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Pressão no ambiente acadêmico intensifica casos de transtornos de humor entre universitários

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Ansiedade e depressão levam discentes, docentes e funcionários técnicos-administrativos ao limite

Por Bárbara Paro, Giovana Romania, Julia Gonçalves, Patrícia Konda e Renan Dercoles

Um post em um grupo fechado que reúne cerca de 1 milhão de jovens no Facebook levantou a seguinte pergunta a seus membros: vocês também sentem que a faculdade está destruindo a saúde mental de vocês? Como resposta, mais de 21 mil comentários – quase todos afirmando que sim e contendo relatos de pessoas que se identificavam com aquela situação. Dois dias depois a postagem ainda recebia uma grande quantidade de comentários a cada hora.

Para Marina*, estudante do curso de Física na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), esse mal-estar dos alunos com a universidade é comum. A  jovem convive de perto com uma amiga que enfrenta o transtorno depressivo e também já perdeu um amigo que se suicidou durante a graduação. “Eu não posso afirmar ao certo que a universidade fez isso com ele, mas eu acho que foi um dos gatilhos dele ter feito isso”, afirma.

Daniel* entrou no curso de Física na UFSCar em 2014, na sala de Marina. Considerado pelos amigos o melhor da turma, trancou a graduação no meio do semestre e voltou para a cidade dos pais para cursar Engenharia Civil. A amiga acredita que o jovem estava se sentindo desconfortável com a distância da família. “A gente brincava com ele falando ‘você ferrou a turma inteira pra entrar e agora vai sair desse jeito?’, porque ele foi a maior nota da turma que entrou em 2014” conta a estudante.

No ano seguinte, o garoto voltou para a mesma graduação que havia trancado em São Carlos e teve facilidade nas disciplinas pendentes. “Ele tinha muito embasamento porque estudou em colégio militar, então ele me ajudou muito [nos estudos]. Eu era bem próxima dele, ia na casa dele fazer trabalhos” afirma Marina. Com o passar do tempo, o grupo de amigos percebeu o afastamento de Daniel, que se mostrava mais fechado. Pouco tempo depois a notícia do suicídio pegou todos de surpresa. “Eu acredito que ele devia tá pedindo ajuda pra gente sabe, e a gente não foi capaz de ver isso” aponta a amiga.

A jovem não soube informar se Daniel procurou alguma ajuda profissional, mas acredita que a perda poderia ter sido evitada. Ela afirma que percebeu a influência da universidade no emocional do amigo durante as últimas conversas que teve com ele. “Poderia ter sido diferente. A gente já chegou em sala de aula e professores humilharam a gente, falando que não deveríamos ser considerados da mesma espécie que eles, seres humano, de tão burro que a gente é. Professor rasgava nosso relatório na nossa frente pra dar um zero. Não precisava fazer esse tipo de coisa, não é o tipo de tratamento que a universidade tem que te dar” afirma.

De acordo a jovem, pouco se soube do caso na mídia porque a família se fechou sobre o assunto e o caso foi abafado pela universidade, que anunciou a morte aos alunos através de um e-mail. “Uma turma inteira ficou abalada e eles não fizeram nada. O coordenador do curso não virou as costas, mas não ofereceu ajuda e a gente também não foi procurar porque era algo muito pessoal”, conta Marina.

O que passa pela cabeça dos universitários

O índice de jovens de 15 a 29 anos alcança cerca de 30% do índice geral de suicídio no Brasil, aponta dados do DataSUS de 2015. A faixa etária que geralmente representa a fase universitária se mostra como um grupo de vulnerabilidade significativa às ideações suicidas, mas poucos são os estudos existentes sobre a relação universidade e transtornos mentais.

Uma pesquisa realizada em 2011 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) traçou o perfil dos estudantes das universidades federais e, para isso, uma das áreas mapeadas foi a de recorrência de transtornos mentais nessa parcela específica da população. A conclusão foi de que metade dos universitários brasileiros havia vivenciado uma crise emocional no ano anterior e que o transtorno que mais afetava o desempenho dos alunos era o de ansiedade, com o qual 70% dos entrevistados se identificavam.

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O CCMH é uma rede de pesquisas realizadas pela Penn State University focada em fornecer informações precisas e atualizadas sobre a saúde mental dos estudantes universitários dos dias de hoje. A pesquisa se refere ao ano de 2014 e recolheu informações de mais de 400 centros de aconselhamento universitários nos Estados Unidos. Ainda não existem pesquisa extensivas do gênero no Brasil.

