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A volta por cima dos filmes de heróis

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Será que a crescente onda de filmes de super-heróis aumentou a visibilidade das mídias primárias de heróis como Homem de Ferro e Batman?
Quando Robert Downey Jr apareceu pela primeira vez como Homem de Ferro em 2008, filmes de super-heróis eram lançados de maneira esporádica e produções isoladas eram feitas de maneira espaçada. Mas esse filme marcou o início de uma nova cultura nos cinemas. Conforme os títulos iam sendo lançados, os heróis alcançavam mais pessoas. O sucesso foi tanto que novos heróis e equipes de super-heróis foram sendo cogitadas para aparecer nas telas da sétima arte. A Marvel, por exemplo, criou o UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), que continua em desenvolvimento. O Nexo criou uma linha do tempo do universo bastante completa. Além dos filmes, produtos dos mais variados se aproveitam da visibilidade que os longas promovem: brinquedos, vestuário, material escolar e séries televisivas são alguns exemplos dos produtos emplacados pela popularidade dos heróis nas telas grandes.
E quanto aos quadrinhos, a mídia original em que foram publicadas pela primeira vez as aventuras dos heróis e heroínas que fazem Marvel e DC Comics faturar tanto com o cinema, hoje em dia? Será que o interesse de novas gerações aumentou com a exposição dos heróis no cinema? Ou o público e a forma de consumir é totalmente diferente da do cinema?
“Batman na DC e Homem Aranha na Marvel. Esse último eu tenho uma ligação mais emocional por conta dele ser adolescente, ter problemas parecidos e essas coisas”, diz o estudante de audiovisual e fã de quadrinhos Gabriel Fioravanti, 21, que lê desde os 13 anos. “Fui inserido nesse mundo porque lia muito a revista Recreio e teve um dia que fizeram uma reportagem falando sobre quadrinhos. Fiquei com curiosidade, minha mãe comprou e nunca mais deixei de ler”.
cultura1 O mundo dos quadrinhos nas telonas: superproduções que geram bilhões  (Foto: Gabriel Fioravanti)
De acordo com Luiz Santiago, do site sobre cultura pop Plano Crítico, o interesse aos quadrinhos se renovou e aumentou a partir dos filmes, mas devemos considerar uma problemática ao analisar a situação. “Preço dos quadrinhos no Brasil está caro, como tudo. Então até leitores assíduos e colecionadores estão pensando duas vezes antes de comprar. Ou isso, ou esperam as promoções da Amazon e outras companhias. Com isso, você deve imaginar que o público médio no Brasil acaba consumindo mais produtos como camiseta e outros acessórios do que quadrinhos mesmo. Uma dessas coisas é o preço. Outra, é que o hábito de leitura no país não é dos melhores. E tem ainda o preconceito e ignorância dos que acham que quadrinhos é coisa de criança, mesmo indo ver os filmes”. O IPL (Instituto PróLivro) divulgou em 2016 uma pesquisa onde afirma que a leitura é hábito de 56% da população brasileira.
Para Gabriel “os filmes atiçam sim a curiosidade. Mas fazer desses leitores-espectadores leitores assíduos de quadrinhos, acho difícil. Não é um negócio tão simples assim, tem toda a mitologia própria desse mundo, onde os “marvetes e dcnautas” (fãs dos filmes dos universo Marvel e DC, respectivamente), do cinema, teriam dificuldade para acompanhar por ser uma narrativa bem diferente. Nos quadrinhos, por exemplo, é muito comum haver Universos Paralelos, vários alter-egos para personagens”.
Luiz considera o aumento de vendas algo factível mas não ao ponto a que possa ser dito que os quadrinhos tiveram outra crescente de popularidade no Brasil, “quando falamos de aumento de vendas, ele existe, mas não é uma coisa absurda, como foi no início do UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), quando lançaram Homem de Ferro. Aquilo sim foi quase uma revolução em termos de venda de HQs do personagem no país. Depois, o público que se interessou para comprar foi menor. Ele existe e a cada novo filme, novos nichos se criam. Mas não é nada assim tão grandioso não. Não para os gibis. Para acessórios, aí sim”, ele alega.
A explicação para a popularidade dos quadrinhos no Brasil ser mais baixa passa também pela forma como as HQ’s foram constituídas como mídia de massa no país. Em terras tupiniquins, para a maioria das pessoas o quadrinho está intimamente ligado a uma leitura sem profundidade, destinada a crianças, visão construída por franquias como a Turma da Mônica, que estreou nos anos 70 e que conta com roteiros leves e histórias baseadas em valores familiares, e a importação de revistas norte-americanas com temática leve, como a do Tio Patinhas nos anos 50 . No mercado americano, por exemplo, os quadrinhos se tornaram mídia de massa muito rapidamente, pouco antes do surgimento da Segunda Guerra Mundial. “Na Segunda Guerra, a produção e venda de quadrinhos explode, pois havia uma mensagem nacionalista muito bem trabalhada e inclusive apoiada pelo governo. Os quadrinhos serviam para colocar esses heróis lutando contra nazistas, como Capitão América, Buck, Mulher Maravilha, Superman. Por isso a forma como enxergamos quadrinhos se difere muito da forma como os americanos o enxergam”, declara Luiz.
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Marvel Wiki – Captain America Comics Vol.1 #3: The Green Mist, lançada em 1943, durante a Segunda Guerra.

Também por isso lá os gibis vendem muito mais do que aqui. Seguindo uma lógica de mercado clara, quanto maior interesse há, maior produção de quadrinhos existe e isso se reflete em maior venda. Um exemplo são os quadrinhos relacionados ao Pantera Negra, herói da Marvel que teve um dos filmes com maior bilheteria em 2018. Segundo Luiz, “ os encadernados do Pantera Negra, que chegaram dos EUA ao Brasil, encalharam, pois somente os “iniciados’ na cultura dos quadrinhos tinham interesse. Era um personagem praticamente desconhecido. Somente agora está saindo material dele, por conta do filme. Existe tanto uma diferença de investimento quanto de busca, comparando EUA e Brasil”.
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MarvelWiki – Black Panter Comics: Black Panter (1977-1979) #7

Redação

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