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Cooperativas de materiais recicláveis auxiliam meio ambiente e geram empregos; mas em Bauru atividade passa por dificuldades

Por Deivide Sartori

São três os verbos que definem a sustentabilidade ambiental: reduzir, reutilizar e reciclar. Dentro desse processo contínuo em prol do meio ambiente, a atuação de cooperativas que separam e vendem os materiais recicláveis é de fundamental importância. Somente em Bauru, existem três cooperativas em atuação: Cootramat, Cooperbau e Coopeco. A atividade dessas organizações reverte ainda em outra ação economicamente importante: gerar emprego e renda aos cooperados.

Instalada no Jardim Redentor, a Cooperativa dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Bauru (Cootramat) é a cooperativa de materiais recicláveis há mais tempo em atividade na cidade. De segunda a sábado, 28 cooperados trabalham no local fazendo a triagem do lixo recolhido pela Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) dos pontos de coleta seletiva do município. Em média, 80 toneladas de materiais são levados mensalmente pelos caminhões e coletores da Emdurb ao galpão da Cootramat, instalada em terreno cedido pela prefeitura.

Diariamente às 7 da manhã os caminhões da Emdurb começam a descarregar materiais recicláveis no galpão da Cootramat. (Foto: Larissa Roncon)

Diariamente às 7 da manhã os caminhões da Emdurb começam a descarregar materiais recicláveis no galpão da Cootramat. (Foto: Larissa Roncon)

No local é feita a triagem de garrafas pet, jornais, revistas, papel branco, papel cartão, papelão, embalagem tetra pak, entre outros recicláveis. Após essa etapa, duas máquinas compactam o que foi separado pelos trabalhadores. Papéis, jornais e revistas são ensacados e não passam por esse processo. Depois disso, os materiais são embalados e direcionados para venda.

O atual presidente da Cootramat, Valmir Moura, afirma que na cooperativa o pagamento dos trabalhadores é realizado mensalmente baseado no rateio de toda a produção vendida no mês. “Os cooperados que trabalham todos os dias recebem na faixa de novecentos, mil, ou até mil e poucos reais dependendo do mês. Algumas épocas são complicadas por causa da chuva, já que parte da triagem é feita em área descoberta e quando chove perdemos material” explica Valmir.

Nas três cooperativas bauruenses trabalham, no total, 70 pessoas, sendo que deste número apenas 13 são homens. Segundo Valmir, muitos homens preferem a oferta de vagas na construção civil onde podem conseguir uma renda maior. “Outros optam por fazer a coleta na rua com os carrinhos. Dessa forma eles recebem diariamente, ao contrário da cooperativa que paga mensalmente. Mas, nesse caso, o trabalho na cooperativa é mais vantajoso financeiramente, pois trabalhamos com uma quantidade maior de materiais”, comenta o presidente da Cootramat.

Há mais de dez anos no trabalho com os recicláveis, Maria Aparecida da Silva, 55 anos, é uma das cooperadas da Cootramat. Ela se juntou à organização na metade de 2013. “No passado, eu trabalhava com a coleta na rua, mas como tenho uma saúde frágil preferi entrar para a cooperativa. Pra mim é melhor, pois aqui os materiais chegam até nós”, argumenta Maria. A renda obtida com o trabalho ajuda Maria na criação do neto.

Entrave

Até o início de 2014, a Cootramat era a única cooperativa a receber o material oriundo da coleta seletiva no município de Bauru. A exclusividade fazia com que o volume encaminhado pelos caminhões da Emdurb fosse superior à capacidade de operação dos cooperados. Com isso, muitas toneladas de materiais passíveis de reciclagem eram descartadas no aterro sanitário de Bauru por falta de mais cooperativas para a realização das tarefas de triagem e destinação adequada.

Com o surgimento da Cooperativa Ecologicamente Correta de Materiais Recicláveis de Bauru (Coopeco) , em fevereiro, e da Cooperativa de Recicladores de Resíduos de Bauru (Cooperbau), em março, a situação dos anos anteriores se inverteu em Bauru. Atualmente, a demanda de materiais recicláveis é baixa e faz com que algumas cooperativas fiquem períodos do dia sem trabalhar. “Já chegamos a encerrar o expediente mais cedo por causa disso”, expõe Valmir.

Apesar do momentâneo entrave no trabalho das cooperativas, Bauru ainda apresenta potencial para ampliar a coleta seletiva. De acordo com dados da prefeitura, a coleta seletiva abrange 86% da população, mas estima-se que apenas 10% dela separa os materiais. Além disso, das 200 toneladas, em média, recolhidas mensalmente, cerca de 2% é automaticamente descartado no aterro por estar sujo ou misturado a lixo orgânico. De acordo com informações da Emdurb, existe estrutura para coletar até o dobro do que é captado atualmente, entretanto, é preciso uma conscientização ambiental maior da população na separação dos materiais recicláveis.

Confira aqui o cronograma da coleta seletiva nos bairros de Bauru.

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Redação

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