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Saiba como a atual crise econômica mundial afeta o turismo brasileiro

Por Guilherme Costa, Vinícius Cabrera e Vitor Almeida
(foto: John Burcham/The New York Times)

O Turismo brasileiro e mundial reage à atual crise econômica (foto: John Burcham/The New York Times).

A crise econômica pela qual passa o Brasil, somado à instabilidade da taxa de câmbio foram os fatores determinantes para que o setor de turismo, em especial as viagens internacionais, tenha sofrido um impacto negativo nesse começo de ano. Mas, apesar da crise econômica, os números mostram que o setor turístico também pode guardar surpresas positivas nesse momento de vacas magras. Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), entidade que reúne os maiores empresários de turismo no mundo, o Brasil representa, atualmente, a nona maior economia turística do mundo. Por ano, o setor turístico movimenta algo em torno a 9,6% (492 bi) do PIB brasileiro, segundo o Ministério do Turismo.

“Os dados mostram a onda de crescimento que o País passa com a realização dos grandes eventos e a nova exposição de visibilidade internacional”, comentou o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur e Turismólogo ,Vicente Neto ao Portal Brasil. O Brasil está, hoje, entre os dez países que mais realizaram eventos globais nos últimos quatro anos, e o primeiro da América Latina, o que faz com que o Brasil, apesar da crise mundial, seja um dos destinos mais procurados por estrangeiros que vem ao país.

A visibilidade internacional que o Brasil ganhou nos últimos anos com a realização de eventos globais somada à alta procura do nosso país como destino recorrente dos estrangeiros rendeu ao mercado de viagens brasileiro o status de possível amenizador da crise.  “De acordo com o relatório, o Brasil é o 5º maior gerador de empregos diretos e totais pro meio do turismo no mundo, o que mostra a importância do segmento para a transformação da vida da população em todas as regiões do País nesse momento de crise”, afirma Neto ao Portal Brasil. Dados disponibilizados pelo Ministério do Turismo nos mostram que o setor turístico emprega mais de 3 milhões de pessoas distribuídas em 52 atividades que variam desde hospedagem até programas destinados a turistas que optam por guias e passeios programados.

O Nordeste brasileiro é um dos destinos mais procurados por turistas domésticos, que não pretendem sair do país (foto: Ministério do Turismo)

O Nordeste brasileiro é um dos destinos mais procurados por turistas domésticos, que não pretendem sair do país (foto: Ministério do Turismo).

Outro que ressaltou a importância do turismo para o atual momento que o Brasil passa foi Henrique Eduardo Alves, atual Ministro do Turismo. “Em momentos de crise, temos de buscar soluções novas para retomarmos o crescimento. O mercado de viagens pode ser a tábua de salvação para economias que passam por momentos difíceis”, afirmou o ministro no jornal Correio Brasiliense.

Brasil, o destino certo!

Uma crise econômica é constituída de diversos fatores, um deles – e dos mais relevantes – é a instabilidade da taxa cambial. Em decorrência da crise europeia e do fortalecimento do mercado americano, o real está desvalorizado no mercado cambial e, como consequência, as viagens de brasileiros ao exterior diminuíram nos últimos meses.  Outro fato curioso, que deve ser ressaltado,  é que, com o fortalecimento de moedas como o dólar e o euro, o Brasil passou a ser um destino mais atrativo para o público estrangeiro e para o brasileiro, que no momento opta por viajar pelo território nacional. “Nesse momento, quando a alta do dólar favorece viagens de brasileiros e estrangeiros pelo País, continuaremos investindo em comunicação para atrair turistas dos países sul-americanos. O Chile é o terceiro que mais envia visitantes ao Brasil e, por isso, o investimento nesse visitante deve ser constante”, afirma Vinícius Lummertz, atual presidente da Embratur ao portal do Instituto. Segundo Lummertz, o crescimento de interesse pelo Brasil como destino de estrangeiros se dá pelo alto investimento publicitário e ações promovidas especificamente para atrair turistas de fora do país.

(foto: Starnews 2001)

Vista aérea do Cristo Redentor, Rio de Janeiro (foto: Starnews 2001).

O aumento na procura por viagens domésticas pelos brasileiros, motivados pela desvalorização do real frente ao dólar,  é evidenciado pelos dados disponibilizados pela assessoria de imprensa da agência de viagens CVC: “historicamente, as viagens nacionais sempre costumam representar 60% do volume de vendas da operadora ao longo do ano, contra 40% das viagens rumo ao exterior. Em função da disparada do dólar neste ano (2015), as viagens nacionais ganharam incremento de 5% na CVC de Janeiro a Setembro (somando 65% da preferência dos clientes em vendas de pacotes), na comparação com as viagens ao exterior (35%)”.

No verão de 2016, as viagens pelo Brasil devem alcançar índices ainda maiores, segundo a assessoria de imprensa da CVC: “calcula-se que, com o investimento da CVC na sua Operação de Verão, com a contratação de 1.000 voos fretados, a participação dos destinos domésticos alcance 70% nesta temporada de verão”.

A alternativa é logo ali

Em 2016, uma alternativa encontrada pelos brasileiros para driblar a desvalorização do real no momento de viajar ao exterior foi a escolha de destinos como Chile e Peru. Isso se dá porque as moedas dos países citados também se desvalorizaram frente ao dólar e, portanto, continuaram inferiores economicamente em relação ao real. Em entrevista cedida à Folha de S.Paulo,  Aldo Leone, presidente da Agaxtur, agência brasileira de viagens, revelou que os cruzeiros marítimos e os resorts “all-inclusive” também foram especialmente requisitados pelos brasileiros no último ano. Os motivos, segundo Leone, são os baixos custos e o desembolso previamente planejado, no caso dos pacotes “all-inclusive”.

(Foto: MSC Cruzeiros/Divulgação

Os cruzeiros marítimos de baixos custos são opções interessantes para o público, segundo as agências brasileiras de viagens (Foto: MSC Cruzeiros/Divulgação).

Outra operadora brasileira de viagens, a CVC, via assessoria de imprensa, confirma que os cruzeiros e o racionamento econômico são tendências nesse momento de crise: “no que se refere às viagens ao exterior de forma em geral, a CVC tem notado que o consumidor não deixa de viajar, no entanto tem procurado adaptar a viagem ao orçamento. O próprio setor de turismo já vem trabalhando neste sentido: a Temporada de Cruzeiros no Brasil, que começou agora, terá mais de 50% dos roteiros em formato de “mini cruzeiros”, que são viagens mais em conta e mais curtas”.

Acordo da China

Um acordo incomum firmado em parceria com o governo chinês que facilita a inserção de turistas chineses no Brasil foi o primeiro passo dado em 2016 para a movimentação do setor turístico. Em tempos de crise generalizada, o governo brasileiro vem apostando em estratégias pouco usuais para combater seus impactos negativos. “Ao incentivar a vinda do turista chinês para o Brasil estamos abrindo uma nova e importante oportunidade para atrair divisas e investimentos no setor de turismo nacional. Em 2014, mais de 100 milhões de turistas chineses viajaram pelo mundo, mas apenas 70 mil vieram ao Brasil. Esse é um mercado muito expressivo e estamos ansiosos para conquistá-lo”, afirma  Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo, ao portal Hôtelier News.

(foto: arquivo HN / Juliana Bellegard)

A parceria firmada entre Brasil e China surge como uma alternativa para o setor turístico driblar a crise econômica (foto: arquivo HN / Juliana Bellegard).

Na corda bamba

Instituições relevantes do setor turísticos brasileiros assinaram no dia 13 de janeiro um apelo enviado ao Governo Federal com uma solicitação para que os “tributos sobre valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para pessoa física ou jurídica residente no exterior, destinados à cobertura de gastos pessoais, de pessoas físicas residentes no país, em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais” sejam reduzidos de 25% para 6%. Entre as entidades que assinaram o apelo estão Associação Brasileira de Cruzeiros Marinhos (Abremar), Associação Brasileiras das Operadoras de Turismo (Braztoa), Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) e Brazilian Educational e Language Travel Association (Belta). Caso a solicitação não seja aceita pelo Governo Federal, será esperado um déficit em torno de R$ 1,6 bilhão anual em arrecadação entre as empresas de turismo, além da dispensa de funcionários.

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Redação

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0 Comentário

  1. meloemulkey janeiro 18, 2016

    Que bom que algum setor vai se sair bem esse ano, porque os outros setores… Só um milagre mesmo. Ótimo post.

    Responder

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