Letícia Romano Menegazzo, psicóloga formada pela UNESP, acredita que dificuldades emocionais são resultado direto de dificuldades pessoais, sociais e acadêmicas. Menegazzo explica que esse sentimento, pensamento e comportamento funcionam como engrenagens e frisa que “pessoas que sofrem de depressão e ansiedade tendem a ter um pensamento catastrófico, ou seja, têm facilidade em lembrar de coisas ruins e ignoram as coisas boas de suas vidas”.

Para o psicólogo responsável pelo Centro de Psicologia Aplicada da UNESP Bauru (CPA), Lucas Faria Gonçalves, o grande desafio é a transformação pela qual o aluno passa ao mudar de cidade e ao começar um curso fora da sua zona de conforto, com novas responsabilidades e com pessoas totalmente diferentes. “Tem muito obstáculo que ele pode encontrar, uma coisa que estamos vendo são muitas pessoas com dificuldade de se relacionar com o outro, dificuldade de criar vínculos, de fazer amizades e isso é um fator significativo”, explica Gonçalves.

“Eu não me adaptava ao curso e à academia, então comecei a me frustrar. Não ia na aula, voltava para a casa dos meus pais e ficava 15 dias aqui sem ligar pra nada. Quando voltava pra Uberaba [cidade onde estudava]  só queria saber de festas”, relata Heloísa Araújo, 19 anos, que iniciou o curso de Serviço Social na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), mas nunca o concluiu. Ela conta que um dia “surtou, começou a chorar e decidiu que não ia ficar mais lá” – sua vida universitária havia sido vazia e por isso, já chegou a pensar no suicídio. A decisão, inicialmente, foi ruim, mas, hoje em dia, Heloísa “está tão bem que não sente falta de nada lá”. Contudo, essa não é a principal causa para os transtornos causados dentro da faculdade.

Já Mariana Cardoso, 21 anos, estudante de Moda na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), tem sérios problemas com seu curso em relação à cobrança pela criação. “Moda geralmente é um curso que muitas pessoas julgam como fácil, mas a verdade é que a sobrecarga psíquica que ele trás pra nós estudantes é desumana”, desabafa. O curso, que era um sonho da jovem, se tornou um pesadelo. “50 croquis para entregar de uma vez, todos impecáveis, roupas com acabamentos perfeitos e a necessidade de criar algo novo são um dos motivos que me fazem perder o sono, ficar irritada, chorar e são fatores determinantes para as minhas crises de ansiedade”, conta Mariana, que apesar das dificuldades, continua na graduação.

Muitas vezes, não se encontrar dentro do curso é uma questão relevante, explica Gonçalves. O psicólogo aponta quais são os tipos de pensamento que passam pela cabeça de alunos que se encontram nessa situação: “A pessoa entra no curso, vê que é totalmente diferente do que imaginava e se decepciona. Também tem toda pressão né: fiz cursinho, passei numa faculdade pública, meus pais tão me bancando aqui, como vou chegar e falar pra eles que não quero mais? Como eles vão reagir?”.

A pressão existente dentro da graduação é iminente em qualquer curso. No entanto, os alunos encaram essa situação de maneiras diferenciadas. “Tem gente que tira de letra, tem facilidade, e tem gente que diante da pressão pode gerar uma ansiedade e um desconforto muito grande”, aponta o responsável pelo CPA de Bauru.

Luca Machado Bottino, 19 anos, que alega “tentar” estudar Engenharia Elétrica na Universidade de São Paulo (USP) acredita que o problema é “sistêmico” e não pode ser resumido a casos pontuais. O estudante acredita que deveria ocorrer “uma mudança radical na proposta do que é a universidade e em como é cobrado o conhecimento nessas instituições.” Pensando em desistir do curso em seu segundo ano de graduação, Luca avalia que os professores “não cobram, nem prezam aquilo que você aprende, mas sim aquilo que você decora”.

Para Gonçalves, a questão é ainda mais ampla. “São diversos fatores que vem desde da política econômica brasileira, a forma como o Estado brasileiro lida com a educação até pra gente passar para questões da gestão da universidade”, completa. A pressão não é unilateral, uma vez que quando “colocada em cima de professores, eles acabam passando pros alunos”.

    Docência e a Síndrome de Burnout

A síndrome de Burnout, que acomete professores da rede pública já a alguns anos no Brasil, também vem afetando um número cada vez maior de professores universitários. Segundo estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de 2009, em que 183  docentes universitários foram entrevistados, 21,3% afirmaram ter desenvolvido a doença relacionada ao trabalho. Grande parte deles sofre com um alto índice de sintomas psicossomáticos: cansaço mental, estresse, ansiedade, esquecimento, frustração, nervosismo, angústia, insônia e depressão.

