdiet arcu lacus, sit amet congue enim finibus eu. Morbi pharetra sodales maximus. Integer vitae risus vitae arcu mattis varius. Pellentesque massa nisl, blandit non leo eu, molestie auctor sapien.

    1

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *