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Moda verde, uma questão de consciência e estilo

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A crescente preocupação dos consumidores com origem e produção de suas roupas estimula o mercado preocupado de moda que preza pela sustentabilidade e valorização do trabalho humano.

POR GIOVANNA DINIZ, TÂNIA MENDES, TATIANE DEGASPERI

Imagem: Banco de imagens pixabay.com

Um dos escândalos mais divulgados da moda no Brasil foi a descoberta de trabalhadores em condição degradante em uma oficina de costura usada pela grife espanhola Zara. A rede foi autuada pelo Ministério Público em São Paulo, mas de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, outras redes de departamento e lojas de grifes também têm casos de confecções irregulares.  Com isso em mente, consumidores começam a procurar alternativas de marcas que dão atenção especial ao processo de produção e condições de trabalho dentro da empresa.

Em meio a este cenário e com o objetivo de alertar o consumidor, a ONG Repórter Brasil criou o aplicativo Moda Livre (disponível para smartphones com sistemas Android e iOS) que monitora as grandes varejistas do país e cria um perfil, monitorando também seus fornecedores, o que ajuda a descobrir históricos de trabalho escravos da mesma.

Sustentabilidade e consumo consciente

Consumo consciente, como tem sido chamada a prática de preocupação com origem e produção dos produtos, envolve não só as condições de trabalho, mas também a responsabilidade socioambiental da empresa. Com base nessa situação e pensando no desenvolvimento que seja sustentável, a disseminação dos brechós tem aumentado no Brasil. Segundo levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de empresas que comercializam artigos usados passou de 10,8 mil em 2013 para 13,2 mil ano passado, crescimento que chegou a 23%. Ainda de acordo com o levantamento do Sebrae, a maioria das empresas do ramo se concentra no estado de São Paulo, com cerca de 4.141 negócios do tipo, sendo seguido pelo estado de Minas Gerais, com 1.265 e pelo Rio de Janeiro, com 1.124.

Um exemplo e que fica aqui na cidade de Bauru é a empresária Michelle Svicero, 22, formada em Moda pela Universidade Sagrado Coração e proprietária do brechó Vintage Shop há cinco anos. Ela conta que  um dos objetivos de sua loja é a conscientização e a transformação do hábito de consumo das pessoas, “podemos definir em três palavras o que oferecemos: exclusividade, sustentabilidade e acessibilidade”, ressalta. Segundo a empresária, o exercício de troca de roupas existe desde a 2ª Guerra Mundial, quando as mulheres começaram a trocar entre si suas peças de roupas e posteriormente passaram a vendê-las para conseguir um dinheiro extra enquanto seus maridos estavam na guerra. O hábito, desde então, vem aumentando e sendo aprimorado.

Fachada da loja de Michelle Svíscero, Vintage Shopping – Foto: Social Média Bauru

         Michelle conta que no início possuía apenas um blog de moda, onde postava dicas de moda, estilo e beleza, com looks do dia que ela mesmo montava a partir de roupas de novas e seminovas. A ideia de vender suas peças surgiu a partir de um comentário de uma das suas leitoras que interessou-se em adquirir uma saia que ela usava em uma das fotos postadas. “Eu tive um start naquele momento de como poderia transformar isso em um negócio, difundindo o consumo sustentável no qual acreditava para outras pessoas. Fiz a primeira venda assim, entreguei na casa dela e me desfiz da saia”, relembra. Depois da primeira venda, a empresária criou uma loja virtual e posteriormente a loja física, por uma demanda das clientes em experimentar as roupas.

Há certo preconceito por parte das pessoas dar um tom pejorativo à palavra brechó e sempre associá-la com pouco retorno financeiro ou má qualidade. Svicero, por sua vez, afirma que é possível praticar a sustentabilidade por meio da venda de peças usadas e ainda assim conseguir lucro em cima disso. Ganham todos: a fornecedora que comprou uma peça por impulso, a dona da loja disposta a vender essa peça e a consumidora que vai comprar uma roupa de qualidade por um preço bacana. “A minha perspectiva de futuro para o seguimento é que o preconceito com a compra de produtos seminovos no Brasil, regrida cada vez mais”, diz Svicero.

A empresária  Laura Miranda, de 22 anos, também é formada em moda e é dona de um brechó virtual, o Mancha de Tinta. Ela diz que ela mesma é responsável por reformar peças antigas, dando uma  aparência de novo. Essa é alternativa que Laura encontrar para evitar as fast-fashion, lojas de departamento que vendem peças a valores mais acessíveis, mas que estão quase sempre envolvidas com trabalho precário. A empresária ainda comenta sobre os preços de peças de brechó ou customizadas.

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A produção têxtil, no caso do algodão, por exemplo, costuma usar agrotóxicos e gastar quantidades absurdas de água, o que torna a produção nociva ao meio ambiente. Uma camiseta de 250 gramas utiliza, em média, 160 grama de agrotóxicos. Esse material ainda passa pelas mãos dos colhedores, que podem sofrer consequências quando intoxicados pelo algodão. Essa é apenas uma das diversas etapas que o tecido passa até chegar nas mãos do consumidor, que desconhece também os produtos químicos que podem estar presentes na produção da roupa.

Foi pensando nisso que as irmãs Renata e Silvia Drummond fundaram a Ecow – Ecological Conscience on Wearing. A marca é responsável por peças produzidas com preocupação sócio-ambiental em parceria com cooperativas de bordadeiras de Minas Gerais. Criada há oito anos, a ECOW utiliza tecidos ecológicos veganos (de origem vegetal) e sobras de coleções antigas para fabricação própria das roupas, que também tentam levar um pouco de cultura – cinema, música, moda, história – nas suas referências de estampas e desenhos. Apesar da proposta sustentável, Renata ressalta a dificuldade de fazer uma produção que seja cem por cento ecológica.

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   Mais informações sobre lojas e iniciativas preocupadas com a procedência e sustentabilidade de seus produtos:

Coletivo Verde

Matéria sobre Moda sustentável da editora Abril

Sebrae

Redação

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