Com o processo de sucateamento e a diminuição nos investimentos nas universidades públicas, que vem acontecendo de maneira sistemática nos últimos anos, os professores acabam assumindo disciplinas que não pertencem a sua real experiência e as acumulando na construção das grades em universidades de todo o país.

Os estudos na área acadêmica sobre a síndrome se iniciaram nos alunos residentes de enfermagem e medicina. Com pressões e exigências muito altas durante a graduação, os alunos residentes sofrem com a ansiedade para exercer a profissão após um período muito longo no curso, e ao mesmo tempo acabam sofrendo pelas limitações de funções e alta carga horária durante o período.

Acometendo alunos e professores, a doença acaba criando uma relação conflituosa entre ambos, pois os alunos ficam mais dispersos e indisciplinados e os professores mais impacientes e menos motivados.

Iniciativas de alunos

A universidade acumula. Acumula leituras, textos, trabalhos, provas. Acumula a vida social, uma simples série que você quer assistir, a louça para lavar. Ela acumula também angústia, ansiedade, nervosismo, estresse. Como grande acumuladora, ela ainda insiste em empilhar casos que não recebem o tratamento necessário.

O Setembro Amarelo, campanha mundial para a prevenção do suicídio, foi uma ótima deixa para alunos do campus de São Carlos da USP organizarem um evento que contemplasse o mês e o ambiente, além de desacumular o clima da cidade com os acontecimentos do último ano. Realizado pelos estudantes da graduação e pós-graduação, a Semana Integrada de Física foi um espaço encontrado para conscientizar e dar fala aos colegas discentes que sofrem com doenças como ansiedade e depressão. “Aqui no IFSC tem uma onda muito grande de depressão. Então, quando meu colega teve a ideia, eu achei essencial esse assunto ser discutido na semana da Física, porque aqui é uma tragédia anunciada, ninguém vai ficar surpreso se algo acontecer”, afirma a estudante de Física Computacional organizadora do evento, Vitória Baldan, que tem 20 anos.

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O anfiteatro Sérgio Mascarenhas do IFSC estava completamente lotado. A maioria dos presentes eram estudantes, mas professores, psicólogos e pais de alunos também prestigiaram o evento. “Eu senti que foi uma boa recepção”, conta Vitória. “Mas, como nós da organização, todo mundo gostaria de ter mais tempo para falar sobre o assunto. Mas eu acho que conseguimos contemplar nosso objetivo”, completa. Os eventos e palestras sobre saúde mental ganharam muito mais espaço nos últimos tempos no meio acadêmico, principalmente em lugares onde ocorreram suicídios, como em São Carlos.

O embate para que as universidades enxerguem seu papel ainda é grande. “Aqui no IFSC nós temos sorte dele ser bem recebido pelo diretor, mas pela maioria dos professores não”, explica a organizadora. Para Vitória, é quase impossível que os professores apoiem “algo que retrate o problema de um aluno e mostre que nós somos seres humanos e não robôs”. Esse pensamento do corpo docente é comum no mundo acadêmico, pois é ele que sustenta as quantidades de pesquisas e rendimento.

Um estudo publicado em dezembro de 2016 no “Journal of the American Medical Association” e apurado pelo Nexo Jornal, aponta que diagnósticos de depressão ou sintomas depressivos entre alunos de medicina ao redor do mundo, e isso inclui o período de residência, é de 27,2% e a de pensamentos suicidas de 11,1%.  A estudante de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), Mainã Veiga, 20 anos, acredita que a falta de equilíbrio é um fator crucial. “São pessoas que pressionadas com muita matéria não comem direito, não dormem, não têm tempo de socialização suficiente com família e amigos, e o resultado disso é a defasagem da saúde mental”.

Foram esses índices e o comportamento de colegas que incentivaram a criação da Liga de Saúde Mental do Estudante de Medicina. “Nós fazemos encontros semanais durante o horário de almoço. Nesses encontros nós escolhemos temas principais que fazem parte da saúde mental dos estudantes de medicina e chamamos um professor para um bate-papo”, explica Mainã, uma das organizadoras da Liga. O objetivo, segundo a estudante, é criar um espaço aberto de auxílio, onde eles se dispõem a ouvir e solucionar o que os outros alunos têm a dizer. Os principais sintomas desses estudantes, segundo questionário da Liga, são: ansiedade, depressão, uso abusivo de álcool e drogas, distúrbios psiquiátricos, alterações de sono, má alimentação e estresse. Para Mainã, “formar médicos não saudáveis mentalmente, dificulta o cuidado com os futuros pacientes”.

