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Uma luta para acabar com o glifosato

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O glifosato é uma substância utilizada na fabricação de diversos herbicidas, sendo a mais utilizada no mundo. Entre eles, o mais conhecido é o Roundup, da Monsanto, fabricado desde 1974. 
Atualmente a substância está no foco de uma discussão sobre sua proibição, pois estudos indicaram que ela pode causar câncer em quem a manusear sem proteção adequada. 
Apenas nos Estados Unidos há 8000 processos contra a Monsanto envolvendo a substância. Em 2018, a empresa foi condenada a pagar US$ 289 milhões a um jardineiro que usava o herbicida.
Na Europa, em 2017 houve uma importante votação envolvendo o glifosato. A Comissão Europeia, composta por representantes dos 28 países-membros da União Europeia, aprovou por 18 votos a favor e 9 contra, e uma abstenção, sobre autorizar o herbicida por mais 5 anos no continente. 
O principal ator opositor dessa continuidade foi a França, ainda com seu presidente, Emmanuel Macron, engajado para que a substância fosse proibida em até 3 anos. Foi derrotado, porém nada impede que em sua jurisdição ele não possa fazer um caminho diferente. Desde o começo de 2019 é proibido a pessoas a compra e estoque do glifosato. E desde 2017 não é permitido o seu uso em locais públicos, como praças e parques.
O glifosato, aliás, é permitido no Brasil. Sendo o agrotóxico mais utilizado no país, segundo a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência concluiu no início deste ano que não se trata de um produto “classificado como mutagênico, carcinogênico, tóxico para a reprodução, teratogênico (que causa malformação fetal), entre outros.” 
Até agora o Brasil autorizou 269 agrotóxicos. Essas medidas, segundo a ministra da Agricultura Tereza Cristina é baratear produtos do tipo para os agricultores, e consequentemente os insumos agrícolas para o consumidor final. Algo que vai contra o senso de outros países de justamente fazer o contrário: diminuir a utilização de defensivos agrícolas.
São autorizados no país ao menos 110 produtos que contém o glifosato em sua composição.
Além dos problemas na saúde em humanos, o glifosato também pode afetar a fauna, especialmente pássaros selvagens e abelhas. A substância não seria ainda tão facilmente degradável e absorvível pelo solo, causando grandes consequências para a flora.
 
Monsanto Papers
Em 2017 alguns documentos da Monsanto vieram a público após serem liberados pela justiça estadunidense. O caso ficou conhecido como Monsanto Papers, que causou um grande dano à imagem da empresa. 
Esses documentos internos contradizem o que era falado ao público: de que o glifosato não era nocivo à saúde. Os riscos da substância eram conhecidas ao menos desde 1999 pela empresa.
Os documentos revelam um grande lobby da Monsanto, contando até mesmo com ameaças a quem se opusesse aos seus planos. Um dos alvos foi a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), das Nações Unidas. “No passado fomos atacados, enfrentamos campanhas difamatórias, mas agora nós somos alvo de uma campanha orquestrada de uma escala e duração nunca antes vista” desabafou Christopher Wild, diretor da Agência para o jornal Le Monde.
A IARC se tornou alvo de ataques da empresa após o glifosato ser considerado como “provavelmente cancerígeno”, o que causaria problemas econômicos a Monsanto já que o seu herbicida mais vendido, o Roundup, é feito com a substância.
 
Estudo em ratos
O biólogo e professor de Biologia Molecular da Universidade de Caen, na França, Gilles-Éric Séralini, publicou um estudo em 2014 no jornal científico europeu Environmental Sciences Europe. O estudo foi realizado durante dois anos, e foi i uma replicação de um outro estudo realizado pela Monsanto para lançar o produto no mercado.
O estudo foi realizado com grupos de ratos alimentados por milho transgênico resistente ao Roundup tratado com o herbicida Roundup, isto é, um milho que não seria afetado pelo herbicida, cuja função principal seria matar ervas daninhas, por exemplo. Não foi dado a um grupo de ratos o milho transgênico e nem Roundup para servir como grupo de controle.
O artigo informa que “em fêmeas, todos os grupos em tratamento, mostraram de dois a três vezes maior mortalidade e morte prematura”.  Em relação a tumores, cânceres de mama se desenvolveram mais rápidos nas fêmeas tratadas do que no grupo de controle, enquanto os machos “apresentaram até quatro vezes mais grandes tumores palpáveis começando 600 dias antes que o grupo controle, no qual apenas um tumor foi relatado”
Ainda o estudo mostra que a maioria dos problemas constatados nos ratos tratados são no rim, além de desequilíbrio em hormônios sexuais.
 
Uma luta contra defensivos agrícolas 
Como já dito, é tendência uma diminuição no uso de agrotóxicos. Em alguns casos a proibição de produtos que contenham defensivos agrícolas é comum. 
Um caso recente foi da rede de mercados sueca Paradiset que anunciou boicotes aos produtos brasileiros devido a grande liberação de agrotóxicos.
Mas o que as pessoas comum fazem no dia a dia?
Gabriel Vieira, por exemplo, diz: “eu compro água de garrafa já que os rios podem estar contaminados com muitos agrotóxicos”
Poucos lugares vende produtos orgânicos, e quando o fazem, normalmente são produtos caros. “ É uma luta que não tem como fugir, você sempre vai ter contado com agrotóxico. Minha mãe compra diretamente do produtor, por exemplo, um que ela conhece e confia”, conclui.

Redação

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