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Os impactos da Lava Jato na economia

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Por Mário Lima e João Pedro Fávero
2014: ano eleitoral e início da Lava Jato
Em maio de 2014 a Petrobrás expandia seus negócios. A estatal brasileira se preparava para novas formas de exploração de minérios e se expandir no mundo do petróleo. Na política, o Partido dos Trabalhadores tentava angariar mais uma eleição para a Presidência da República, lançando Dilma Rousseff para a reeleição com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E nesse cenário uma operação criada com o intuito de investigar a lavagem de dinheiro em um posto de gasolina era iniciada, o nascimento da Operação Lava Jato em março de 2014.
O cenário econômico no primeiro semestre daquele ano não apresentava queda, permanecendo estável e mostrando que o Brasil continuava com seu crescimento vindo por mais de uma década. Quando o pré-sal foi encontrado em 2007, começaram as discussões para onde iria o dinheiro arrecado com a venda dessa nova camada de petróleo que animava o governo e a população. O objetivo era ter a Petrobrás como exclusiva exploradora dessa nova descoberta em sua área.
Uma lei foi criada para que os royalties (compensação financeira paga pelos produtores ao Estado em troca da exploração do petróleo) fossem destinados prioritariamente à educação e saúde, até 2016, quando Michel Temer mudou a regra e permitiu que a exploração fosse feita com empresas privadas nacionais e estrangeiras. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) afirma que a Petrobrás já tem tecnologia suficiente para fazer esse trabalho e que essa mudança tira o incentivo da estatal continuar como protagonista na exploração do pré-sal.
A empresa do Estado brasileiro criou a Sete Brasil para construir sondas que perfurariam os fundos dos mares em busca do pré-sal. Nessa época a Petrobrás detinha a exclusividade do pré-sal, ela estava custando R$ 345,3 bilhões, valia sete vezes mais que o valor de 2002, era a empresa brasileira mais respeitada e conhecida internacionalmente.
2015: segundo mandato de Dilma e continuidade da Lava Jato
Com o decorrer dos desdobramentos da operação feita pela Polícia Federal, inúmeras empresas foram fechadas por suspeita de corrupção. A justiça obrigava que as organizações investigadas parassem seus serviços em andamento. A Petrobrás teve que suspender muitos investimentos por prestadoras de serviços e pessoas que trabalhavam dentro dela estarem ligadas a corrução. Isso gerava uma queda no investimento de seus projetos e acarretava o desemprego, além de um consequente declínio na economia.
Em abril de 2015, a empresa Enseada Indústria Naval estava enfrentando dificuldades por falta de recursos financeiros, por estar na investigação da Operação sobre desvios de dinheiro público. Ela não conseguiu empréstimos no BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para construir o Estaleiro Paraguaçu na cidade de Maragojipe (BA), e acabou demitindo 4 mil postos de trabalhos. Alguns especialistas afirmam que a forma correta de punir os corruptos é repreender a pessoa física, o responsável pela corrupção, como é feito na Europa, pois quando pune a empresa, gera desconfiança para aquela instituição que passa a correr o risco de falir e gerar prejuízos econômicos e sociais para a população.
2016: Lava Jato continua e o Brasil bate recorde de desemprego
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou mais de 12 milhões de desempregados no final de 2016. Enquanto a operação Lava Jato fazia suas descobertas sobre os esquemas de corrupção nas empresas estatais do Brasil e nas parcerias público-privadas, a população sofria com a falta de espaço no mercado de trabalho. A operação divulgava partes de processos em andamento e fazia com que o mercado desconfiasse das instituições e empresas brasileiras.
Em 2014 a taxa de empregados no Brasil batia recorde. Naquele ano a taxa de desemprego girava em torno de um milhão, segundo o IBGE. Era no ano do nascimento da Lava Jato que o Brasil batia recorde de empregados, pessoas trabalhando no mercado de trabalho com carteira assinada. As indústrias brasileiras operando, as pessoas trabalhando e o comércio aquecido, eram os métodos usados para chagar ao índice histórico que os brasileiros comemoravam.
2017: a Lava Jato continua e a crise também
Em 7 de dezembro de 2017, a força-tarefa da Operação realizou a cerimônia para devolver R$ 653,9 milhões à Petrobrás. O valor entregue a estatal brasileira anima o povo com uma sensação de justiça. O procurador da República e coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol, disse que “as colaborações premiadas resgataram o dinheiro da sociedade que estava no bolso dos corruptos. Esses R$ 650 milhões são a maior restituição da história da justiça criminal brasileira. Atualmente, as colaborações são, de longe, o melhor instrumento para investigar a corrupção e ressarcir os cofres públicos. É preciso que o Judiciário preserve as colaborações premiadas para que a sociedade não fique a ver navios como no passado. Cada decisão sobre esse assunto é muito importante”. Nesse mesmo ano, a estatal criada no governo de Getúlio Vargas estava valendo R$ 193 bilhões, ela sofreu nesses anos de escândalos por causa da forma como foi conduzida a operação da Polícia Federal, uma perda de aproximadamente 151 bilhões de reais.
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A maior empreiteira do Brasil, Odebrechet, tinha mais de 180 mil funcionários em 2014, no ano passado ela havia demitido mais de 100 mil. Esse prejuízo levou milhares de famílias a não terem condições sociais para sobreviver e a afetou a economia. Nas delações premiadas feitas por empresários, muitas companhias eram prejudicadas no mercado financeiro com os vazamentos de informações ilegais, isso fazia com que o valor delas caíssem nas bolsas de valores; outro fator fundamental é a proibição de empréstimos a essas empresas como forma de punição, muitas dessas grandes precisam desse dinheiro para construir obras, e isso prejudica o andamento de seu projeto em construção; outro fator é a proibição de contratação pelo Estado, afastando diretamente o emprego das pessoas.
Segundo o sociólogo Jessé de Souza, a elite brasileira pensa a curto prazo, é uma elite burra que continuou com a escravidão através da Lava Jato que é uma expropriação. O resultado da Lava Jato fez com que o Brasil voltasse no mínimo a 50 anos, porque a Lava Jato tira as empresas brasileiras do poder e coloca as estrangeiras em seu lugar. Isso faz com que voltemos a época em que dependíamos do capital e das empresas estrangeiras. É um consórcio entre as elites econômicas internas e externas que perdura há 500 anos. Quando uma parte da elite brasileira perdeu para Getúlio Vargas em 1930, ela criou a USP em 1934 e ajudou a consolidar uma imprensa que estivesse ao seu favor. Se você não planeja um longo prazo entre as classes, você é escravocrata, você só pensa no ganho do agora.
2018: a Lava Jato enfraquece e a Petrobrás tem que pagar multa
No início de 2018 a Petrobrás fez um acordo com a justiça dos Estados Unidos para pagar uma multa de R$ 9,5 bilhões. Esse dinheiro foi destinado a investidores internacionais que tinham comprado títulos da estatal e alegou na justiça estadunidense ter perdido dinheiro com a desvalorização da empresa por causa dos escândalos de corrupção divulgados pela Lava Jato. O valor da indenização paga a ação coletiva que está em processo final de julgamento nos Estados Unidos, e é seis vezes maior que o recuperado pela operação durante os quatro anos, no valor de R$ 1.475 bilhão.
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Redação

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