As ações dos alunos tentam preencher a lacuna deixada pelas faculdades. O caso de suicídio da UFSCAR (citado no início deste texto) é apenas um dos muitos exemplos de “jogar a sujeira para debaixo do tapete”. “Eu diria que a participação da universidade é quase nenhuma. Atualmente, são os alunos que se mobilizam mais em relação a esse tema”, diz Mainã, “na verdade, parando para pensar, não consigo lembrar de algo que a faculdade tenha realizado em relação a isso”, completa. O que existem, tanto nos casos da USP, quanto da FCMSCSP, são professores que estão dispostos a fugir da regra e ajudar. “Mas são coisas pontuais, poucos professores no meio de tantos, a maioria deles está acostumada com o método de ensino que pressiona o aluno, acham que o aluno de medicina tem que sofrer para aprender. A universidade em si ainda não se conscientizou”, finaliza Mainã.

Os eventos e projetos tentam dar aos alunos o que a universidade falha, que é o espaço de fala. “Eu acho que muita gente vê os distúrbios psiquiátricos como fraqueza ou como se fosse algo que não precisasse de atenção. No meio da medicina, eu vejo que isso é um pouco forte, pois as pessoas pensam que para se tornar médico o sofrimento é um requerimento”, lamenta Mainã. “Nós estamos tentando mostrar que não precisa ser assim, pois percebemos que a faculdade diminui esse problema, que os colegas de sala não percebem e as pessoas se sentem constrangidas em pedir ajuda”, explica.

Na mesma linha, Vitória tenta encontrar soluções por conta própria para desacumular. “Por mais que existam projetos e a preocupação exista, eu ainda acho que o descaso é bem grande”, diz. “Uma das minhas ideias é de alguma forma incentivar que as duas faculdades que têm cursos de psicologia aqui na cidade transformem isso em um grande programa de estágio, porque eles têm que estagiar, e eles poderiam vir, organizar uma terapia em grupo, não sei. Seria interessante, por isso irei mandar essa sugestão para a diretoria”, completa.

    O papel da universidade

A ideia de Vitória é realidade em algumas universidades, como a UNESP de Bauru, que conta com um Centro de Psicologia Aplicada (CPA), no qual é oferecido à população e universitários atendimentos de psicoterapia. As consultas são feitas por alunos do curso de psicologia em processo de estágio. Isso, muitas vezes, vira uma barreira para que os estudantes da UNESP sejam atendidos, seja por questão de escolha do próprio aluno ou de seu supervisor. O CPA recebe em torno de 400 inscrições por ano, sendo 150 de alunos da UNESP. “Um número bastante elevado que tem aumentado conforme o tempo”, completa Gonçalves.

Em Bauru, além do atendimento na UNESP, existe o serviço-escola oferecido pela Universidade do Sagrado Coração (USC) em que diferentemente da universidade pública, não aceita inscrições de seus alunos.

As iniciativas dentro do ambiente acadêmico ainda são poucas perto da quantidade de alunos com transtornos como ansiedade e depressão. O psicólogo do CPA, Lucas Faria Gonçalves é categórico ao afirmar, “O CPA não é uma iniciativa, é uma obrigação. Todo curso de psicologia tem que ter um serviço clínico, é uma lei federal”.

Na conjuntura econômica atual das universidades públicas, iniciativas que levam em consideração a saúde mental de alunos, professores e funcionários técnico-administrativos ficam em último plano, seja por falta da atenção dos gestores, ou seja por falta de verba que possibilite ações. Mesmo sendo uma obrigação.

Pelos depoimentos de alunos como Vitória e Mainã, fica claro que o maior dos problemas é o descaso das universidades. A falta de importância dada, faz com que quem sofra desses transtornos fique em silêncio. O primeiro passo é sempre explicar, conversar, abrir o espaço e conscientizar, mas não é suficiente.

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“Se a gente pensar só em consciência, conscientização, a gente vê que ela não tende a causar um grande efeito”, afirma Gonçalves. “Claro que essa parte é importante, mas ela tem que vir acompanhada de trabalhos de prevenção”, continua. Segundo o psicólogo Lucas Vieira Gonçalves, o primeiro passo que a universidade deve tomar é oferecer mais profissionais que cumpram a demanda. Depois é necessário desenvolver atividades para que os alunos se sintam acolhidos. “Quando eu falo dessas iniciativas, eu não falo que elas dependem somente da universidade. Elas podem partir dos cursos, dos veteranos, acolherem os calouros não só na primeira semana e não só em festas, mas para integrar pensando em algo mais humano”, finaliza.

O psicólogo afirma tudo isso já pensando no futuro. “Quanto mais iniciativas nós tivermos, melhor, pois se você faz um trabalho de prevenção, sobram poucos com os quais você tem que fazer um trabalho terapêutico depois”, conclui.

* Nomes fictícios para preservar a identidade das fontes.

 

Redação

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